sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

As três grandes tentações


Por Jonas Ayres
Por durante quarenta dias, Jesus se absteve de comida material para que pudesse desfrutar ainda mais do banquete espiritual do Pai Celeste. 
Então, quando já estava pleno de recursos espirituais, e fortalecido, Deus Pai permite que o Maligno venha até ele com três grandes tentações – tentações estas que Jesus certamente já havia enfrentado mais de uma vez e que iria ter que enfrentar novamente ao longo de seu ministério terrestre. 

Entretanto, estas não foram somente tentações a nível individual; eram tentações que dariam a Jesus acesso às três instituições poderosas de seus dias – a econômica, a religiosa e a política.

A primeira tentação e a Tentação Econômica que consistia em fazer com que Jesus transformasse pedras em pães (Mt 4:1-4). O objetivo ia além de saciar sua fome; a tentação era fazer com que Jesus se tornasse uma espécie de padeiro milagroso que proveria “pão” para as massas sempre que esta a desejasse no futuro próximo. 

Mas Jesus sabiamente rejeitou a ideia de viver somente de pão. “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que vem da boca de Deus” (Mt. 4:4). Jesus reitera isso também no Evangelho de João, onde deixa claro que devemos trabalhar por outro tipo de alimento (Jo 6:26-27).

A segunda tentação e a Tentação Religiosa que consistia em fazer com que Jesus pulasse do pináculo do templo e, ao ser carregado por anjos em queda livre até o solo, tomasse posse da liderança religiosa de sua época, um verdadeiro espetáculo tipo “Cirque du Soleil”. Recebendo assim, uma espécie de aprovação divina publica dentro dos limites sagrados do templo que certamente lhe garantiriam o apoio unanime da hierarquia sacerdotal. 

Mas Jesus discerniu a tentação e confrontou a corrupção de forma direta a religião institucionalizada – não somente no deserto como ao longo de seu ministério, não que fosse contra a instituição, nem ao templo, pois foi o próprio SENHOR que os institui, mas sempre que ela se tornou idólatra ou oprimia a seus seguidores com doutrinas e fardos de homens Ele denunciava. Jesus estava consciente de todos os erros religiosos de seu tempo e os confrontou, assim também devemos fazê-lo (Mateus 23:13-36).

A terceira e última tentação foi a Tentação Política, era a promessa de obter “todos os reinos do mundo e sua gloria e fama” em troca da alma de Jesus (Mat. 4:8-10). Esta tentação representava a possibilidade de um poder político a nível global – não apenas por meio da força de exercito de sua época, mas também por meio da fama e prestígio de se sentar no trono mais alto em influência e status do mundo. Ser um “George Busch” em sua época.

Esta tentação viria ao encontro das perspectivas messiânicas daqueles dias, por um Salvador que derrubaria a opressão política dos romanos com seus altíssimos tributos. Mas Jesus sabia que subjugar e oprimir não são a maneira de Deus no Novo Testamento. Ele rejeitou as três Tentações porque planejava demonstrar um novo tipo de poder, uma nova maneira de liderar. Servir, sofrer, morrer – estas eram as formas messiânicas de poder que Jesus se utilizava.

Jesus Cristo rechaçou a esperança popular judaica por um Messias que se dedicaria a alimentar os pobres, que usaria seus milagres para ganhar aceitação e que destronaria regimes opressores. Ele rejeitou as essas Três Tentações: a exploração econômica, a manipulação religiosa e a opressão política.

É curioso observar como, ao longo da história, a Igreja sempre sucumbe a pelo menos uma destas Três Tentações de tempos em tempos.

A Tentação Econômica faz com que a Igreja viva unicamente em função de atender as necessidades dos homens e o Evangelho a “La Carte”. Seu evangelho é antropocêntrico e minimalista, voltado unicamente para o bem estar do ser humano, o chamo de Hedo-evangelho (evangelho hedonista). 

Este evangelho se manifesta ora por meio da Teologia da Prosperidade ora pelo chamado “evangelho social”, com a diferença de que a primeira vertente transforma a Igreja em um Show Business e a segunda em uma militância social meramente humanista. 
Arrependimento, conversão, novo nascimento, viver em santidade e a realidade do inferno são temas raramente falados.

A Tentação Religiosa é o espírito da política eclesiástica. Líderes influenciados por este espírito deixam de lavar os pés dos santos para lamber botas de seus membros mais abastados, em busca de aceitação, prestígio e reconhecimento. 
Pastores que se desviam de seu chamado inicial de servir os pequeninos e se tornaram “empreendedores do reino”, não sabemos qual reino. Tornaram-se narcisistas eclesiásticos e amantes da fama. Diferentes da outra ora princesa Diana, morreriam por não serem fotografados pelos paparazzis da fé.

A Tentação Política faz com que a Igreja troque o pano de saco pelo colarinho branco, se envolvendo com os poderes deste mundo em troca de favores. Ao invés de influenciar a sociedade de baixo para cima com demonstrações simples de amor, serviço e santidade, a Igreja se vende a um partido ou ideologia política na tentativa de influenciar a sociedade de cima para baixo, por meio de poder e influência política. 

A história esta ai para provar que agir assim não traz resultados, o “sal não salga mais” e a sociedade esta cada vez mais paga. Para mim a igreja não pode ser apolítica, mas para se manter pura deve ser apartidária. Objetivo e a implantação do Reino, novos céus e nova terra onde se habitarão a retidão e justiça para sempre!

Que Deus nos ajude e nos livre destas Três Tentações é minha humilde oração!

Soli Deo Gloria!

Pastor Jonas Ayres é colunista do blog NAPEC

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