segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Candidato evangélico assume campanha contra público gay

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

"Minha proposta é defender a família no Congresso", diz Victório Galli

O suplente de deputado federal, Victório Galli (PSC)
Um dos poucos representantes dos evangélicos nas eleições deste ano, o professor de Teologia Victório Galli, candidato a deputado federal pelo PSC, afirmou que, caso eleito, lutará contra projetos em favor da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), legalização da maconha e contra o tabaco.

De acordo o representante da bancada evangélica, o objetivo é defender a “verdadeira família”, com base na Bíblia Sagrada, conforme enfatizou.

“A minha proposta é sempre defender a família no Congresso e ir contra os projetos que tentem desvincular a família tradicional. Um dos projetos é a PL 122, essa questão de casamento homossexual, a Lei da Palmada, casais gays quererem adotar criança, sou contra tudo isso”, afirmou o professor.

Suplente de federal, Galli diz não se considerar homofóbico. Ele acredita apenas defender "o direito de ser contra a homossexualidade".

“Não sou homofóbico, jamais vou bater na pessoa porque é gay. Agora, vou defender o que acho que é certo. O problema é que neste país você pode falar mal da Dilma, do pastor, do governador, deputado, do jornalista, mas, se falar alguma coisa sobre os gay, ai é discriminação”, disse.

Galli chegou a classificar casais gays como “aberração”. No entanto, voltou atrás e disse que era “contrário à natureza”.

"O problema é que neste país você pode falar mal da Dilma, do pastor, do governador, deputado, do jornalista, mas, se falar alguma coisa sobre os gay, ai é discriminação"


“Deus criou um casal, um homem e uma mulher, não dois homens ou duas mulheres. Estou defendendo o que acho e tenho esse direito. Não sou contra a pessoa querer casar com alguém do mesmo sexo. Isso é o livre arbítrio, o que sou contra é apoiar isso”, afirmou.

O postulante a uma das oito vagas no Congresso é contra, ainda, a legalização da maconha.

Ele defendeu que haja um maior monitoramento para ajudar dependentes químicos.

“Sou contra isso, não vou aceitar, porque é contra a família. O cara vai ficar drogado, tem justificativa para isso? Não existe justificativa legalizar a droga. Temos que livrar as pessoas dos vícios e não abrir as portas para eles entrarem nesse mundo”, afirmou.

“Outro projeto que irei levar é a proibição do tabaco. Se depender de mim, ninguém irá fumar. Está na minha pauta e vou trabalhar em cima disso. Também quero trabalhar contra a bebida alcoólica”, completou.

Bancada evangélica

Segundo Galli, os evangélicos estão “carentes” de representantes na Câmara Federal. O parlamentar acredita que isso é devido à “descrença” dos eleitores nos agentes políticos.

“A maioria dos políticos apenas lembra-se do eleitorado em época de eleição. Depois se esquecem do compromisso feito e das propostas e só trabalham por interesses próprios”, afirmou.

“Está faltando evangélico na Câmara. Segundo IBGE, até 25% do eleitorado é evangélico e na bancada temos apenas 72 representantes. Isso é ruim porque lá só decide as coisas por maioria, às minorias perdem tudo”, explicou.

Ele defendeu o posicionamento do vice-presidente da Comademat (Convenção dos Ministros das Assembleias de Deus no Estado de Mato Grosso), pastor Rubens Ciro, que em entrevista ao MidiaNews, disse que a convenção decidiu se manter afastada do processo político-eleitoral.

“Esse posicionamento da Comademat está correto. Todos estão descrentes com a política. Por isso sou representante dos evangélicos. Porque queremos lutar pelos nossos interesses”, completou o candidato.


Fonte: Midia News

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