quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Foi ao partir o pão que Jesus se deu a conhecer

Jesus Cristo ressuscitado não foi reconhecido pela aparência física ou pela cor da pela. “Foi ao partir o pão que Jesus se deu a conhecer”. Este relato bíblico nos proporciona vários ensinamentos, um deles nos dá a oportunidade de compreender que a história de um homem se faz com base em suas palavras e atitudes durante sua existência. Passaram-se mais de dois mil anos e a humanidade ainda não aprendeu a valorizar a essência do ser, ainda se prende a estereótipos, conveniências e ao poder financeiro para suas análises. 

Recebo, e recebi desde criança, manifestações de carinho e solidariedade de pessoas (brancas, negras, ricas ou pobres) com quem convivi e foram muito importantes na minha sobrevivência e formação, este privilégio constitui-se em uma grande graça de Deus em minha vida. Tudo isso, porém, não conseguiu evitar algumas situações de constrangimentos, devido à cor da pele ou a posição social da minha família. 


Lamentavelmente a sociedade brasileira convive e alguns não resistem ou apenas sobrevivem ao racismo, preconceito, discriminação e bowling. Recentemente o caso envolvendo um atleta e uma torcida ganhou destaque na mídia, e promoveu discussões e debates sobre essa questão. No episódio uma torcedora apareceu pronunciando palavras ofensivas ao atleta da equipe que atuava contra a de sua preferência. A jovem flagrada com certeza não foi a única que, embalada pela torcida, gritava e  xingava na tentativa desesperada de desestabilizar uma das forças do oponente. 

Agressões semelhantes ou piores acontecem nas mais diversas situações cotidianamente, no trânsito, nas escolas, no trabalho, nos shoppings, nos clubes e nos mais diversos ambientes, apenas não são registradas e não são levadas à mídia. O erro cometido por aquela moça bonita e aparentemente bem educada, deve nos conduzir à uma melhor reflexão sobre a convivência humana. Ela e sua família precisam levar a vida e não devem sofrer perseguições e discriminações, isso é outro erro da sociedade. Talvez o melhor, neste caso, seria conceder-lhe oportunidade de se reeducar, não com castigo, mas, conscientizando-a com participações em palestras, prestando serviços sociais e contribuindo para que outros não cometam erros semelhantes ao dela. 

O perdão é nobre e todos merecem novas oportunidades. A solidariedade ou a falta de solidariedade de uma pessoa pode ser mais ou menos valorosa para a outra, dependendo do quanto a trata com carinho e respeito, da busca de compreensão da sua situação, da capacidade ou não de lhe olhar nos olhos e sorri, ou se pensa apenas em si mesmo quando se comporta de uma maneira pouco gentil. A história de uma pessoa será escrita conforme suas palavras e por suas ações, e será bonita quando se interessar em buscar alternativas para o crescimento dos outros, perdoar e compreender, sonhar junto e se colocar no lugar da outra; quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. 

Precisamos de mais sensibilidade e capacidade de ouvir e respeitar a opinião alheia, conciliar as diferenças, minimizar os problemas, agregar o que está inconciliável. O mundo necessita de uma nova educação para os direitos humanos, um novo modelo de sociedade em que todos possam ser incluídos com um mínimo de condições e dignidade humana.

Aproxima-se o dia das eleições neste ano, os candidatos merecem nosso respeito, afinal, estão contribuindo para o fortalecimento da democracia. É chegada a hora da nossa concentração e atenção, estaremos concedendo procurações para sermos representados por todo um mandato. O momento requer análises dos perfis dos nossos futuros outorgados, temos que ter cuidado para não sermos enganados pelas aparências ou pelas promessas infundadas, principalmente daqueles que tiveram oportunidades de fazer e não fizeram ou fizeram o que não deveriam. 

Devemos procurar conhecer os novatos, saber como foi sua vivência social pregressa, sua honestidade e, na medida do possível, seu potencial para o cargo. Precisamos, também, observar o que estão realizando os ocupantes atuais, em que agradam ou não. Essas análises nos permitirão fazer melhor juízo e realizarmos nossas escolhas segundo nossas consciências para nossos futuros. 

(Natal Alves França Pereira, servidor público, formado em Ciências Contábeis, filiado à Associação Goiana de Imprensa)


Diário da Manhã
Natal Alves França

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça um blogueiro feliz, comente!!
Porém...
Todo comentário que possuir qualquer tipo de ofensa, ataque pessoal e palavrão, será excluído sem aviso prévio!