sábado, 23 de maio de 2015

Feminismo: Sexodus - Os homens estão a desistir das mulheres e abandonar a sociedade



Por Milo Yiannopoulos

"A minha geração de rapazes está totalmente lixada", diz Rupert, um jovem entusiasta de jogos de vídeo Alemão que eu tenho estado a conhecer durante os últimos meses.

O casamento está morto. O divórcio significa que serás prejudicado para o resto da tua vida. As mulheres abandonaram a monogamia, o que faz com que elas sejam pouco interessantes para quem de entre nós quer ter um relacionamento sério ou estabelecer uma família. 


É assim que as coisas estão. Mesmo que nós corramos o risco, há grandes chances dos filhos não serem nossos. Na França, nós temos que pagar pensão para crianças que a mulher gerou em adultério.

Na escola os rapazes são prejudicados constantemente. As escolas foram estruturadas para as mulheres. Nos Estados Unidos, os rapazes são obrigados a ingerir Ritalin como se fossem Skittles como forma de os calar. E ao mesmo tempo que as raparigas são favorecidas com quotas, os homens estão a ficar num distante segundo lugar.

Ninguém da minha geração acredita que terá uma reforma significativa. Nós temos cerca de 1/3 a 1/4 da riqueza da geração anterior, todos estão a fugir para a educação superior como forma de fugir do desemprego e da pobreza visto que não há empregos.

Tudo isto seria suportável se ao menos pudéssemos acalmar a dor com as raparigas, mas somos tratados como pedófilos e potenciais violadores só por mostrarmos interesse.


Ele dá um suspiro profundo, e diz que "as pessoas da minha geração são Os Bonitos", referindo-se a uma experiência dos anos 60 levado a cabo com ratos que supostamente previu um futuro sombrio para a raça humana.

Depois da sobrepopulação de ratos ter ficado fora de controle, as fêmeas dos ratos do "universo de ratos" de John Calhoun pararam de procriar, e os ratos machos retiraram-se da sua companhia por completo - comendo, dormindo, alimentando-se, limpando-se e nada mais. Eles tinham pele brilhante mas vidas vazias. “O paralelo é espantoso", diz Rupert.

Nunca antes na história a relação entre os sexos se exibiu com tanta ansiedade, animosidade e falta de entendimento. Para as feministas radicais, que têm sido a força motora por trás das tectónicas mudanças durante as décadas mais recentes, isto é um sinal de sucesso: elas querem destruir as instituições e as estruturas de poder que consolidam a sociedade sem se importarem com as consequências. A destruição niilista faz parte do seu mapa.

Mas para o resto de nós, o vislumbre da sociedade a entrar em colapso, com os homens e as mulheres comuns a serem afastados para cantos igualmente tristes graças a um pequeno mas altamente organizado grupo de agitadoras, é deprimente - particularmente se, como já foi notado por um crescente número de observadores, levarmos em conta que uma geração inteira de jovens - na maior parte homens - está a ficar para trás junto aos destroços deste projecto de engenharia social.

Os comentadores sociais, os jornalistas, os académicos, os cientistas e os próprios homens já repararam numa tendência: entre os homens com idades que vão do 15 aos 30 anos, um sempre-crescente número deles está a abandonar por completo a sociedade, a desistir das mulheres, do sexo e dos relacionamentos, e a recuar para junto da pornografia, dos fetiches sexuais, dos vícios químicos, dos jogos de vídeo e, em alguns casos, para a aborrecida cultura lad- tudo isto situações que os insulam do debilitante ambiente social criado, segundo alguns, pelo moderno movimento feminista.

É difícil culpa-los. Cruelmente ridicularizados como homens-crianças e chorões por se oporem às absurdamente injustas condições das universidades, dos bares, dos clubes, e assim por diante, os homens são culpados por fazerem e culpados por não fazerem: ridicularizados por viverem nos porões evitando mulheres agressivas e exigentes com expectativas irrealistas, ou chamados de violadores e misóginos por expressarem interesse sexual.

Jack Rivlin é editor-chefe do tablóide estudantil com o nome de The Tab, um sucesso enorme cuja strapline diz, "Iremos para de escrever quando vocês pararem de nos ler."

Como a inteligência orientadora por trás de mais de 30 jornais estudantis, Rivlin é muito provavelmente a pessoa melhor colocada do país para observar a tendência em acção. E ele também concorda que a geração actual de homens jovens acha particularmente difícil interagir com as mulheres.
Os adolescentes sempre foram desastrados com as meninas, mas existe o medo concreto de que ter boas intenções não é suficiente, e que se pode ter problemas só por se ser desajeitado. Por exemplo, inclinar-se para um beijo pode ser o suficiente para se ser qualificado de canalha [inglês: "creep"] e não de alguém simplesmente inepto.

