quarta-feira, 30 de setembro de 2015

As Orações de Dois Homens


Jesus veio ao mundo para chamar pecadores ao arrependimento (Lucas 5:32). Se Jesus viesse ao mundo hoje procurando pecadores, onde ele os encontraria? É natural imaginar que pecadores seriam encontrados em grandes números em uma boca de fumo ou em uma casa noturna.

Sabendo da corrupção comum entre autoridades do governo, seria até normal procurar pecadores nos palácios do governo e nos gabinetes de legisladores. Muitas pessoas se surpreendem hoje, como também se surpreenderam naquela época, ao perceber onde Jesus encontrou pecadores que precisavam do arrependimento.

Sem dúvida, o Senhor reprova muitas das práticas dos lugares onde o pecado é abertamente aceito e incentivado. Não devemos nos enganar nas tentativas de justificar a imoralidade, os vícios ou a desonestidade em qualquer lugar. Mas, também, não devemos imaginar uma parede de separação entre os pecadores e os religiosos. Jesus encontraria alguns dos mais patéticos pecadores em posições de influência nas igrejas.

Jesus ilustrou esta realidade com uma simples parábola usando um exemplo de cada categoria. Os fariseus foram vistos como alguns dos mais zelosos dos religiosos da época, e os publicanos (cobradores de impostos) foram desprezados como homens corruptos e desonestos que abusavam da sua posição de autoridade. Leia agora esta pequena parábola de Jesus: “Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano.

O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lucas 18:10-13).

Jesus viu mais esperança para o pecador do mundo do que para o religioso arrogante. O cobrador de impostos se via como pecador que necessitava da misericórdia de Deus, enquanto o religioso se via como um justo que merecia o favor divino. Antes de relatar esta parábola, o autor deste registro do trabalho de Jesus explicou: “Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros” (Lucas 18:1).

O problema não foi que os fariseus procuravam obedecer à Lei espiritual que estava em vigor, mas que se consideravam justos e superiores por seus próprios méritos. E a pessoa que se entrega ao pecado, mesmo admitindo seu estado de alienação de Deus, não deve se comparar a este publicano. Ele não sentiu orgulho do seu estado errado e não se contentou em continuar neste caminho errado.

Ele entrou no templo de Deus e implorou ao Senhor, confessando seus pecados e pedindo a misericórdia de Deus. Jesus terminou a parábola com esta avaliação dos dois: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lucas 18:14).

Como aproveitar a lição desta parábola em nossas vidas? O maior erro possível seria usá-la como arma para criticar e condenar os outros. É uma coisa repreender os outros para o bem deles, ou até para avisar os incautos do perigo de serem induzidos ao erro, mas não há proveito na vida voltada à condenação dos outros. Jesus falou esta parábola para o bem dos próprios ouvintes. Ele viu o orgulho de alguns, até de pessoas religiosas, e avisou sobre a raiz do problema que impedia a comunhão destas pessoas com Deus.

Devemos olhar para esta parábola como se fosse um espelho para revelar o nosso próprio caráter. Se acharmos que Deus nos aceita por nossa própria bondade, ou porque nosso procedimento é melhor do que a conduta de outras pessoas, esta parábola fala para nós. E como recebemos este ensino? Vamos ser justificados na humildade, ou rejeitados por causa do nosso orgulho?

| Autor: Dennis Allan 

 | Divulgação: estudosgospel.com.br 

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