quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O coração do cristianismo

Por Josenildo Melo
josenildomelo@bol.com.br

As pessoas precisam de Jesus e o buscam. Há algo nele que as atrai, mas ainda não sabem exatamente por que o buscam nem para quê. Segundo o evangelista, muitos o fazem porque no dia anterior distribuiu-lhes pão para saciar sua fome.

Jesus começa a conversar com eles. Há coisas que convém esclarecer desde o princípio. O pão material é muito importante. Ele mesmo ensinou-lhes a pedir a Deus “o pão de cada dia” para todos. Mas o ser humano necessita de algo mais. Jesus quer oferecer-lhes um alimento que pode saciar para sempre sua fome de vida.

As pessoas percebem que Jesus está lhes abrindo um horizonte novo, mas não sabem o que fazer, nem por onde começar. O evangelista resume suas interrogações com estas palavras: “E que obras temos que executar para fazer o que Deus quer? Há naquela gente um desejo sincero de acertar. Querem trabalhar no que Deus quer, mas acostumadas a pensar tudo a partir da Lei, perguntam a Jesus que obras , práticas e observâncias novas têm que levar em conta?

A resposta de Jesus vai direto ao coração do cristianismo: “A obra [no singular] que Deus quer é esta: que creiais naquele que Ele enviou”. Deus só quer que creiam em Jesus Cristo, pois Ele é o grande dom que Ele enviou ao mundo. Esta é a nova estratégia. Nisto devem trabalhar. O demais é secundário.



Depois de vinte séculos de cristianismo, será que não devemos descobrir de novo que toda a força e originalidade da Igreja estão em crer em Jesus Cristo e segui-lo? A fé cristã não consiste primordialmente em ir cumprindo corretamente um código de práticas e observâncias novas, superiores às do Antigo Testamento. Não. A identidade cristã está em aprender a viver um modo de vida que nasce da relação viva e confiante em Jesus, o Enviado do Pai. Vamos nos tornando cristãos à medida que aprendemos a pensar, sentir, trabalhar, sofrer e viver como Jesus.

Ser cristão exige hoje uma experiência de Jesus e uma identificação com seu projeto que se requeria há uns anos para ser um bom praticante. Para subsistir no meio da sociedade leiga, as comunidades cristãs precisam cuidar mais do que nunca da adesão e do contato vital com Jesus, o Cristo.

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