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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Papiro que cita suposta esposa de JESUS, segundo teólogo, não condiz com a verdade

Apesar de cientistas terem confirmado a autenticidade do material, o texto, escrito na antiga língua copta, como explica o especialista, pode estar se referindo a outra pessoa


Alguns o veem como um profeta, outros como o salvador. Existem ainda aqueles que não creem na Sua existência. Fato é que Jesus marcou a história e mudou o rumo dela. Os séculos passaram a ter como referência o nascimento de Cristo e qualquer debate relacionado a Ele desperta a curiosidade das pessoas.


O papiro de apenas 8 cm, escrito em copta, língua egípcia que usa caracteres gregos, vem gerando muita discussão, por trazer a palavra 'esposa' associada ao nome de Jesus (Internet/Reprodução)
O papiro de apenas 8 cm, escrito em copta, língua egípcia que usa caracteres gregos, vem gerando muita discussão, por trazer a palavra 'esposa' associada ao nome de Jesus
Em 2012, um pedaço de papiro antigo, de apenas 8 cm, veio à tona com um texto que cita uma suposta "esposa" de Jesus. Cientistas da Universidade de Columbia e da Universidade de Harvard, bem como  do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, todos nos Estados Unidos, afirmaram que o documento não é uma falsificação. Porém, ainda existe muita controvérsia acerca de seu conteúdo.

Acredita-se que o fragmento seja de origem egípcia, escrito na língua copta. O trecho que chama atenção foi traduzido da seguinte forma: "Jesus disse-lhes: 'minha esposa' (...)". O documento gerou polêmica e dividiu opiniões pelo fato da tradição cristã refutar a ideia de que Cristo teria sido casado. A Bíblia Sagrada também não cita, em nenhum momento, uma possível vida matrimonial de Jesus.

O jornal do Vaticano declarou que o papiro era falso, assim como outros estudiosos, que duvidaram da autenticidade do documento, baseados em sua gramática pobre, texto borrado e origem incerta. No entanto, cientistas da faculdade Havard Divinity School fizeram uma análise científica do papiro e da tinta e concluíram que o documento data de algum momento entre os séculos VI e IX.

Leo Depuydt, professor de Egiptologia da Universidade Brown, nos Estados Unidos, afirmou, por meio de um artigo, que o documento é falso. Ele apontou erros gramaticais e a impressão de que as palavras "minha esposa" foram enfatizadas em negrito, recurso inexistente em outros textos coptas antigos.

Segundo o professor de teologia, em momento algum a Bíblia abre margem para se associar Jesus Cristo à formação de uma família, ou mesmo de algum relacionamento (Freebiblestudiesonline.org/Reprodução)
Segundo o professor de teologia, em momento algum a Bíblia abre margem para se associar Jesus Cristo à formação de uma família, ou mesmo de algum relacionamento

Palavra do especialista

A reportagem recorreu ao teólogo Rodrigo Santana, professor do seminário teológico Koinonia, de Belo Horizonte. Ele afirma que o fragmento do papiro não pode servir de base para confrontar o que já está escrito na Bíblia e destaca que as Escrituras Sagradas não dizem que Jesus era casado. Rodrigo até admite que a palavra "esposa" possa ser interpretada no sentido literal, mas é preciso estar atento para alguns pontos esclarecedores.

"Esse texto, se é que é original mesmo, foi escrito por cristãos coptas [egípcios], possivelmente entre o século I e III da era cristã. É um escrito apócrifo, indicando ser falso ou suspeito. Sabemos que nessa época, vários escritos verdadeiros foram deturpados por pessoas gnósticas, mas que se diziam cristãos e mudavam textos da escritura para dar base às suas heresias", contesta o teólogo.

O professor também atenta para o nome de Jesus. Segundo ele, na Bíblia, é possível encontrar outras pessoas que também se chamavam Jesus, que significa "Jeová salva", em hebraico. "O nome Josué é o mesmo que Jesus. No livro Crônicas, capítulo 24, versículo 11 [na Bíblia], aparece também o nome 'Jesua', uma outra forma de escrever Jesus. Portanto, o documento pode estar se referindo a outro Jesus", alega Rodrigo.

Por fim, o teólogo ressalta que Jesus, sendo filho de Deus, sabia de sua missão na Terra, como mostra no livro de Mateus (16:21): "Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer de muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia", diz o texto bíblico. "Logo, não teria lógica Ele se casar para deixar uma mulher viúva. Alguns outros loucos dizem que Ele teve filhos, o que é mais absurdo ainda", diz o teólogo.

Como mostra oteólogo Rodrigo Santana, dos 13 aos 30 anos, considerado o período 'desconhecido' de Jesus, na verdade, Ele estava trabalhando e estudando religião (Pageresource.com/Reprodução)
Como mostra oteólogo Rodrigo Santana, dos 13 aos 30 anos, considerado o período 'desconhecido' de Jesus, na verdade, Ele estava trabalhando e estudando religião (Pageresource.com/Reprodução) 

Anos "desconhecidos" de Jesus

Pouco se fala sobre o período dos 13 aos 30 anos de Cristo. Algumas teorias afirmam que, nesse período, ele poderia ter se relacionado,e até mesmo formado um núcleo familiar. A Bíblia, porém, como mostra o professor, não dá brechas para a confirmação dessa tese.

De acordo com as Escrituras, Jesus se ocupou de duas tarefas nesse período: feitura de objetos de carpintaria (como diz o texto de Marcos 6:3) e estudo para ser rabino (líder religioso da comunidade judaica). "Sua primeira missão era ser o Cristo, e a segunda, fazer discípulos. Ele estudou o Tanar [antigo testamento] pois era um Rabi [líder religioso acima do rabino] em Israel", afirma Rodrigo Santana.

Alguns trechos dos evangelhos afirmam que Jesus também ensinava nas sinagogas. Segundo o teólogo, para receber a honra de ministrar em uma sinagoga, era preciso participar da comunidade e estudar o antigo testamento.

"Jesus foi preparado para iniciar seu ministério aos 30 anos, ou seja, dos 13 aos 30 estava estudando e trabalhando. Não creio que esse período esteja relacionado à formação de família", atesta o professor.

Fonte: UAI

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