quarta-feira, 29 de abril de 2015

Igreja Mundial recebe carro como oferta, não transfere, paga o IPVA recebeu 416 multas, e ofertante foi a protesto!

O apóstolo Paulo Moura, que diz estar muito chateado com a repercussão do episódio (foto: Igreja Mundial Graça e Paz)

Axel doa carro à igreja e ganha 416 multas. Pastor diz: “Também sou vítima” 

O apóstolo Paulo Moura, que diz estar muito chateado com a repercussão do episódio (foto: Igreja Mundial Graça e Paz)

No último dia 25, o UOL Esporte publicou uma reportagem sobre o ex-jogador do Santos e do São Paulo Axel, que doou um carro para o apóstolo Paulo Moura, da Igreja Mundial Graça e Paz, e acabou com o nome sujo na praça pela falta de pagamento de IPVA e pelo recebimento de 416 multas de trânsito.

O ex-jogador – que agora é técnico de futebol – entrou na Justiça para se ver livre da dívida, mas, como a responsabilidade de informar ao Detran sobre a troca de propriedade de um automóvel é daquele que vende ou doa o veículo, a sentença judicial apenas tirou do atleta responsabilidade sobre as multas, mas não sobre a dívida do imposto.


A Igreja Mundial e o apóstolo Paulo tentaram ainda, na ação judicial, fazer com que Axel arcasse com os custos que eles tiveram com advogados, pedido que foi negado pela Justiça.
Antes de publicar a reportagem, o UOL Esporte procurou o apóstolo Paulo para ouvir sua versão sobre os fatos. 

O religioso preferiu não dar entrevista, mas a igreja que comanda enviou uma nota oficial à redação do portal, que informava: “O Axel tinha feito a doação do veículo, na época ele deixou de comunicar o Detran, conforme determina o Código de Trânsito Brasileiro. Atualmente, o veículo não está mais sob a posse da Igreja, motivo pelo qual a Igreja recorrerá da decisão.”

Após a publicação da reportagem, porém, apóstolo Paulo decidiu falar com o UOL Esporte
Dizendo estar bastante chateado com a repercussão da notícia, o apóstolo falou sobre o ocorrido.

UOL Esporte: O que o senhor gostaria de dizer sobre o episódio?
Apóstolo Paulo Moura: Eu quero dizer que eu amo o Axel. Que eu jamais faria qualquer coisa para prejudicá-lo, eu respeito muito o Axel. Depois que essa reportagem foi publicada, veio repórter de TV me procurar, fazendo chacota, eu quero direito de resposta, ou isso pode até gerar processo por danos morais.

UOL Esporte: Certo. O que há para ser esclarecido?
Apóstolo Paulo Moura: Este carro nos foi dado em oferta pelo Axel. Logo depois, nós doamos novamente o carro, e eu falei para o camarada que recebeu que ele deveria providenciar a transferência. Mas ele não me ouviu. Eu amo o Axel. Eu amo a vida do Axel. Eu fiz o casamento dele, eu trabalhei para o namoro dele, para o noivado dele. Como que alguém vai querer prejudicar uma pessoa que faz uma doação dessas, meu Deus? Eu nunca iria querer prejudicar o Axel, eu também sou vítima nessa história.

UOL Esporte: Mas se é assim, por que o senhor e a Igreja contestaram judicialmente a ação do ex-jogador? Por que tentaram – sem sucesso – fazer com que ele pagasse os custos com advogado que tiveram com o caso? Por que ainda pretendem recorrer da decisão da Justiça?
Apóstolo Paulo Moura: Olha, veja bem, eu posso ser pastor, mas sou uma pessoa de origem humilde, eu não entendo de processo, eu nem li essas coisas da Justiça. O problema foi o camarada que recebeu o carro em doação da igreja, ele não fez a transferência, e tomou as multas…

UOL Esporte: Mas quem é esta pessoa e por que o senhor doou o carro que recebeu do Axel para ela?
Apóstolo Paulo Moura: Ele era um pastor também, que na época também estava utilizando o carro para fazer a obra de Deus.


O UOL Esporte tentou falar com Axel, que preferiu não se pronunciar sobre o caso.

Vinícius Segalla, no UOL

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