sábado, 28 de março de 2015

Dinheiro da CIA teria parado nos cofres da al-Qaeda, diz ‘NYT’



Cerca de US$ 1 milhão de um fundo fornecido secretamente pela CIA para o governo afegão acabou indo para os cofres da al-Qaeda em 2010, revelou o jornal “The New York” neste sábado. O dinheiro foi desviado para o pagamento do resgate de um diplomata afegão e teria acabado por financiar atividades da rede terrorista.

O próprio Osama bin Laden, líder do grupo e que supostamente foi morto pelos EUA no Paquistão, estava preocupado com a origem do dinheiro, temendo que a agência de inteligência soubesse da transação e que pudesse usar veneno, radiação ou algum mecanismo para rastreamento, indica o jornal. O terrorista teria sugerido converter o dinheiro em outra moeda.


Segundo o jornal, cartas relativas ao dinheiro foram encontradas em 2011 no esconderijo onde Bin Laden supostamente foi morto em Abbottabad. Elas foram usadas como provas no julgamento de Abid Naseer, que foi condenado este mês em Nova York por apoiar o terrorismo e planejar um ataque a bomba a um centro comercial em Manchester, na Inglaterra.

Cônsul afegão em Peshawar, Abdul Khaliq Farahi foi sequestrado em 2008. Ele foi libertado somente dois anos mais tarde após o Afeganistão pagar um resgate de US$ 5 milhões à al-Qaeda. Um quinto da quantia, segundo o “NYT”, veio de uma verba em dinheiro que a agência entregava mensalmente ao governo afegão. Os outros US$ 4 milhões teriam vindo de outros países.

Uma carta enviada pelo grupo a Bin Laden dizia que o dinheiro seria usado para armas, necessidades operacionais e pagamentos às famílias de combatentes presos no Afeganistão.
“Deus nos abençoou com uma boa quantia em dinheiro este mês”, escreveu Atiyah Abd al-Rahman, uma espécie de gerente do grupo, para Bin Laden em junho de 2010.

A verba da CIA era entregue no Palácio Presidencial e usada para comprar o apoio de líderes tribais, congressistas e outros, além de viagens diplomáticas clandestinas, afirma o jornal, durante o governo de Hamid Karzai. Os pagamentos teriam diminuído desde a posse de Ashraf Ghani.

O fato, se comprovado, contraria ainda uma política americana. Os EUA não pagam resgate a grupos extremistas. A CIA se recusou a comentar o caso.

Fonte: O Globo

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