quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ide e Fazei Discípulos, Batizando-os… – John Piper


Por John Piper

“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. (Mateus 28:18-20)


Eu pensei que a melhor coisa que eu poderia fazer em uma breve meditação, em prepa-ração para o batismo desta manhã seria dar uma exposição simples, direta da passagem em que Jesus nos ordenou batizar.

Batismo é Normativa na Comunidade da Igreja 

Batismo é um requisito para ser membro da igreja em Bethlehem. A razão para isso é que o Novo Testamento faz do batismo uma parte normativa de tornar-se um Cristão. Jesus disse: “Fazei discípulos… batizando-os”. 

O que provavelmente poderia ser parafraseado assim: “Eu intenciono como uma parte normativa de tornar-se um discípulo, o ser batizado”. E isso é exatamente o que a igreja primitiva fez. Em Atos 2:41 diz-se que depois do primeiro sermão de Pentecostes de Pedro: “De sorte que foram batizados”. 

E 25 anos depois, quando Paulo escreveu à igreja em Roma, onde ele nunca esteve antes, ele presumiu que todos os Cristãos foram batizados. Ele disse em Romanos 6:1-3: 

“Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” 

Em outras palavras, Paulo admite sem qualquer pergunta ou explicação, que todos os crentes em Roma sabiam o que é o batismo e que eles haviam sido batizados, e ele apela para o significado deste batismo como a base de sua instrução ética a todos os Cristãos. 

Assim, Jesus fez do batismo uma parte normativa de tornar-se um Cristão em Mateus 28:19, e os apóstolos cumpriram isso. É por isso que o batismo é um requisito para ser membro da igreja aqui em Bethlehem.

Jesus Tem Todo o Poder

Então, olhemos para o contexto em que Jesus fez esta exigência. Antes de dizer-nos para fazer qualquer coisa por Ele, versículo 19, Ele nos diz o que Ele pode fazer por nós no versículo 18. “É-me dado todo o poder”. “Poder” significa o direito e a autoridade para fazer alguma coisa. Então Jesus quer dizer que Ele tem direito absoluto e todo o poder para fazer o que quiser no céu e na terra. 

Não há autoridade no céu que pode colocar a vontade de Jesus em questão, e não há poder na terra que pode colocar a vontade de Jesus em questão. E nenhum poder na terra ou no céu pode frustrar a Sua vontade, quando Ele exerce todo o seu poder para alcançá-la. “É-me dado todo o poder”.

Sem esta declaração da autoridade de Jesus, nunca poderíamos nos aventurar com confiança para fazer discípulos. Em que fundamento possível nós temos o direito de dizer a alguém que eles deveriam mudar todo o seu modo de pensar e agir e se tornarem um discípulo de Jesus Cristo? 

Somente uma coisa poderia justificar tal remoto proselitismo por todo o mundo: que Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos e foi-Lhe dada uma autoridade absoluta sobre as forças naturais e sobrenaturais, de forma que cada ser humano e ser angelical prestarão conta a Ele.

Se Jesus tem esse tipo de autoridade, então nós, Cristãos, não apenas temos o direito, mas somos compelidos por amor a dizer às outras pessoas que convertam-se e tornem-se Seus discípulos. E Jesus tem esse tipo de autoridade, ou então, Ele é um enganador ou este livro (a Bíblia) tanto distorce o Seu retrato que não sabemos quem Ele era. 

Mas, chamar Jesus de um enganador e chamar este Livro de uma distorção são duas acusações injustificadas. Portanto, este Homem tem toda a autoridade no céu e na terra; mais do que o presidente Reagan, mais do que o Sr. Andropov, mais do que o complexo militar-industrial, mais do que todos os presidentes de todas as empresas do mundo juntas. Ele é o soberano absoluto do universo, e de uma forma ou de outra, todo joelho se dobrará a Ele.

E, portanto, notem a palavra no versículo 19, portanto, aqueles que dobram o joelho de fidelidade à Sua autoridade, têm com Ele o direito e o poder de ir e fazer discípulos em todos os lugares. A ordem para ir fazer discípulos não é arbitrária. É razoável. Jesus não disse: “Façam isso porque eu vos disse, e é isso”. Ele disse: “Façam isso porque toda a autoridade é Minha”. 

Nada é mais razoável e mais amoroso do que pleitear com as criaturas rebeldes sobre Jesus Cristo, para que elas sejam transformadas e deem a sua devoção ao Rei dos reis, que terá a última palavra neste mundo.

Sobre Toda a Terra

E observem também no versículo 19, uma vez que a autoridade de Cristo se estende por toda a terra, temos de ir a todas as nações, todas as etnias do mundo. Não existe uma cultura e nenhuma religião além da autoridade de Jesus e, portanto, nenhuma cultura e nenhuma religião além da Grande Comissão. 