As novas regras que se esperam que sejam adoptadas pelos homens nunca foram explicadas de modo claro, diz Rivlin, o que deixa os rapazes sem noção e neuróticos no que toca a interagir com as meninas.
Isto pode soar como algo de bom porque encoraja os homens a assumir a abordagem não-romântica mas práctica de perguntar às mulheres de que forma é que eles se devem comportar perante elas, mas isto causa a que muitos deles optem pela exclusão deste jogo, e retirem-se para o seu santuário dos seus grupos de lads,  onde ser rude para as mulheres é aprovado, e onde se pode evitar por completo a socialização cara-a-cara com o sexo oposto. Há também muitos rapazes que ignoram as mulheres porque eles não sabem como agir perante elas. Escusado será dizer isto mas os rapazes que não passam tempo com as mulheres não são muito bons nos relacionamentos.

Rivlin notou também num aumento da dependência de substância - normalmente o álcool - que os rapazes usam para acalmar os nervos:
Já ouvi muitos estudantes masculinos a gabarem-se de nunca terem tido relações sexuais enquanto estavam sóbrios. Claramente, eles estão com medo, mas eles estariam com muito menos medo e menos disfuncionais se eles entendessem "as regras".

As consequências?
Muitos homens gentis mas desajeitados estão a escolher não abordar as mulheres porque não há oportunidade de se fazerem erros sem sofrer o pior embaraço de sempre. E mais perturbador ainda, este efeito sente-se de forma mais vincada junto das comunidades mais pobres e com menos educação, onde os recursos do pacote de apoio são escassos para os homens. Na minha alma mater, a Universidade de Cambridge, e segundo o presidente da União social Tim Squirrell, este fenómeno mal é detectado.

Acho que não notei mudanças nos tempos mais recentes. Este ano começou com a introdução de workshops obrigatórios relativos ao consentimento, o que eu acredito ser algo de bom, e há também um grande esforço por parte da Campanha das Mulheres em particular para combater a cultura ladna universidade.

A atmosfera por aqui é a mesma que era há um ano atrás - na sua maioria, rapazes geeks que têm demasiado medo para abordar as mulheres, e uma minoria de homens que têm confiança suficiente para avançar.

Obviamente que as mulheres têm também capacidade de decisão, e elas abordam os homens aqui da mesma forma que abordam noutros lados. Certamente que não tem havido histórias de seca sexual na universidade. Acho que as pessoas estão a ter o mesmo sexo que sempre tiveram.

Obviamente que em Cambridge, isso pode não significar muito, e por uma variedade de motivos socioeconómicos e motivos de classe, as tribos de Oxford e Cambridge encontram-se de alguma forma isoladas do efeito da desistência masculina. Mas mesmo numa universidade com tanto prestígio com uma população largamente da classe média-alta, estas paternalistas e obrigatórias aulas em torno do "consentimento" são implementadas.

Squirrell, que admite ser um feminista com uma visão política centro-esquerda, acha isto uma boa ideia, mas académicas tais como Camille Paglia há já alguns anos que têm avisado que as “rape drives” nas universidades têm colocado as mulheres sob riscos maiores, se é que essas iniciativas fazem alguma.

Hoje em dia, as mulheres são ensinadas a agir como vítimas, ensinadas a ser agressivamente vulneráveis, e convencidas de que a mais pequena das infracções, abordagem ou o mais inofensivo  e desajeitado mal-entendido por si entendidos são uma "agressão", um "abuso", e "assédio". Isto pode funcionar bem dentro da universidade, onde os homens podem ver as suas carreiras académicas destruídas devido a um diz-que-disse duma aluna.

Mas segundo Paglia, quando a mulher entra no mundo real sem a rede de segurança das comités de violação das universidades, ela está totalmente despreparada para a ocasionalmente violenta realidade da sexualidade masculina. E o pânico e a fomentação do medo não estão de maneira alguma a ajudar os homens. De forma geral, a educação está a passar a ser uma experiência miserável para os rapazes.

* * *

Nas escolas por toda a Grã-Bretanha e Estados Unidos, os rapazes são implacavelmente patologizados, tal como os académicos começaram a avisar em 2001. Atitudes de rapaz e o comportamento tempestuoso passaram a ser "problemáticos", sendo o comportamento das raparigas o padrão dourado usado para aferir estes rapazes deficientes. Quando os rapazes são apurados como estando em falta, a solução são frequentemente as drogas.

Um em cada sete rapazes Americanos foi diagnosticado com "Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade" [inglês: "Attention Deficit Hyperactivity Disorder" (ADHD)] a dada altura da sua carreira estudantil. Milhares serão prescritos com um poderoso estabilizador de humor, tal como o Ritalin, pelo crime de ter nascido macho. Os efeitos colaterais desta droga podem ser hediondos e eles incluem morte súbita.

