quinta-feira, 26 de março de 2015

A guerra contra a polícia

obama
 Deborah Srour – 

Ontem, aqui em Nova Iorque, dois policiais foram assassinados, ou melhor, executados a sangue frio no seu carro patrulha. Eles não tiveram nem tempo de empunhar suas armas. Um policial era de origem chinesa e o outro latino. O assassino, um africano-americano, saiu da cidade de Baltimore e dirigiu mais de 300 km para colocar “asas” nos “porcos” como ele postou na sua conta no Instagram. 

Ele poderia ter matado dois policiais em sua cidade, mas decidiu vir para Brooklyn aonde o Reverendo Al Sharpton liderou protestos depois que dois africanos-americanos morreram em confrontos com policiais brancos. Isto apesar de nos dois casos os policiais terem sido absolvidos de qualquer conduta imprópria. Foi em Brooklyn que Al Sharpton e os manifestantes gritaram: “o que nós queremos? Policiais mortos, quando o queremos? agora”. Sharpton conseguiu o que queria.


Esta semana (dezembro 2014) também vimos a América capitular frente ao ditadorzinho da Coréia do Norte que não vê nada de errado em manter sua população morrendo de fome enquanto vende reatores nucleares para outros ditadorzinhos mundo afora. De acordo com o FBI o governo da Coreia do Norte com o apoio de seu patrocinador a China, hackeou os computadores da Sony. E-mails e informações pessoais foram publicadas junto com uma ameaça: se a Sony distribuísse o filme A Entrevista, uma comédia sobre um complô de assassinar o ditador da Coreia do Norte, haveria um outro 11 de setembro na América. 

A Sony, após consulta com o Departamento de Estado norte-americano, decidiu retirar o filme. Mais tarde, o presidente disse que a Sony deveria tê-lo consultado, pois não é aceitável que a liberdade artística seja tolhida. Acho que daqui por diante, o Presidente deveria enviar o número do seu celular para todas as indústrias americanas.

O terceiro maior evento desta semana foi a decisão de Obama de reatar as relações com os ditadorzinhos de Cuba. Obama sabe mais que os 10 presidentes anteriores e todos os cubanos-americanos que estão escandalizados com esta decisão. Assim, em troca de criminosos cubanos que serão despachados de volta para a ilha, os Estados Unidos poderão daqui para frente fumar charutos cubanos e ir passar suas luas-de-mel em Havana, com o fez o prefeito de Nova Iorque anos atrás quando ainda era proibido.

Mas porque todos estes fatos são importantes? Porque isto mostra um padrão de conduta muito perigoso que começa com este presidente americano, seus conselheiros entre os quais está Al Sharpton, chegando até o prefeito de Nova Iorque Bill de Blasio que tem criticado severamente a policia. Todos eles ativistas de esquerda, se mostram muito mais confortáveis falando e apaziguando ditadores do que na presença de aliados. 

Obama ficou tão feliz em trocar cartas com o Ayatollah que praticamente acabou com as sanções contra o Irã. Agora ele resolveu repetir a dose com Cuba. Isto sem qualquer negociação ou exigência de democratização ou melhora nos direitos humanos e no tratamento dos que discordam do regime. Mas seu desconforto é patente quando recebe Netanyahu ou mesmo o primeiro-ministro da Inglaterra David Cameron ou da Austrália Tony Abbot.

Este padrão é perigoso porque objetiva remover a proteção da sociedade ocidental em prol de um politicamente correto que quer elevar os opressores do mundo ao nível dos líderes do mundo livre. A mesma atitude existe com relação à presença da rede de mesquitas e escolas da Irmandade Muçulmana nos Estados Unidos. Como pode a América lutar contra o islamismo radical se ela se recusa a reconhecer sua ameaça?

Desde os ataques de 11 de setembro, a América se concentrou em tratar os sintomas do islamismo radical, mas o político correto nos impede de atacar a própria ideologia que é a causa deste movimento. Há uma aversão total em todos os níveis do governo e da mídia de associar terrorismo com qualquer coisa que seja islâmica. E porque este medo? Por exemplo, em 2009 quando o major Nidal Hasan matou 13 pessoas em Fort Hood no Texas, o evento foi declarado “violência no trabalho”. Isto apesar de sua comprovada associação com grupos terroristas e dele ter gritado repetidamente Alahu Akbar durante o tiroteio. 

Em 2012 um oficial sênior do Departamento de Estado Americano anunciou que a Guerra ao Terrorismo tinha chegado ao fim com a morte de Osama Bin Ladin. Esta administração ainda acredita na falácia que eleições podem levar governos islâmicos ao poder, reconciliando a doutrina islâmica com democracia.

O problema é que a democracia é por si incompatível com o islamismo, pois sua base é a liberdade. Liberdade de imprensa, de expressão, de reunião e principalmente liberdade de culto. Islamistas podem ganhar eleições de modo democrático, mas a experiência mostra que após esta vitória todas as liberdades são suprimidas. Obama e sua administração, não conseguem ver que democracia não pode ser imposta instantaneamente aonde a opressão e falta de liberdades foram instilados na população por gerações. 

O mesmo ocorre com a Autoridade Palestina. Apesar de tudo o que ocorreu com o desengajamento de Gaza, todo o terrorismo vindo da Faixa, se houvessem eleições hoje, o Hamas ganharia de longe. Isto apesar do grupo pregar o mesmo tipo de islamismo que o Estado Islâmico.

Mas no nosso mundo Orweliano, politicamente correto, condenar o islamismo é ser imediatamente declarado anti-islâmico ou islamofóbico. O absurdo desta posição chegou ao ápice quando Obama declarou que as decapitações de infiéis pelo Estado Islâmico nada tinha a ver com o islamismo! Como pode a América lutar contra esta ideologia se se recusa a identificar seu próprio inimigo? A resposta veio alguns dias depois quando um muçulmano decapitou uma americana num supermercado no sul dos Estados Unidos. 

É razoável esperar que os muçulmanos moderados possam adotar os princípios democráticos num futuro próximo? Infelizmente o ocidente tem muito pouco poder no Oriente Médio. Não conseguimos ainda ter permissão de entrar com uma Bíblia na Arábia Saudita. Assim, nossos objetivos devem ser realistas. Devemos nos concentrar em impedir a expansão do islamismo radical no ocidente.

Primeiro não podemos ignorar a radicalização das universidades e seus departamentos de estudos orientais patrocinados pelos governos menos liberais do mundo. São deles que saem os formadores de opinião. Precisamos também fazer uma limpeza dos imams que pregam nas prisões, radicalizando uma população que já tem tendência a ser violenta. Os Estados Unidos têm que banir grupos como o CAIR e a Sociedade Muçulmana Americana que são grupos declaradamente parte da Irmandade Muçulmana. 

Se acharem que este é só um problema americano, estão errados. Membros destas irmandades estão sendo plantados em todos os países do ocidente, especialmente na América do Sul e precisamos estar alertas.

Vou aqui terminar com as palavras do Rabino inglês Lord Jonathan Sacks sobre o milagre de Hanukah: Ele disse que “através da história, povos odiaram em nome do D-us do amor, praticaram a crueldade em nome do D-us da compaixão, mataram em nome do D-us da vida, e fizeram a guerra em nome de D-us da paz. Nenhuma das grandes religiões se isentou disso em algum momento ou outro. A hora chegou para dizermos basta”. Se isso for politicamente incorreto… que o seja.

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