quinta-feira, 21 de maio de 2015

Bons pastores: Em busca de uma espécie em extinção



Ter uma vida cristã, hoje em dia, não é nada fácil. Vivemos os tempos das crises morais, mas, principalmente, das crises de autoridade. Se, antes, obedecer cegamente um líder podia ser sinal de piedade, atualmente significa apenas burrice. Os olhos precisam estar abertos e os ouvidos atentos, pois a apostasia espreita.

Estamos chegando perto daquele no momento que assumir as rédeas das nossas vidas será exigido e dar conta de nós mesmos inescapável. Não adianta mais esperar que os pastores venham cuidar de nós, as ovelhas. Sinceramente, se dependêssemos deles, estaríamos mais que desgarradas, mas atoladas em algum lamaçal por aí.


Não que faltem líderes ou homens de coragem. O que falta é inteligência e sabedoria. Há muita gente tentando exercer domínio sobre os outros, pela força e pela coação. O difícil é encontrar quem cative pela perspicácia, pelo conhecimento, pelo bom senso e pela santidade.

E tudo começa pela ignorância em relação à própria realidade. Quando não estão entrincheirados em seus castelos de futilidades arrogantes, se aliam à escória ideológica destes tempos. São imbecis ou canalhas.

Então eu pergunto: como me dispor a ouvi-los, a segui-los, a admirá-los? E, não se enganem, eu gostaria muito de poder fazer tudo isso! É terrível viver apenas por conta de si mesmo, e difícil. Cristo fundou uma Igreja, pois conhece a fragilidade humana. A comunhão é a solução para a fraqueza individual. Por isso, viver uma vida cristã isolada não é uma opção, no máximo, um peso a ser carregado.

No entanto, muitas vezes, o zelo pela obediência, a disposição de servir e a necessidade de fazer parte do grupo colaboram mais para a queda que para a edificação. É que, como as coisas estão, ficar em casa tem sido, não sem frequência, mais proveitoso do que ouvir tantos impropérios. É um amálgama de irrelevâncias e estupidez. E o ouvido fiel quase sangra por causa das agressões que precisa suportar.

Se ainda insisto em tentar encontrar um bom lugar para estar, onde Cristo é o centro e a razão hóspede bem tratada, é porque tenho consciência dos perigos do isolamento. Sei o quanto é difícil manter-se em pé, sozinho, por si mesmo, só eu e Deus. Se não fosse assim, certamente já teria mandado tudo às favas.

Se, por graça divina, você tem diante de si um verdadeiro líder espiritual, que seja inteligente, culto, com bom senso e com noção da realidade, fiel a Cristo e pronto a ensinar, agradeça imensamente a Deus por isso. Até porque é bem provável que você esteja diante de um dos últimos exemplares da espécie dos grandes homens de Deus.

Fabio Blanco




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