terça-feira, 21 de julho de 2015

Doença que pode matar em poucos dias chega à Paraíba e estaria ligada à dengue



Síndrome de Guillain-Barré pode ser desencadeada através de vírus ou bactérias, em casos de zika e chikungunya, ou em pessoas que tenham Aids, tenham se vacinado recentemente, passado por cirurgias, traumas, possuam linfomas ou lúpus

Ao menos três moradores do município de Cajazeiras, no Sertão paraibano, a 487 km de João Pessoa, contraíram, entre janeiro e junho deste ano, a síndrome de Guillain-Barré, uma doença considerada rara pela medicina, com difícil diagnóstico, e que pode matar em poucos dias, caso não haja atendimento correto. 



A doença pode aparecer através de vírus ou bactérias e existe a suspeita de que a dengue, a zika ou a febre chikungunya possam desencadear a síndrome, que tem tratamento caro, chegando a custar até R$ 234 mil por pessoa.
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O primeiro caso da síndrome foi registrado no mês de abril deste ano, quando uma escrivã da Polícia Civil em Cajazeiras foi internada em estado grave no Hospital Regional (HRC) com problemas respiratórios.

No hospital, a paciente foi diagnóstica com pneumonia e, em seguida, transferida para uma unidade hospitalar no estado do Ceará, onde foi diagnosticada com a síndrome de Guillain-Barré. Cerca de 15 dias depois de iniciar o tratamento, a paciente morreu.

O segundo caso da doença foi registrado no fim de maio, quando uma jovem moradora de Cajazeiras também foi diagnosticada com a síndrome. A paciente ficou internada em um hospital cearense durante 30 dias e conseguiu vencer a doença.


O caso com divulgação mais recente foi registrado no mês de fevereiro em um homem, também morador de Cajazeiras. O paciente teria sido internado no HRC após se sentir mal. Com o agravamento do estado de saúde, a vítima foi transferida para o Hospital Antônio Targino, em Campina Grande.

Tratamento

O Hospital Antônio Targino confirmou ao Portal Correio que recebeu a confirmação da entrada do paciente. Segundo o hospital, o homem ficou internado por cerca de 70 dias, sendo 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“A síndrome é rara e nos últimos cinco anos registramos apenas quatro ou cinco casos. Neste caso em questão, o paciente ficou internado e precisou ser tratado com ampolas de imunoglobulina humana. Cada uma das ampolas custou cerca de R$ 6 mil e também houve gastos com UTI e outros procedimentos, custeados pela família. No total, como o tratamento é caro, foram gastos cerca de R$ 234 mil”, informou o hospital.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a Síndrome de Guillain-Barré é uma doença neurológica, de origem autoimune, capaz de provocar fraqueza muscular generalizada que, em casos mais graves, pode paralisar a musculatura respiratória, impedindo o paciente de respirar.

Ainda segundo a SES, a partir de uma infecção por vírus ou bactérias, o sistema imunológico do paciente começa a produção de anticorpos para combater a infecção. Alguns vírus ou bactérias possuem proteínas semelhantes às existentes na bainha de mielina, que é uma substância isolante presente nos nervos periféricos.

“Ao combater o vírus ou a bactéria que possuam a mesma proteína da bainha de mielina, os anticorpos vão atacar o vírus ou a bactéria, mas também a bainha de mielina, desencadeando um quadro de problemas neurológicos e musculares em todo o corpo do paciente, dificultando a respiração e o tratamento”, informou a SES.

A síndrome, segundo a Secretaria de Saúde da Paraíba, pode estar associada à infecção por HIV/Aids; a pessoas que tenham recebido vacinação recentemente; traumas; cirurgias; linfomas, que são tumores malignos com origem no sistema linfático; e a lúpus.

Ao Portal Correio, a SES também confirmou que, por ser desencadeada por vírus, a Síndrome de Guillain Barré pode surgir após casos de dengue, chikungunya ou zika, que são transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, mas não há registros no Ministério da Saúde que confirmem a relação da síndrome com a dengue, chikungunya ou zika.

Questionada sobre o número de casos registrados relacionados a síndrome, a SES confirmou o atendimento feito a escrivã da Polícia Civil e ao paciente interno no HRC no mês de fevereiro, mas não tem informações sobre um possível atendimento na rede estadual feito a jovem relatada no segundo caso.

Ainda de acordo com a SES, o núcleo de vigilância do Hospital Regional de Cajazeiras vem monitorando o surgimento de novos casos.

Por Portal Correio

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