terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A Árvore da Missão Integral Apodreceu


“Assim digo para que ninguém vos engane com raciocínios falazes.”
Colossenses 2:4.


“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.”
Tito 2:1.


Por: Gustavo Abadie


“Mas quando a Igreja Católica substituiu bispos progressistas por conservadores, começou a surgir a Missão Integral da Igreja, a versão evangélica da Teoria da Libertação, diz Robinson Cavalcanti.” (1).

“Essa construção (esquerdismo) se retrai com a hegemonia do marxismo, para, posteriormente, vermos se disseminar entre nós a Teologia da Libertação e a Teologia da Missão Integral da Igreja. 

(...) A esquerda não morreu, mas renascerá sempre das cinzas. A Igreja Profética será capelã dessa gênese do novo. (...) As coisas velhas já passaram, mas eis que algo de novo está surgindo.” Robinson Cavalcanti. (2).

Um escritor que se preze não esconde seu passado. Ao tratar de algum assunto que lhe foi pessoal, faz a chamada “mea culpa” quando se acha em erro. Ao me determinar tratar da Teologia da Missão Integral e sua derrocada, tenho que reconhecer que fiz parte da ABUB (Aliança Bíblica Universitária do Brasil) na época da faculdade, que bati boca no fórum do MEP (Movimento Evangélico Progressista), e tentei ingressar na FTL-B (Fraternidade Teológica Latino Americana) e na FTSA (Faculdade Teológica Sul-Americana). 

Sim, demorei para colocar a cabeça no lugar e abraçar o protestantismo reformado com todas as suas implicações. É a miséria de querer ser autenticamente “latino-americano”, igualzinho àqueleperfeito idiota do livro.

Tenho me dedicado a exumar o cadáver do evangelicalismo brasileiro e encontro ao longo do caminho algumas pérfidas figuras. Robinson Cavalcanti foi uma delas. Já escrevi sobre ele anteriormente. 

Mas o que não abordei no texto anterior foi que ele participava de um amplo leque de organizações para-eclesiásticas fundadas sobre a teologia da missão integral em seu documento-referência, o Pacto de Lausanne. 

Em sua companhia estão Ariovaldo Ramos, Valdir Steuernagel, Ziel Machado, Geter Borges, Ed René Kivitz, Ricardo Gondim, Alexandre Brasil Fonseca, Carlinhos Veiga, Jorge Barros, Carlos Queiroz, Julio Zabatiero, Wilson Costa, etc., todos amparados à distância por Orlando Costas, C. René Padilha, Samuel Escobar.

O curioso é que ao longo do tempo eu comecei a encontrar algumas conexões estranhas, veja Robinson Cavalcanti (daqui em diante somente RC): Ele foi assessor em tempo parcial da ABUB, esteve presente em Lausanne, depois ajudou a fundar a FTL e posteriormente o MEP. 

Todos movimentos “evangelicais”, calcados no documento de Lausanne, dando expressão a um evangelho “cucaracha” que se pretendia um evangelho integral. Ao buscar declarações de RC sobre a TMI encontrei algumas como as que exemplifiquei no começo do texto.

Uma outra conexão estranha foi quando Luiz Longuini publicou um livro pela Editora Ultimato chamado o “Novo Rosto da Missão”, onde, em resumo, propõe uma aproximação cada vez maior do CLAI (Conselho Latinoamericano de Igrejas) e a FTL, pois ao fim ao cabo as duas organizações estava engajadas na mesma missão. 

Para quem conhece o CLAI, sabe que ali há muito pouca coisa de bom, é um balaio de gatos onde igrejas imersas na Teologia da Libertação fazem de tudo um pouco, deste retiros de oração Taizé, até Encontros Macro-Ecumênicos.

As organizações geradas pela TMI sempre se propuseram ser um “braço” da igreja evangélica brasileira no mundo. Vamos ver do que se compõe este braço, que no meu ponto-de-vista está mais para um parasita:

ABUB - Aliança Bíblica Universitária do Brasil - Pretende ser uma organização evangelística “estudantecêntrica”. O estudante recebe treinamento para evangelização pessoal ou em grupo na escola, na faculdade e no trabalho. Assim como Jocum e outras missões para-eclesiásticas, ela recruta seus adeptos dentre membros da igreja evangélica. 

Cumpre de fato seu objetivo quando evangeliza, mas peca quando se torna espaço para namoro recreativo e murmuração contra as igrejas de origem. É aqui que começa a lavagem cerebral esquerdista, pois alguns estudantes e professores universitários têm bebido em Antônio Gramsci e dissimulado seu poderoso veneno desde o pico até a base da organização.

FTL-B - Fraternidade Teológica Latino Americana Brasil - Pretende ser uma organização voltada a pesquisa e o labor teológico por meio de grupos informais. Recruta para seus quadros especialmente estudantes e professores de teologia, bem como pastores que se identificam com as ideias de Lausanne. Um dos seus últimos encontros deu o que falar na web pois um dos celebrantes da ceia resolveu incluir limões e doce de leite para demonstrar o doce e o amargo da vida (veja aqui).

MEP -
Movimento Evangélico Progressista (hoje Evangélicos pela Justiça) - Pretende ser um grupo que discute religião e políticas públicas. É um amplo leque de assuntos. Dão pitaco em tudo, desde a perspectiva da esquerda. 

O ex-secretário do MEP, Geter Borges, é uma das figuras mais curiosas, trabalhando na bancada do PT na Câmara Federal escreveu um artigo sobre o sistema democrático de CUBA! Vê-se por aí o tipo de reflexão que é feita.

FTSA -
Faculdade Teológica Sul-Americana - pretende ser um centro de educação teológica interdenominacional associada a FTL e criado pelos irmãos Barros, de Londrina. O que é de corte “latino-americano” passa por lá.

