segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Thalles Roberto, o seu capanga espiritual e os 7 mergulhos proféticos de Naamã #Fail


Por Antognoni Misael

Uma das canções do Thalles Roberto mais interessantes que eu acho é a de título “Dias de Sucesso”. Nesta canção, o autor diz algumas frases confessionais como “eu não posso esquecer quem eu sou” e “a glória que eu recebo eu te dou”. Só que, lamentavelmente, o Thalles tem se perdido por não saber definitivamente quem é, no que está crendo e no que anda fazendo por aí. Terminantemente, os tais “dias de sucesso” do querido cantor tem o levado para um caminho, talvez sem volta.

Em maio de 2012, relembremos, Thalles foi ungido pastor por ninguém menos do que sumo ungido (#SQN) Apóstolo (#FAIL) Estevam Hernandes. Naquele episódio escrevi sobre o despreparo de alguns cantores do gospel: “Infelizmente, em muitos casos, após se tornarem astros, ricos, famosos, muitos buscam ou a insubmissão de líderes e se auto promovem a pastor, ou tomados por uma má orientação decidem, sem preparo teológico algum, serem além de cantores, pregadores de púlpito sem qualquer chamado.”

Bem, o que isto tem a ver? Tem a ver por que não consigo entender como o Thalles em pouco mais de dois anos e quatro meses, cuja agenda fora lotada de shows, conseguiu preparo suficiente para se tornar um pastor, daquele que maneja bem a palavra e dedica-se ao seu rebanho; e segundo, porque as más companhias corrompem os bons costumes (1 Co 15.33), a saber que, nesse caso, iniciar ao lado do apóstolo “renascido do dólar”, foi uma péssima opção.

Vamos aos fatos (e talvez você faça alguma conexão com o discipulado “padrão gospel” que o Thalles recebera nestes dois anos e meio (quase) de ministério (gospel) e o campo minado por onde ele tem andado.

Bem, os que estão acompanhando a seção de heresias da Renascer devem ter visto estes banners abaixo da campanha “12 bençãos para o mês de setembro” – um verdadeiro festival de adultério espiritual.


Ainda na página da Renascer, encontramos o Thalles Roberto ao lado do Ap. Estevam, capitaneando “o louvor” às margens do Rio Jordão, num típico batismo “místico-turístico”, que tem efervescido o comercio de viagens a terra santa em denominações, em sua maioria, neopentecostais. Nesta mesma viagem a Israel, ao que os fatos indicam, Thalles postou uma foto próximo ao local que ocorrera a multiplicação de peixes e, com uma “autoridade profética”, possivelmente motivada de suas relações “discipulares” oriundas do meio em que convive, profetizou multiplicação sobre a vida de seus fãs e seguidores.

Em outra foto, que me preocupou mais ainda, o Thalles juntamente com sua esposa e com a cantora Damares se mostram no Rio Jordão realizando, segundo ele mesmo postou, os “sete mergulhos proféticos de Naamã”.

“Junto com minha esposa e a Damares mergulhando no Rio Jordão , onde o nosso Senhor Jesus foi Batizado! Nesse momento estávamos fazendo os sete mergulhos proféticos de NAAMÃ!”

Cruzes!? Como assim?

Súditos leitores, não dá pra entender o significado deste mergulho de modo algum, pela simples razão de que em Cristo somos livres das amarras dos do pecado, da escravidão da Lei, e de qualquer rito místico velho-testamentário. Em Cristo, as experiências vividas pelos antigos profetas não nos cabem, a saber, que a Graça de Deus nos rege e nos preenche de significados, pois em Cristo temos uma nova vida, agora pautada no mistério revelado e na selagem do Espírito Santo em nós. Pra quê isso então?!

As duas rápidas ponderações que faço diante deste ato nonsense é que:

1) Thalles, sua esposa, e Damares não estavam leprosos, por isso - nem de perto - dá pra encontrar significado para repetição de tal mergulho; “Então Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será curada e ficarás purificado.” [2 Reis 5:10]

A purificação de Naamã não era uma purificação espiritual ou uma espécie de revestimento para que este resistisse às tentações da carne ou as ciladas malignas (se é que não foi este o sentido que o Thalles tentou ressignificar), pois note: “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado” (2 Reis 5:14) 

Tentar fazer alguma conexão entre a cura da lepra de Naamã com algum ato profético é simplesmente, loucura!

2) Thalles, sua esposa, e a Damares precisam entender que este evento planejado soberanamente por Deus não tinha como foco a cura ou a purificação física ou espiritual, mas sim a própria salvação de Naamã: “Então voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva, e chegando, pôs-se diante dele, e disse: Eis que agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel” [2 Reis 5:15(a)]

Notemos que na confissão veemente de Naamã ao aceitar a fé israelita, ele estava não só reconhecendo o poder do Deus Israel, mas tendo um encontro com o único Deus. O cerne deste evento, repito, era a Glória de Deus perante a quebra do orgulho e altivez de Naamã e a sua posterior salvação. Portanto, não existe respaldo e/ou garantia bíblica alguma que faça com que Deus, ao observar alguns homens repetindo bizarros mergulhos no Rio Jordão em menção a Naamã, recebam alguma porção dobrada, unção específica, revestimento, ou qualquer autoridade similar a que Naamã detinha frente a sua posição social, ou espiritual.

Oremos por estes irmãos que ao invés de olharem para Cruz enfiam suas faces em baixo da água. E se você leitor, é fã do Thalles, humildemente lhe aconselho: ore por ele, e mais... analise suas canções cuidadosamente e observe o que ele tem dito, feito e com quem ele tem andado. Vigie para que o Evangelho não venha se tornar uma caricatura de idolatria e anátema - tudo isso encharcado por uma perigosa admiração musical, empolgação religiosa ou puro modismo.

Que o Senhor tenha misericórdia.

***
Antognoni Misael, via Arte de Chocar.

Só pra não esquecer do que o Thalleco é capaz:


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