sábado, 27 de julho de 2013

Evangélicos são 0,04% no Níger

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País sofre com fome e já ultrapassa a taxa de emergência humanitária

A religião islâmica domina o Níger, compreendendo 98,7% da população, aproximadamente 11 milhões de habitantes. Apenas 0,1% da população se divide em animistas e cristãos. Destes, apenas 0,04% são cristãos evangélicos. 

Situado na região oeste da África, próximo ao deserto do Saara, o Níger é também uma das naçõs mais pobres do planeta e, neste momento, vive a pior crise nutricional do mundo. A população Nigeriana é composta por diversos povos árabes, por ser intermediária entre países ao Sul do Saara e Norte da África.

Com uma área total de cerca de 1,3 milhão de quilômetros quadrados, dos quais apenas 300 são de água, o Níger possui uma extensa área desértica. O clima subtropical provoca um ar quente e seco na região. Além disso, o país tem pouca área cultivável e depende cada vez mais de ajuda externa. A fome é o seu principal problema social.

O Níger é um dos países africanos que apresenta a maior taxa de mortalidade infantil do mundo. O Centro de Epidemiologia filiado aos Médicos Sem Fronteiras (MSF) mostrou que a morte de crianças menores de cinco anos já ultrapassou o triplo da taxa de emergência humanitária.

O último comunicado à imprensa feito pelo United Nations Children's Fund (Fundo das Nações Unidas para a Infância - Unicef) aprontou para cerca de 32 mil crianças em perigo por causa da desnutrição. De acordo com o relatório da ONU, no Níger, as crianças representam metade da população. Há no Níger cerca de 100 igrejas, sendo 84. Dessas cerca de 20 são da missão da Assembléia de Deus norte-americana, sendo que 16 estão em Niamey, capital.

No Níger, o sistema de governo é misto, mas é o islamismo que decide quem ocupará o lugar de comando. A religião decide quem vai estar no governo. Os muçulmanos são maioria e, mesmo escondidos, dão as ordens. Um cristão bem formado, com todas as qualidades para se candidatar, jamais chegará ao governo, mesmo que ele tenha feito as melhores universidades no mundo. Além disso, muitos votos são comprados em troca de sacos de arroz nas pequenas cidades, onde a população é mais carente.

Mesmo com uma "parcial" liberdade religiosa, o método de fazer evangelismo no país não pode ser o mesmo usado no Brasil. O evangelismo em praças, corpo a corpo ou mesmo de porta em porta, não funciona. Tem que se conquistar a pessoa, ser amigo dela para apresentar Cristo. É um trabalho que requer muita paciência e pode levar anos.

O motivo pela qual a rejeição pelo Evangelho se torna mais intensa é que, para eles, ser cristão é a pior coisa que existe.

Quando os colonizadores chegaram à África, se diziam cristãos católicos roamanos. Eles roubaram as riquezas e matavam pessoas, enforcaram muitos, estupraram jovens, bebiam e fumavam. Por isso, o povo Nigeriano associa aqueles que se convertem à imagem negativa dos colonizadores. Um pai prefere ver o filho morto a vê-lo convertido. Eles também dizem que o cristianismo é uma religião para brancos.


Uma das maiores dificuldades para o crescimento do evangelho é o medo que as pessoas sentem de serem expulsas de casa e perderem o emprego, que já é pouco no Níger.

O leste é considerado o interior do Níger, onde ficam localizados os lugares mais dificeis para os missionários. O clima, a seca, a falta de alimento, entre outros fatores, tornam essas regiões impróprias para morar e muitos decidem apenas fazer visitas. É um desafio muito grande e chega a ser insuportável em longo prazo.

No Norte e no Nordeste do país a situação nao é muito diferente. Nessa área, não há quase nenhum missionário. É uma região muito quente, dentro do grande deserto do Saara. Poucas igrejas foram estabelecidas nessa região e, anualmente, durante as secas, dezenas de pessoas morrem. São regiões onde se concentram etnias nômades e pessoas com tradições animistas.

Há uma pequena centelha de esperança em meio à seca, quando os Nigerianos estão entrando em uma estação caracterizada por períodos de chuva. É a esperança do povo. Mas, normalmente, chove pouco, principalmente no interior. E se a chuva não for boa, a colheita também não será, e não haverá alimento por muito tempo. A ajuda externa beneficia apenas uma minoria por causa da corrupção.

O povo Nigeriano é hospitaleiro, o que facilita o contato para fazer amizades e apresentar a Palavra de Deus. Mas, quando percebem que os missionários nao podem oferecer recursos, se afastam. A população espera muito do missionário e nem sempre podem dar ajuda material. Nesse caso, os missionários deixam de ser bem-vindos. Isso é uma barreira grande.

Quando os missionários trabalham em um país como esse, nao basta só apresentar Jesus. Tem que ajudar o povo de alguma forma. Mas, o maior objetivo é evangelizar. Mas, o ideal e o que traz resultado são fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

A forte influencia do islamismo no país, além de dificultar o processo de evangelização e conversão, também chega a impedir a permanência de muitos. Trabalhos manuais são usados como ponte de evangelismo. O trabalho com mulheres é muito difícil. Elas dependem dos maridos. 

Por isso, para elas tornar-se discípulas de Jesus é um desafio muito grande. As conversões não são frequentes e muitas das que se decidem a Cristo desistem depois. São raras as mulheres que suportam a pressão do marido e da família.

Existe uma necessidade de realizar mais trabalhos missionários no país. É muito importante investir nas crianças. Existem muitas sem formação nenhuma. Elas começam a trabalhar cedo, com um trabalho árdui, e logo se casam. Na capital já existem escolas cristãs e isso está trazendo mudanças na vida de muitas crianças. Tem-se esperança em um futuro melhor por causa dessas escolas.


Nome oficial: República do Níger

Nacionalidade: Nigeriana

Capital: Niamei

Idioma: francês (oficial), tuaregue, hauçá, djerma e fulani

Religião: islamismo 98,7% (a maioria sunita), 0,04% de evangélicos

Localização: Centro-oeste da África

População urbana: 20%

População rural: 80%

Analfabetismo: 84,3%

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