O grande combate para a ortodoxia bíblica na década de 80 será o universalismo, o ensinamento de que todos os homens são salvos se eles confiam em Cristo ou não, ou pelo menos que todas as religiões são caminhos legítimos para a salvação.

A tolerância e o pluralismo serão as virtudes mais elogiadas da nossa década. Mas sobre tudo isso, permanece uma Palavra de julgamento na boca de Jesus Cristo: “É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações”. 

Não Americanismo, não a tecnologia Ocidental, não o capitalismo, mas Jesus Cristo é exaltado sobre todas as culturas e todas as religiões. Com Sua autoridade absoluta, Ele reivindica autoridade absoluta sobre todas as pessoas em todos os lugares. Essa é a base de todas as missões, nacionais e fronteiriças.

Discipulado e Morte para o Eu


E observem também no versículo 19 que a nossa missão é a de “fazer discípulos” de Jesus. “Ide e fazei discípulos”. A palavra mais importante que eu acho que Jesus alguma vez disse sobre como se tornar um discípulo foi em Lucas 14:27: “E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo”. 

Carregar uma cruz não significa, principalmente, ter tempos difíceis. Significa ir ao Gólgota. Significa morrer com Cristo, morrendo para as antigas atitudes de inveja, contendas, ciúme, raiva, egoísmo e orgulho; e voltar-se para seguir a Jesus em novidade de vida. 

Quando fazemos discípulos, ordenamos às pessoas a vir e morrer para seus velhos caminhos destrutivos, e viver para Jesus, que os amou e Se entregou por eles.

Batizados na Morte de Jesus 

Isso nos leva ao comando para batizar no versículo 19. O significado do batismo se desenvolve a partir deste significado do discipulado. Se tornar-se um discípulo de Jesus significa morrer para sua velha vida e andar em novidade de vida com Cristo, como Jesus ensinou, então é quase inevitável que o ato simbólico desta conversão venha a significar uma morte e ressurreição.

E isso é exatamente o que ocorreu. Paulo diz em Romanos 6:3-4: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. 

Então, Jesus ordena o batismo como uma parte normativa de fazer discípulos, porque o batismo significa, em uma forma exterior, o que significa tornar-se um discípulo: a morte da auto-confiança e uma nova vida de fé seguindo Jesus.

Quando diz-se no versículo 19 que devemos batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, eu penso que o ponto é que cada membro da Trindade é ativo na conversão que o batismo significa. Quando uma pessoa se torna um discípulo de Jesus, ela se relaciona de uma maneira nova com toda a Divindade. 

O Pai se torna nosso Pai celestial, o Filho, nosso Senhor, o Espírito nosso capacitador, habitando interiormente. E no ato do batismo, nos submetemos a todos os Três, e nós juramos lealdade a toda a Trindade.

Ensinando e Guardando Todos os Seus Mandamentos 

O versículo 20 mostra que fazer discípulos significa mais do que alcançar conversões e batismos. “Ensinando-os a guardar”. A conversão e o batismo são essenciais, mas assim é o ensino prolongado do que Jesus ensinou. A nova vida de um discípulo é uma vida de obediência aos mandamentos de Jesus, ou não é uma nova vida de modo algum. 

É inútil reconhecer o senhorio de Cristo no batismo e depois ignorar Seus mandamentos. Assim, todos os discipuladores devem ser professores e os discípulos devem ser aprendizes contínuos.

Mas ensinar as pessoas a obedecerem a Cristo não é fácil. Obedecer a Cristo em tudo o que Ele ordenou é mais difícil ainda. Isso exige um tremendo poder espiritual. E Cristo foi tão gracioso de modo a deixar-nos com uma palavra de conforto e poder: “eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (v. 20). 

A razão pela qual essa promessa é repleta com o poder é que a Pessoa que a fez tem todo o poder no céu e na terra (v. 18). Ele não é poderoso e distante. Nem Ele é presente e fraco. Mas Ele está conosco, e Ele é todo-poderoso, para sempre. A Grande Comissão é envolvida em poderosa graça, e assim, nós também o somos.

Enquanto batizamos nesta manhã, dediquemo-nos novamente a obedecer a Jesus e fazer discípulos. Mas vamos fazê-lo, lembrando que somos envolvidos em graça: a promessa da Sua autoridade absoluta e poder, de um lado, e a promessa de Sua constante presença no outro.

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♦ By John Piper. © 2014 Desiring God Foundation. Website: DesiringGod.org. | 
♦ Tradução: Camila Almeida
♦ Revisão: William Teixeira


Phonte: O Estandarte de CRISTO

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