sábado, 28 de fevereiro de 2015

Confirmado: flúor na água potável pode causar depressão e obesidade pela disfunção da tireoide



Um estudo realizado na Inglaterra, pela Universidade de Kent, revelou que as altas taxas de disfunção da tiroide foram 30% maiores em áreas de maior fluoretação. Isso poderia significar que até 15 mil pessoas estejam sofrendo problemas desnecessários da doença que pode causar depressão, ganho de peso, fadiga e dores musculares.

No ano passado, a Saúde Pública da Inglaterra divulgou um relatório dizendo que o fluoreto foi uma forma “segura e eficaz” de melhorar a saúde dental. Mas as áreas onde o flúor é mais presente na água, como em West Midlands e no Nordeste da Inglaterra, são as mais problemáticas com o problema na tireoide sendo associado a esta “adição extra” de flúor.

“É preocupante para as pessoas que vivem nessas áreas”, disse o principal autor da pesquisa, o professor Stephen Peckham, do Centro de Estudos de Serviços de Saúde. “A diferença entre a região de West Midlands, que é fluoretada, e Manchester, que não é, é impressionante. O problema praticamente dobra”, completou.

“A disfunção da tiroide é desagradável, podendo levar a outros problemas de saúde a longo prazo. Eu acho que os conselhos de saúde precisam repensar sobre a aplicação de flúor na água. Há maneiras muito mais seguras para melhorar a saúde dental”, opinou o pesquisador.

Na Inglaterra, cerca de 10% da população (6 milhões de pessoas) vivem em áreas com uma fonte de água natural, ou artificialmente fluoretada, de 1 mg de flúor por litro de água potável.

Os pesquisadores analisaram resultados de 7.935 práticas comuns no país, que abrangem cerca de 95% da população inglesa, entre 2012 e 2013, comparando os resultados. As altas taxas de hipotireoidismo foram, pelo menos, 30% maiores quando relacionadas a áreas com níveis de flúor em excesso, ultrapassando a “taxa padrão” em 0,3 mg / l.

O flúor é um mineral de ocorrência natural encontrado na água em quantidades variáveis, dependendo da região. Também é encontrado em certos alimentos e bebidas, incluindo chá e peixes. Isso ajuda a combater a cárie, tornando o esmalte dentário mais resistente às bactérias. No entanto, estudos anteriores descobriram que ele inibe os mecanismos biológicos do iodo, que é essencial para a saúde da tiroide.

A glândula tiroide, que é encontrada no pescoço, regula o metabolismo, bem como muitos outros sistemas no corpo. Uma disfunção dessa glândula pode levar à depressão, ganho de peso, fadiga e dores musculares. O problema afeta 15 vezes mais mulheres do que homens.

Os pesquisadores dizem que os conselhos devem repensar a política de saúde pública no acréscimo de flúor no abastecimento de água, em uma tentativa de proteger a saúde dos dentes da nação. No entanto, a Saúde Pública da Inglaterra disse que evidências anteriores mostraram que o flúor na água era seguro.

“A Saúde Pública da Inglaterra revisa regularmente a base de evidências para a fluoretação da água. A totalidade das provas, acumuladas ao longo de décadas de pesquisa, nos diz que a fluoretação da água é uma medida segura e eficaz de saúde pública e não mostra nenhuma associação com a disfunção da tireoide”, disse Sandra Branco, Diretora de Saúde Pública Dentária da Inglaterra

Outros especialistas também alertaram que o estudo pode ter sido distorcido por viés da população, uma acusação negada pelos autores. “É bem possível que a associação observada seja consequência de outros hábitos pelos quais as áreas com maior flúor diferem do resto do país. Existem métodos epidemiológicos substancialmente mais rigorosos pelo qual a equipe de pesquisa poderia ter testado a sua ideia”, disse David Coggon, professor de Medicina Ocupacional e Ambiental da Universidade de Southampton.

Phonte: Jornal da Ciência

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