domingo, 23 de março de 2014

Igreja evangélica frequentada por roqueiros luta contra preconceito

   
Para os evangélicos, eles cultuam satanás. 
Pelos metaleiros, são criticados por seu jeito bem comportado. 
Assim, entre a cruz e a espada, resiste desde 2006, no Alto do Ipiranga, região sul, a primeira igreja gospel frequentada por roqueiros de São Paulo.

“Sofremos com o preconceito dos dois lados”, diz o pastor Antonio Carlos Batista, 46, fundador da Crash Church (ou “igreja de impacto”, na tradução dos fundadores).


“Acolhemos quem no quer nem vestir terno nem cortar os cabelos para louvar o Senhor, nem ser violento ou negar Jesus Cristo s por causa do som que gosta de ouvir.”

Crash Church.

No domingo em que a São Paulo visitou o templo, 50 jovens cabeludos, tatuados, vestindo anis, piercings, roupas rasgadas e longos coturnos se reuniam s gargalhadas na calada.

Quem passa pela igreja —uma sala comercial toda pintada de preto— no entende de cara o que ocorre por ali.

Os metaleiros não bebem ou fumam, só conversam. “Nossa droga é Jesus”, diz uma fiel de cabelos verdes.


  As 17 horas, um solo estridente de guitarra deu o sinal: começou o culto. Do lado de dentro, paredes escuras grafitadas com desenhos gigantes de coroas de espinhos levam ao salão principal, onde esta o palco/altar.


“Deus não te deixa só”, “Ele esta dentro de nós”, “a vida um ato de amor”, canta, aos berros, um coro de duas mulheres e um homem, de cabelos e roupas pretas. Quando a música termina, a plateia aplaude e grita “aleluia” e “glória a Deus”.


No intervalo entre as musicas, a vocalista se lembra, emocionada, de um Salmos sobre o sangue de Jesus –o guitarrista acompanha dedilhando o instrumento com força proporcional intensidade dos versículos.




Se a etapa inicial do culto lembra um show de rock qualquer, quando as luzes do palco se apagam que a louvação começa de verdade.

De mãos estendidas para o céu, o pastor aparece num púlpito de pedra e convida os presentes a se abrirem (o solo de guitarra no fundo cresce quando ele diz “aleluia”).

Começa uma roda de cura espiritual “contra a ansiedade”. Depois, o líder religioso anuncia a programação da igreja para as próximas semanas e cumprimenta, um a um, quem visita o culto pela primeira vez.

“Uma salva de palmas para o repórter e o fotógrafo que nos acompanham”, diz, enquanto a reportagem se encolhia no fundo do salo.

Um jovem magro, de cabelo dourado, cheio de gel fixador, convidado a dar um testemunho.

“Consegui um trampo num restaurante”, diz, ao lado do pastor Batista. “Sou responsável pela parte de bebidas e estou muito feliz.” Aplaudido, ele prossegue: “Mesmo antes, eu sempre fiz questão de pagar o dízimo.” Essa a senha para a coleta do dinheiro. Em fila, os fiéis caminham em direção a uma urna com pequenos envelopes recheados. Não fossem pretos, eles também seriam como os usados em outros templos religiosos.

VOZ DE TROVÃO


No ritmo dos gritos de “amém” do pastor (com voz gutural, tipo show do Sepultura), o culto segue por mais duas horas.

“O povo de Israel sempre foi guerreiro. Nós estamos em constante luta contra satanás”, diz o pastor, que também vocalista da banda Ant-iDemon, com a qual já viajou por outras igrejas alternativas em 31 países.

Com uma Bíblia cheia de adesivos de bandas, ele fala reportagem sobre a conexão que percebe entre o heavy metal e a mensagem divina.

“Esta escrito numa passagem que a voz de Deus como um trovão. Outra indica que o barulho no céu ensurdecedor. No rock é  igual.”

Ele diz que sua principal luta contra os estereótipos. “Já fui barrado em hospital quando fui visitar um fiel que estava doente. Não usava uma gravata, tento não acharam que eu era pastor. Puro preconceito.”


Julgamentos á parte, o pregador diz que sua igreja “bem careta”. “Ninguém aqui transa antes do casamento. E nós não acreditamos em um terceiro sexo. Gays são bem-vindos porque precisam de amor e ajuda.”


Fonte: Boa Informação

E aí qual a sua opinião a cerca deste tipo de adoração e louvor? 
Rock é som do inferno?


Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda.

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