quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Jessica Wakeman e o mundo ficcional das feministas


Por Dalrock

A obsessão feminista pela Barbie parece superficialmente estranha. Quer seja a sua compulsão para criar uma Barbie feminista feia, ou uma Barbie Engenheira de Computação, o que nós observamos é um foco enorme no mundo faz-de-conta por parte de mulheres adultas. Mas o feminismo é, essencialmente, uma ideologia que gira em torno do mundo da ficção, e as feministas já demonstraram uma capacidade incrível de tratar a ficção como se fosse realidade.

Historicamente, podemos ver isto a acontecer com a criação feminista/mediática de Amelia Earhart.

Depois de Charles Lindbergh ter cativado a atenção do mundo voando sozinho através do Atlântico num engenho voador que ele mesmohavia construído para o voo, as feministas quiseram mostrar que as mulheres eram igualmente capazes de fazer o mesmo.

Earhart foi escolhida porque parecia perfeita para o papel e também porque ela tinha licença de voo. Mas embora ela aparentasse ser perfeita para a função, ela não era uma piloto dotada:

Não se pode negar que Earhart teve dificuldade em aprender a voar. Ela levou mais de 15 horas de voo e quase um ano para voar sozinha o Kinner - e teve alguns percalços posteriores, a maior parte deles durante aterragem. Como ressalvou um biógrafo, "Infelizmente, embora ela fosse muito inteligente, com a capacidade para aprender rapidamente, e tivesse muito entusiasmo, parece que Amelia não tinha a habilidade natural para ser um piloto".

Mas habilidade para ser um piloto não era necessário para o que os manipuladores mediáticos de Earhart tinham em mente. Eles comissionaram dois homens para lhe voar através duma pequena parte do Atlântico num Fokker Tri Motor. Depois de Earhart ter feito a sua parte, mantendo uma boa aparência no lugar de passageira enquanto os homens pilotavam, os manipuladores mediáticos triunfalmente apelidaram-ne de “Lady Lindy”, atiraram-na para dentro duma desfile, e arranjaram-lhe um convite para a Casa Branca como forma dela se encontrar com o Presidente Calvin Coolidge.

Como o mais recente ícone feminista, Earhart escreveu posteriormente um livro e deu palestras em torno da sua experiência de voar através do Atlântico. Não poderia ser de outra forma, tal como o World History Project explica a forma como Amelia Earhart se tornou na primeira mulher a voar através do Atlântico:

Uma vez que a maioria do vôo baseou-se em "instrumentos", e como Amelia não tinha qualquer tipo de treino para este tipo de voo, ela não pilotou o avião. Depois da aterragem, e depois de ter sido entrevistada, ela disse, "O Stultz levou a cabo a maior parte do vôo - ele teve que o fazer. Eu nada mais fui que bagagem, semelhante a um saco de batatas". Ela depois acrescentou "....talvez um dia eu tente sozinha."

Mas o mundo faz-de-conta é suficientemente bom para as feministas, o que nos traz de volta para as Barbies.

Por volta de Julho de 2013 Jessica Wakeman escreveu um artigo para o The Frisky onde ela fala das suas tentativas falhadas de brincar com uma Barbie feminista com as suas sobrinhas. Wakeman queria que fingir que a Barbie era uma oncologista pediátrica:

Peguei numa Barbie nua que se encontrava dentro da caixa, e vesti-a com um vestido amarelo. (Parece que o armário da Barbie só tem vestidos e mini-saias). Depois anunciei: "A minha Barbie é uma médica". Limpei a garganta. "Ela é uma oncologista pediátrica. Isto significa que ela ajuda as crianças que têm cancro. Ela licenciou-se como a melhor aluna na Universidade de Yale. Não, Harvard. Ela está a tentar encontrar a cura para a linfoma".

Mas as sobrinhas não queriam brincar com uma Barbie que era oncologista pediátrica; elas queriam que a Barbie se focasse em coisas de menina, tais como a moda, estilos de cabelo, e conhecer o homem certo. Por mais que Wakeman tentasse impor a narrativa feminista, as suas sobrinhas voltavam sempre para as áreas de foco tradicionalmente femininas:

A Barbie da [sobrinha] Elly começou então a "fazer" o cabelo da minha Barbie. Eu voltei a tentar: "Pode ser que um dia desses ela concorra para um cargo político", meditei eu. "Ela pode ser uma senadora. Ela pode ter o seu lugar no Comité Judiciário do Senado."

"Eu gosto do vestido dela", respondeu [a sobrinha] Mackenzie.

O que é involuntariamente cómico em relação ao artigo de Wakemane é que dois tipos de jogo do faz-de-contas estavam a acontecer. Um jogo tinha as suas sobrinhas a imaginar irem a bailes, vestir a moda mais recente, e atrair o príncipe encantado. O outro jogo do faz-de-conta tinha Jessica Wakeman a imaginar-se como alguém na posse duma seriedade profissional enorme, e um exemplo feminista que as suas sobrinhas deveriam emular.

Ironicamente, Jessica Wakeman vive precisamente no mundo dentro do qual as suas sobrinhas queriam brincar, mas ela estava demasiado ocupada a brincar ao faz-de-conta para se aperceber. No mundo real, Wakeman é uma escritora dum site de mexericos - e não uma senadora ou uma médica. As cinco principais categorias do banner do site The Frisky são:
1. Sexo
2. Relacionamentos
3. Celebridades.
4. Moda
5. Horóscopos

Se Wakeman tivesse brincado com a Barbie da mesma forma que ela vive a sua vida real - e não a vida do faz-de-conta - as suas sobrinhas teriam ficado contentes.


* * * * * * *

Resumindo, manipuladas pela falsa narrativa estatal de que as mulheres têm que concorrer com os homens para os cargos públicos, e que a privilegiada posição de doméstica é "opressão" e "degradante" para elas, as mulheres ocidentais são levadas a fomentar comportamentos que elas mesmas não são capazes de executar. As poucas que são, mais cedo ou mais tarde descobrem que foram enganadas

Jessica Wakeman não se encontra sozinha nesta psicose ideológica com o nome de feminismo: Jessica Valenti é outra feminista que promove comportamentos junto das mulheres que nem ela mesma se encontra disposta a seguir.



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