Editora / Revista Ultimato - é uma editora que existe há cerca de 40 anos e tem sido a principal parceira e promotora da TMI no Brasil, por sua revista mensal e em suas publicações editoriais.

Aliança Evangélica Brasileira -
pretende ser uma rede de evangélicos e igrejas evangélicas que serve como representante e promotor da unidade destes. Iniciativas nascidas das organizações acima e protagonizadas por membros delas - estudantes, pastores, teólogos, professores, todos evangélicos e a maioria de esquerda:

A Rocha - pretende “ser uma organização cristã ambiental que tem como vocação a educação ambiental, o trabalho com comunidades e a conservação”. Seus principais quadros são “ex-abuenses”, promotora das “igrejas ecocidadãs”.

Igrejas ecocidadãs - é uma iniciativa de “pessoas e organizações cristãs que se uniram para incentivar o envolvimento da igreja evangélica na temática socioambiental”. Se denominando “coletivo” tem participado de eventos como o RIO+20, Forum Social Mundial, auxiliando na implementação do discurso evangelístico do ambientalismo em consonância com a teologia da libertação. Tem seu site hospedado pela editora Ultimato e tem como participante A Rocha.

Rede Fale -
pretende ser “uma rede de pessoas que oram e agem contra a injustiça em nosso país e no mundo, com especial atenção para os aspectos econômicos e seus efeitos na desigualdade e na ampliação da miséria”. Em princípio seu trabalho é nobre, distribuindo cartões para grupos de oração. Mas o tom desta obra está na questão da “desigualdade social”, uma pérola da esquerda socialista. Seus quadros são compostos em sua totalidade por ex-abuenses, que interajem com as igrejas ecocidadãs e outros órgãos da TMI.

E o que há de mal nisto? Onde está a podridão na árvore da teologia da missão integral?

Em primeiro lugar, há um vício de origem. O problema está na confecção do documento no Congresso de Lausanne, pois houve uma tremenda disputa dos latino-americanos para pender o pacto para o socialismo. Os rumos de tal movimento e de seu documento referência foram tão inoculados de veneno que até mesmo Billy Graham decidiu não mais apoiá-lo e nem assisti-lo, angariando inimigos como RC e seu séquito.

Em segundo lugar, essas organizações foram crescendo à revelia da Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo. Elas colaboram para a desordem eclesiástica existente na medida em que os pastores das ovelhas que eles recrutam não são consultados, cumprindo o propósito de desmoralizar a hierarquia existente. Por muitas vezes, os encontros e eventos tornam-se espaço para inoculação de ideias heterodoxas a vida de uma igreja saudável.

Por fim, existem membros destas organizações da TMI que resolveram ter aproximações, senão conluios, com a esquerda socialista do PT e seus satélites, buscando um “outro mundo possível”, forçando assim a instalação do Reino de Deus na Terra, clássico projeto da teologia da libertação.

Recomendo intensamente, aos que hoje militam ou que desejam militar nestas organizações, desliguem-se delas pois ela já não são o que eram, ou nunca foram. Voltem para as suas Igrejas e sirvam lá. Escutem seus pastores, que preguem o Evangelho segundo os princípios da Reforma Protestante. Quem sabe haverá alguma esperança.

Gostaria de dizer que...

A missão integral passou a ser um braço do marxismo dentro das igrejas que a abraçam. O Reino de Deus e o Evangelho puro e simples deu lugar à politização manipulada, regida pelas doutrinas marxistas, em total contradição aos princípios da Palavra de Deus, como sempre foram os comunistas.

Muitos idolatram Karl Marx e colocam os seus pensamentos acima da Bíblia Sagrada, ignorando o que ele escreveu sobre Deus: “Assim, o Céu eu perdi, e sei disso muito bem. Minha alma, que já foi fiel a Deus, está escolhida para o inferno. Nada, senão a vingança, restou para mim. Eu desejo me vingar contra aquEle que governa lá em cima.” (Intelectus. “Oulanem”, Karl Marx 1818-1883).

Dentre os erros e contradições dos pastores da MTI, destaco dois recentes. O primeiro é Ariovaldo Ramos, que enaltece Hugo Chaves, o falecido ditador marxista de uma Venezuela oprimida e falida, hoje governada por Nicolás Maduro, que diz receber supostas “revelações" de Chaves através de um passarinho. Loucura? Populismo? Malandragem? Tudo isso junto e misturado, mas louco também é quem afirma que o governo desse país é um modelo.

O outro exemplo que destaco aqui é Marcos Botelho, que tentou zombar do debate dirigido pelo Rev. Augustus Nicodemus no Academia em Debate (veja vídeo abaixo), porém não conseguiu refutar o que foi falado ali demonstrando sua total falta de profundidade. Está claro que a ridicularização é estratégia de quem não tem argumentação contrária, mas é contrário assim mesmo.

Lavagem cerebral ou não, o citado que é Pastor Presbiteriano, infelizmente presta um desserviço à sua denominação que é historicamente reformada e não tem vínculo algum com o marxismo. O tema em si é polêmico, mas mais polêmico ainda é o posicionamento dos evangélicos que não perceberam que já são massa de manobra nas mãos da esquerda tupiniquim. (Rev. Paulo Sergio da Silva).


Notas:

1 - 31/08/2003 Jornal: O GLOBO Autor: Editoria: O País Tamanho: 302 palavras Edição: 1 Página: 18 Coluna: Seção: Caderno: Primeiro Caderno © 2001 Todos os direitos reservados à Agência O Globo.
2 - www.bibliapage.com/progress.html.

IPB de Vila Gerti, S.C.Sul / SP
Pastoral 31/08/14.

Phonte: Adaptado de Mídia Sem Máscara & Bereianos.

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