domingo, 24 de maio de 2015

O Estado Islâmico Avança

ISIS-Iraq-Attack

por David Moran – No mundo em convulsão que atravessamos nos últimos anos devido ao ressurgimento de extremistas islamicos, países fazem alianças- as vezes clandestinas e não declaradas – que há pouco tempo poderiam parecer impossíveis. Em março de 2011 começou o levante contra o regime ditatorial de Bashar Assad na Síria. 

Os rebeldes levados pelos bons ares da “primavera árabe” imediatamente foram abraçados pelos EUA e países Ocidentais. Esses países não souberam identificar que ao título de rebeldes de cidadãos sírios que estavam saturados de 40 anos de ditadura do regime Assad, juntaram-se “rebeldes” islamistas que vieram de fora e tinham agenda religiosa, iniciando pelo Jabhat al Nussra até os extremistas do “Esatado Islamico”. 


Todos mexem na massa síria e o bolo tem gosto amargo de mais de 250 mil mortos, centenas de milhares feridos e milhões de refugiados sírios no Líbano, na Jordania, Turquia e na própria Síria.

O regime sírio parece que só está resistindo pela maciça ajuda da República Islamica do Irã e da sua satélite libanesa, a organização terrorista Hizballah e com a cooperação de armamento russo. Várias batalhas são travadas entre Daesh,- abreviação de Dawlah al Islamia, nome em árabe que significa “EI”- e forças da Síria e suas aliadas. Desde o início do mes foram intensificadas as lutas na cordilheira de Qalamoun, na fronteira entre a Síria e o Libano, onde passa a estrada de Damasco para Beirute e de suma importancia estratégica. Hizballah teve muitas baixas e o medo da queda do governo Assad é tão grande, que até o líder desta organização disse:” que se o regime Assad cair, nós Hizballah cairemos também”. Nesta área por enquanto a batalha não foi definida.

Uma batalha que parece que caiu nas mãos do EI é a antiga cidade de mais de 2000 anos de Palmyra, a 215km. ao nordeste de Damasco. Esta cidade, que era um oásis na trilha de comerciantes é considerada Patrimonio da Humanidade e tem relíquias históticas. Agora, com a tomada da cidade pelo EI, as preciosidades arqueológicas que sobreviveram 2000 anos devido ao clima que as preservou estão ameaçadas. Os selvagens degoladores de cabeças, provavelmente destruirão qualquer vestígio antigo, como fizeram em outras localidades que conquistaram. Agora o EI já passa a controlar a metade do território sírio e tem que preocupar qualquer pessoa sensata.

No Iraque também o EI está avançando. Esta semana depois de longas lutas, o exercito iraquiano com treinamento e equipamento americano fugiu da importante cidade de Ramadi, no condado de Al Anbar, fato que até as autoridades militares americanas qualificaram como “situação muito séria”. Estão organizando novas tropas iraquianas para tentar reconquistar a cidade. Para a determinação do EI e a talvez falta de entendimento Ocidental até parece propicio o provérbio “o cão ladre e a caravana passa”. No inicio da semana, pela primeira vez EUA informou que forças de comando Delta agiram na Síria e mataram o vice líder do EI, Abu Sayyaf, que também era o “ministro” da venda do gaz que abastece as operações da organização. Isto não deteve as forças do EI de continuar lutar e conquistar novos territórios.

As lições que devem ser tiradas desses combates é que uma guerra não é vencida só usando aparelhos aéreos, mesmo tendo o melhor Serviço de Inteligencia e o Ocidente não pode confiar nos aliados árabes. Estes podem mudar de posição de acordo com o vento que sopra na hora. Os EUA que invadiu o Iraque em 2003, derrubou o ditador Saddam Hussein e adestrou as novas forças iraquianas e lhes supriu com armamento, vê que o exercito iraquiano foge da luta. Por outro lado, quando o maior aliado árabe dos EUA, a Arabia Saudita, que gasta anualmente bilhões de dolares em material belico americano, reprime o governo Obama e o rei anula viagem programada aos EUA, por causa da política americana pálida ante o Irã e seu avanço nuclear, esta atitude é compreensível.

Os refugiados de luxo e os outros

Dos refugiados palestinos todo o mundo conhece, apesar de que eles podem ser considerados “refugiados de luxo” pelo trato e verbas que recebem. Iniciando pelo termo da ONU para determinar que é refugiado, que é uma pessoa que foi deslocada da sua casa para outro país. Os descendentes já não são considerados refugiados. 

Não no caso palestino que recebem um trato bem especial da comunidade internacional que lhes permite herdar o título de refugiado e por isso eles contabilizam cerca de 4.5 milhões, quando calcula-se que há 30.000 refugiados de acordo com as normas mundiais. Os 50 milhões de refugiados do mundo todo (excluindo os palestinos) tem uma agencia da ONU para lhes tratar a UNHCR com cerca de 8000 funcionários. De forma discriminatória a ONU criou a UNRWA, que tem 30.000 funcionários, a maioria palestinos, para tratar só deles mesmos. As verbas que está agencia recebe por refugiado é 3 vezes maior do que os refugiados do mundo todo.

A Autoridade Palestina durante anos recebeu e recebe bilhões de dolares e boa parte vai para gastos em corrupção e enriquecimento pessoal ilicito e ninguém os questiona, onde está o dinheiro. De outros grupos de refugiados provàvelmente pouco se ouviu. Os relações publicas deles são ruins mesmo. Quem acompanha mais de perto, notou que ùltimamente noticiou-se dos barcos a deriva de uma minoria desconhecida para nós no Ocidente, os rohingya. 

