quarta-feira, 1 de julho de 2015

Cristianismo mudo.



Deus já não está mais presente em nossas conversas. Ele já não é mais lembrado nas rodas de colegas, nas saídas aos fins de semana, nos planos para as próximas férias, no churrasco com os amigos, no beijo na namorada, na sala de aula, na caminhada diária, nos dedos que teclam, na mente que pensa, no dia a dia do casamento, na letra da música, nos afazeres da casa, na conversa ao pé da escada, e por vezes, infelizmente, nas igrejas lotadas.

Nós esquecemos de Deus!


Vivemos um cristianismo mudo, que de Cristo mesmo já não tem quase nada. Falamos sobre tudo, desde: roupas, vestidos, maquiagens, homens e sandálias, até: futebol, faculdade, academia, mulheres e baladas. Não conversamos mais sobre ou a partir da perspectiva daquele que nos deu a vida. Encaixotamo-lO em nossas convenções religiosas dominicais e de lá não temos o menor interesse de tirá-lO, a não ser, é claro, quando estivermos extremamente necessitados, para esses momentos o Senhor sempre serve. 

Pobre de nós, pensamos estar vivendo o evangelho de Cristo, quando, na verdade, estamos perdidos numa superficialidade insana que insiste em diminuir e confundir o ser humano do século XXI. Dizemos ter um Pai maravilhoso, mas não temos orgulho dEle. 

O que está havendo conosco? Será possível estarmos servindo o mesmo Deus no qual a Escritura Sagrada dá testemunho nas histórias de gente como: Abraão, Noé, José, Elias, Samuel, Davi, Neemias, Jonas, Isaías, Jeremias, Amós, Maria, Zaqueu, Tomé, Lucas, Madalena, Mateus, Pedro, João, José de Arimatéia, Timóteo, Paulo e tantos outros?

Talvez você possa me perguntar, e qual problema disso? Fé é questão de foro íntimo, qual a finalidade de espalhar o que eu creio aos quatro cantos? Pode parecer uma resposta infantil, mas acredite, inconscientemente, esse princípio relativista tem ganhado grande espaço na mente e na práxis da geração atual, que é a nossa geração.

Nosso Senhor no evangelho de Lucas 6.45, diz:

“O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração”.


Sim, isso não é ditado popular, são palavras de Jesus! Se não pensamos nem falamos sobre Ele no dia a dia da vida, o que garante que, de fato, Ele seja nosso Senhor e more em nosso coração? Trocando em miúdos, o que Jesus está ensinando é que se não falamos sobre Ele, estamos vazios dEle. Qual foi a última vez que você se deleitou por horas em uma conversa sobre a pessoa e o caráter do Deus a quem você confessa servir e amar? 

Qual motivação te faz viver? Deus tem alguma coisa a ver com isso? Quando foi a última vez que você perdeu a hora conversando com seus amigos ou familiares sobre sua fé em Jesus Cristo? Por que raramente fazemos isso? Por que nunca fazemos isso? Todas estas são perguntas sérias que deveríamos responder com sinceridade a nós mesmos, diante de Deus.

É impossível passear pelas páginas da Escritura Sagrada e não constatar o encantamento que os homens e as mulheres ali descritos tinham por Deus. Estamos falando de gente maravilhada com o que viram e ouviram da parte do Senhor, gente entusiasmada e encantada, disposta a se preciso for, entregar a própria vida pela causa do evangelho. 

Foram homens, mulheres, jovens, corruptos, reis, pescadores, senhores, ladrões, senhoras, políticos, prostitutas, nobres e pobres que, ao se depararem com o Deus Vivo tiveram suas rotinas completamente chacoalhadas e seus mundos virados de pernas pro ar. Eles deixaram a vida que viviam, os valores que tinham, a comodidade em que estavam, se arrependeram, creram e passaram a amar a Deus com todas as forças, ficaram deslumbrados com Ele, não podiam não pensar nEle, não podiam não falar dEle.

Precisamos nos arrepender, pedir perdão sincero ao Pai por nossa omissão diária do testemunho que sinaliza o Reino e o Rei, através de obras e palavras no chão da vida diária. 

Precisamos de uma intervenção urgente do Senhor para que tenhamos nossos corações alquebrados e despertados para a urgência de um relacionamento comprometido que não meça esforços para honra-lO, ama-lO e proclama-lO com todo fervor, como luzeiros no mundo, quer com palavras, quer com ações. Precisamos recordar-nos desses homens e mulheres encantados pelo Senhor e assim buscarmos vigor e renovo em Cristo, para vivermos um cristianismo maiúsculo que desperte em nós tamanho fascínio por Deus que não mais seremos indiferentes ao chamado de ser luz onde há escuridão e esperança onde há desilusão.

Que Deus nos alcance!

Fonte: Minha Vida Cristã

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