Entretanto, academicamente, os rapazes estão a ficar cada vez mais para trás das raparigas, muito provavelmente devido ao bem-financiado foco que foi colocado no sucesso das raparigas durante as últimas décadas, e pouco tem sido feito em favor dos rapazes que hoje em dia estão a obter notas mais fracas, notas inferiores, menos honras académicas, e menos habilidades comerciáveis de economia da informação. A alfabetização dos rapazes em particular encontra-se em crise por todo o Ocidente.

Temos estado tão obcecados com as raparigas que nem temos notado na forma como os rapazes têm caído para dentro dum problema académico sério.

Então, o que foi que aconteceu com estes rapazes que, em 2001, estavam a perder terreno para as raparigas nas escolas, eram menos susceptíveis de entrar numa universidade, estavam a receber drogas que não precisavam, e cuja auto-estima e questões em torno da sua confiança foram ignoradas, mas que foram activamente ridicularizados pelo Establishmentfeminista que tem um domínio estrangulador sobre os sindicatos de ensino e sobre os partidos políticos de inclinação Esquerdista? Basicamente, eles cresceram disfuncionais, mal servidos pela sociedade, profundamente miseráveis, e, em muitos casos, totalmente incapazes de se relacionarem com o sexo oposto.

Os rapazes que foram traídos pelo sistema de educação e pela cultura como um todo em vastas quantidades entre 1900 e 2010 são aqueles que representam a primeira geração do que eu chamo de sexodus - um abandono em larga-escala da sociedade mainstreampor parte de homens que decidiram que simplesmente não conseguem enfrentar ou darem-se ao trabalho de formar um relacionamento saudável e participar nas comunidades locais, nas democracias nacionais e noutras estruturas do mundo real.

Uma segunda geração do sexodusestá a gestar nos dias de hoje, potencialmente com um maior mal a ser feito a ela devido ao surgir de leis absurdas, inoperacionais,  hipócritas e claramente misândricas tais como a legislação "Yes Means Yes"da Califórnia - e pela terceira vaga do feminismo, que domina jornais tais como o The Guardian e companhias tais como Vox e Gawker, mas que actualmente desfruta dum último fôlego antes das próprias mulheres a rejeitarem por margens ainda maiores que as actuais 4 em cada 5 mulheres que não querem ter qualquer tipo de associação com a temida palavra F[Feminismo].

* * *

O sexodus não chegou do nada, e as mesmas pressões que forçaram tantos milenares [ed: pessoa que atingiu a idade adulta em meados do ano 2000] a abandonar a sociedade, também exerceram pressões sobre a geração dos seus pais. Um pesquisador profissional que se encontra no final dos 30, e com quem eu já converso sobre este tópico há alguns meses, coloca as coisas de modo particular:
Durante os últimos 25 anos, foi-me dito para fazer mais e mais para manter uma mulher, mas ninguém me disse o que é que elas estão a fazer para me manter. Posso-vos dizer como um homem heterossexual que se encontra numa posição profissional relativa à gestão, e alguém que não abandonou a sociedade, a mensagem que nos chega das mulheres é: "Não só é preferível que desapareças, mas imperativo. Tens que pagar por tudo e fazer com que tudo funcione; mas tu mesmo, e as tuas preferências, podem desaparecer e morrer."

Durante as últimas décadas as mulheres têm enviado mensagens confusas aos homens, deixando os rapazes totalmente confusos em torno do que é suposto eles serem para as mulheres, o que talvez explique a linguagem forte que eles usam para descrever a sua situação. Visto que o papel de ganha-pão lhes foi retirado pelas mulheres, que podem ganhar mais e ter melhores notas nas escolas, os homens ficam com a missão de intuir o que fazer - tentando encontrar uma forma virtuosa de ser o que as mulheres dizem que querem e o que as mulheres realmente perseguem (que pode ser algo totalmente diferente).

Os homens dizem que a diferença entre o que as mulheres dizem e o que elas fazem nunca foi maior. É dito constantemente aos homens que eles têm que ser delicados, companheiros de viagem sensíveis durante o percurso feminista. Mas as mesmas mulheres que dizem que querem um namorado simpático e não ameaçador, levam para casa e ficam caídas pelo homens simples, de peito grande e garanhões cheios de testosterona do filme Game of Thrones.

Os homens sabem disto, e, para alguns, esta inconsistência gigantesca faz com que o todo este jogo tenha a aparência de ser demasiado trabalhoso. Para quê levar em conta o que a mulher quer quando se pode practicar desporto, masturbar, e jogar jogos de vídeo a partir do conforto do quarto?