Esses são minoria de cerca de 1.3 milhões de muçulmanos que sairam de Bengaladesh para Mianmar- antiga Birmania- de 54 milhões de budistas. Neste país eles são considerados ilegais e dezenas de anos são perseguidos, o governo lhes nega cidadania,serviços do Estado, educação, sofrem de segregação e vivem em sub condições.

A ONU qualifica a minoria rohingya como uma das mais perseguidas do mundo. Isto não os ajuda em nada. Milhares deles estão tentando se livrar dessas condições sub-humanas e fogem de Minamar de barcos em precárias condições e chantageados por traficantes exploradores para países vizinhos que mesmo que são da mesma religião muçulmana, como Indonésia e Malasia, lhes negam entrada. A Marinha indonesa informou que expulsou barcos com centenas de refugiados rohingya e os direcionou à vizinha Malasia, após lhes abastecer. 

A Marinha da Malasia divulgou que não permitirá os barcos aportar em suas costas e os direcionará para o alto mar. Esses trágicos e tristes fatos passam despercebidos pelos formadores de opinião pública que nem imaginemos que manchetes dariam se o Estado de Israel não atendesse em hospital israelense a filha de Ismail Hania em outubro de 2014 e antes sua neta(11/13), mesmo que o líder do Hamas não reconhece o Estado Judeu e quer sua destruição.


Ilustres visitantes em Israel

Se alguém sentiu um congestinamento no Aeropotro de Ben Gurion ele se deveu ao dilúvio de gente importante que veio ao país. Só para citar alguns deles: o cantor Robbi Williams veio e deu um concerto para 40.000 entusiastas no Parque Hayarkon em Tel Aviv e revelou aos opositores da visita, “adorei estar em Israel”. Logo o conjunto americano Backstreet Boys que em 1 semana passearam em Tel Aviv, Jerusalém e o Mar Morto, deram 3 concertos no Anfiteatro de Ra’anana para a alegria das fãs e disseram que “amamos Israel”. O Chick Corea está para chegar com Bobby McFerrin e darão 4 concertos e damos as boas vindas ao Gilberto Gil e Caetano Veloso com acompanhantes que darão um pouco dos ares brasileiros que os israelenses tanto gostam.

O criador da Wikipedia, Jimmy Wales de 48 anos veio a Israel, “acho que pela 10ª vez nos últimos anos”, para receber o renomado Premio Dan David na categoria de Contribuição Especial a Humanidade. Wales é entusiasta da curiosidade e inteligencia israelense. A Wikipedia é o quinto site mais visitado no mundo. O renomado escritor italiano de Napoli Erri de Luca de 65 anos autor de preciosidade como o Monte de Deus e o Dia Antes da Felicidade, entre muitos outros esteve num encontro de escritores na Universidade de Tel Aviv. 

De Luca que era da extrema esquerda “acordou” depois do assassinato dos 11 atletas israelenses na Olimpiada de Munique por terroristas palestinos e não os simpatiza. Apesar de ser um ateísta tem uma grande paixão pela Bíblia e isto o levou a aprender o hebraico e o iidiche. Gosta tanto de Israel “que o visito quase que anualmente”. O presidente da FIFA, Sepp Blatter veio acompanhado do seu executivo Jerome Valcke para interceder e tentar mover o Presidente da Federação Palestina de Futebol, Jibril Rajub de trazer uma proposta de expulsar Israel da organização. (mais detalhes na próxima semana).


Curtas

SHAVUOT. Neste domingo é comemorado Shavuot (Pentecoste), justamente 7 semanas (shavuot em hebraico) depois do segundo dia de Pessach. Segundo a tradição judaica nesta data no Monte Sinai, Deus deu ao povo de Israel através de Moises as tábuas dos 10 Mandamentos. Shavuot também é vinculado a natureza e a agricultura. 

Em Israel é a Festa da Colheita e das Primeiras frutas e verduras (Hag Habikurim) que em épocas antigas eram levadas ao Templo em Jerusalém. Shavuot é uma das 3 festas em que os israelitas iam para Jerusalém. As outras são Pessach e Sucot. Na véspera há os que estudam Torá durante a madrugada. O dia é marcado pelos trajes brancos, come-se derivados de leite e nos kibutzim e moshavim há exposições das colheitas e produçaõ local.

KIBUTZ EIN HASHLOSHA. Este kibutz de imigrantes latino americanos do Hanoar Hatzioni, situado no noroeste do Negev, próximo a Faixa de Gaza (8km de Khan Yunes), teve este ano a maior produção em Israel e do mundo de leite por vaca,média de 14.500 litros. Perguntados como o conseguiram, se tiveram bombas e guerra e até foi descoberto um tunel que ia de Gaza ao kibutz, a resposta foi que mimaram as vacas e lhes alimentaram bem, mesmo debaixo de bombas na Operação Penhasco Firme.

BOA ECONOMIA. A Agencia Fitch manteve o rating de Israel na categoria A, com estimativa estável. Não fosse a situação politico militar, os economistas da agencia dizem que elevariam o grau para A+. A previsão da Fitch é que a economia israelense cresça 3.4% e inflação aproximada de 1%.

DIA DA CIENCIA ISRAELENSE. Dia 12 foi marcado como Dia da Ciencia para estimular todos interessar-se por ciencias. Nas universidades, institutos de pesquisa e museos de ciencia havia atividades gratuitas , inclusive palestras noturnas de renomados cientistas em bares e pubs frequentados por jovens.

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