Unico SENHOR E SALVADOR

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domingo, 2 de abril de 2017

Entendendo o dom de línguas


Rev. Larry Christenson, pastor luterano americano

Falar em línguas é um dom do Espírito Santo. 

A Bíblia diz que falar em línguas é uma manifestação ou dom do Espírito Santo (Atos 2:4; 10:46; 19:6; 1 Coríntios 12:10). Jesus falou desse dom como um “sinal” que acompanharia aqueles que acreditam nEle (Marcos 16:17). 

Depois da Ascensão de Jesus, esse dom apareceu como evidência ou sinal de que uma pessoa havia sido cheia ou batizada no Espírito Santo (Atos 2:4; 10:46; 11:16; 19:6). Paulo o descreve como um dos nove charismata ou “dons” do Espírito Santo (1 Coríntios 12:10). 

Todos os apóstolos originais (Atos 2:4), os novos convertidos (Atos 10:46; 19:6) e São Paulo tiveram a experiência desse dom. Pode-se dizer com segurança que falar em línguas era uma experiência comum na Igreja Apostólica.

Falar em línguas é oração. 

Falar em línguas é falar a Deus (1 Coríntios 14:2). Portanto, é essencialmente oração. São Paulo diz que ele fazia muito uso desse dom (1 Coríntios 14:18). Aquele que fala em línguas não entende o que está dizendo; sua mente fica “sem fruto” (I Coríntios 14:14). Mas, apesar disso, é edificante orar em línguas (I Coríntios 14:4), pois o “espírito ora” (1 Coríntios 14:14), e “fala mistérios no Espírito” (1 Coríntios 14:2). 

Orar em línguas edifica (constrói) outros aspectos da pessoa que não sejam o entendimento. Nossa experiência tem sido que esse modo de orar tem um efeito forte nos sentimentos e atitudes profundas que a mente nem sempre controla diretamente. E parece desenvolver no cristão uma sensibilidade, maior do que ele tinha antes, para realidades espirituais.

Falar em línguas é principalmente para adoração em particular.

São Paulo indica que ele gostaria que todos falassem em línguas (1 Coríntios 14:5a) — que ele mesmo falava em línguas mais do que todos (1 Coríntios 14:18) — mas que esse dom tem valor limitado no culto público: A pessoa que ora em língua seria edificada, mas os outros não receberiam nada (1 Coríntios 14:4). 

A menos que alguém interprete a língua, quem ora em língua é admoestado a orar em silêncio (1 Coríntios 14:28). A implicação dessas ênfases contrárias é que orar em línguas é principalmente oração pessoal, isto é, para devoções particulares. No entanto, se um intérprete estiver presente num culto público, falar em línguas não é proibido (1 Coríntios 14:39). 

Duas ou três expressões em línguas podem ser permitidas em determinado culto (1 Coríntios 14:27). Quem fala em línguas deve falar por vez, isto é, um de cada vez, com acompanhamento de interpretação (1 Coríntios 14:27). Um grupo de pessoas orando em línguas durante um culto público — todos juntos, gritando — não é incentivado (1 Coríntios 14:23). O propósito claro de 1 Coríntios 14 com relação ao falar em línguas é assim duplo:

a) estabelecer o valor e a bênção de orar em línguas, principalmente para adoração em particular;
b) reduzir a ênfase e disciplinar com rigor seu uso num culto público.

Falar em línguas não é um requisito para a salvação. 

Em parte alguma da Bíblia há a indicação de que alguma manifestação do Espírito Santo é exigida para a salvação (a menos que o “novo nascimento” seja visto como uma manifestação do Espírito Santo). 

A formula para a salvação é “Creia no Senhor Jesus, e você será salvo.” (Veja Atos 16:31.) Essa questão deveria ser deixada muito clara para os cristãos. Falar em línguas é uma manifestação do Espírito Santo que Cristo colocou em Sua Igreja para servir a um propósito específico, mas a salvação não depende desse dom.

Falar em línguas é um dom que não está limitado à Igreja Apostólica.

Nenhuma passagem da Bíblia indica que as manifestações do Espírito Santo eram apenas para a Igreja Apostólica. Isso é doutrina puramente humana e racionalização para inventar uma explicação para a vergonha da ausência do sobrenatural na Igreja, e ao mesmo tempo ainda mostrar apego à doutrina de uma Escritura inspirada. 

Martinho Lutero, comentando sobre Marcos 16:17,18, diz: 

“Esses sinais [inclusive falar em novas línguas] devem ser interpretados como tendo aplicação para todos os cristãos individuais. Quando uma pessoa é cristã, ela tem fé, e terá também o poder de realizar esses sinais.”

Traduzido por Julio Severo do livro do Rev. Larry Christenson “Answering Your Questions About Speaking in Tongues” (Respondendo Suas Perguntas sobre Falar em Línguas), publicado originalmente em 1968 pela Bethany House Publishers, cuja filial no Brasil é a Editora Betânia. O prefácio do livro foi escrito por Corrie ten Boom.

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