As invenções da revista "Não Veja"

Irineu Siqueira Neto

A capa da semana passada da revista Veja é uma grande afronta a inteligência de cabeças pensadoras e críticas.

Ela estampava na capa a seguinte frase: 

"Os sete dias que mudaram o Brasil"

Isso é um absurdo, tal afirmação é abjeta, totalmente desprovida de realidade e que conduz o povo/gado a acreditar que uma mudança aconteceu, quando na verdade até agora o que se conseguiu foi fazer muita bagunça por nada!

Na edição de 3 de Julho 2013, um comentário me chamou a atenção, segue na íntegra:

"Veja tem uma visão panglossiana* das consequências dos movimentos que varrem o país. Não concordo com o tempo do verbo nem com o objeto de "os sete dias que mudaram o Brasil". O país continua sem saúde, sem educação, sem transporte e, principalmente, sem uma classe política que realmente represente os anseios populares. Segundo Hayek, "o homem aprende pela frustração de suas esperanças". Nosso povo, que há muito tempo perdeu suas esperanças, agora acordou para lutar e recuperar sua esperança de ver um Brasil melhor.

Marcus A. Minervino-Brasília/DF

Gostaria de bater uma estaca de concordância e congratular o senhor Marcus pela inteligência e compreensão da realidade rara, quase solitária, num oceano de bajuladores da revista e pessoas-gado que vão aonde os interesses dos illuminatis os levam!

Pensamento positivo é uma coisa, torcer a realidade é outra!

Ou você acredita que o Brasil mudou por que esta na capa da Veja?

E mais, vale lembrar a frase de Giuseppe Tomasi di Lampedusa: "Tudo deve mudar para que tudo fique como está!"


*Panglossiano
adj. Que diz respeito ao Doutor Pangloss (personagem do romance Cândido, de Voltaire), que professava um otimismo beato, e para quem tudo parecia correr às mil maravilhas; otimista.