Jack Donovan, escritor sediado em Portland que já escreveu vários livros sobre homens e sobre a masculinidade, cada um deles tornando-se um sucesso de culto, diz que o fenómeno já se encontra endémico dentro da população adulta:
Vejo muitos homens jovens que de outra forma estariam a ter encontros e a casar, a desistir das mulheres. Ou então a desistirem da ideia de ter uma esposa e uma família. Isto ocorre tanto junto dos homens que seriam tradicionalmente desajeitados com as mulheres como também junto daqueles que não são de maneira nenhuma desajeitados com as mulheres.

Eles fizeram uma análise custo-benefício e aperceberam-se que é uma péssima ideia. Eles sabem que se investirem num casamento, a sua esposa pode levar tudo o que é deles apenas e só devido a um capricho.

Quase todos os homens tomaram parte em seminários anti-violação e seminários anti-assédio sexual obrigatórios, e eles sabem que podem ser despedidos, expulsos ou presos tendo como base a palavra de qualquer mulher. Eles sabem que, na maioria das situações, eles são culpados até prova em contrário.

Donovan coloca as culpas pelo que os homens sentem às portas do actual movimento feminista e pelo que ele vê como a sua falta de sinceridade:
Os homens jovens que estão a batalhar imenso estão também confusos porque eles operam sob a presunção de que as feministas estão a batalhar em boa fé. Na verdade, elas estão envolvidas numa luta sexual, social, política e status económico de tudo-ou-nada - e elas estão a vencer.

Os média permitem que as feministas radicais definam todos os debates em parte porque o sensacionalismo atrai mais cliques do que qualquer tipo de discurso equilibrado. As mulheres podem dizer virtualmente qualquer coisa sobre os homens - independentemente do quão humilhante for - e receber um misto de aplausos e vaias de apoio.

Certamente que esta tem sido a experiência de várias coligações masculinas nos média recentemente, quer tenham sido cientistas enraivecidos pelas denuncias feministas ao Dr  Matt Taylor, ou jogadores de jogos de vídeo a fazer campanha sob a bandeira de ética de imprensa que viram o seu movimento atacado e qualificado de "grupo de ódio misógino" por parte dum mentiroso grupo de feministas guerreiras e por parte dos assim chamados "guerreiros da justiça social".

Donovan tem alguns pontos de vista que explicam o porquê de ter sido fácil para as feministas triunfar nas batalhas mediáticas:
Devido ao facto dos homens instintivamente quererem proteger as mulheres e assumir o papel de heróis, se um homem escreve algo que tentativamente é uma crítica, ele é criticado tanto pelos homens como pelas mulheres como um tipo de canalha extremista.

A maior parte dos "estudos masculinos" e livros e blogues centrados nos "direitos dos homens" que não são explicitamente pró-feministas encontram-se carregados de desculpas e apologias dirigidas às mulheres.

Livros tais como "The Myth of Male Power"e sites tais como "A Voice for Men"são os monstros favoritos das feministas mas só porque eles salientam a hipocrisia feminista na sua busca pela "igualdade"

Ao contrário das feministas modernas, que estão a criar um fosso entre os sexos os "Activistas dos Direitos dos Homens" ["Men’s Rights Activists"] "realmente parecem querer igualdade sexual", diz ele. Mas os autores focados nos direitos dos homens e os académicos masculinos estão constantemente a caminhar com cuidado como forma e garantir que não dêem a impressão de serem radicais.

Do lado feminino, não há existe este tipo de cuidado, obviamente, com aquilo que ele chama de “feministas hipster” tais como Jessica Valenti do The Guardian a andar por todo o lado com uma t-shirt onde se ê: "Eu banho-me nas lágrimas masculinas".

“Eu sou uma pessoa crítica do feminismo,” diz Donovan. "Mas nunca andaria por aí com uma t-shirt a dizer, “EU FAÇO AS MULHERES CHORAR.” Isso daria a impressão de eu ser um patife e alguém que quer intimidar os outros."

É opinião dos académicos, dos sociólogos e de escritores como Jack Donovan que uma atmosfera de hostilidade implacável e jocosa dirigida aos homens por parte de figuras mediáticas privilegiadas da classe média, mais uns poucos colaboradores masculinos dentro do projecto feminista, que tem sido parcialmente responsável por uma geração de rapazes que simplesmente já não se importa.

Na segunda parte iremos conhecer alguns homens que "abandonaram", desistiram do sexo e dos relacionamentos, e mergulharam na vida solitária ou na cultura ladcheia de álcool. E iremos descobrir também que as verdadeiras vítimas do feminismo moderno são obviamente, as próprias mulheres, que estão mais sozinhas e mais insatisfeitas que alguma vez estiveram.

- http://goo.gl/V5oRGU

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