A Redenção de Pedro Bial

Essa semana começou em chamas: Pedro Bial acertou em um texto. Não se trata de nenhuma dissertação sobre como algum anônimo bem relacionado na Rede Globo conseguiu na heróica façanha de vencer um jogo combinado.

Não se trata de como uma moça de escassos dotes intelectuais e vistosos dotes físicos foi guerreira por ter conseguido permanecer em um reality show onde o que importa é a polêmica, e que a qualidade é um detalhe.


Pedro Bial escreveu um texto certeiro sobre como o Ocidente deve encararar a barbárie, e acreditem: conseguiu ser muito mais contundente que qualquer analista político supostamente especialista, mas que só consegue repetir a cantilena que a culpa é da vítima. Esse raciocínio quase redime o jornalista das crônicas cretinas que ele faz à mando da Rede Globo para garantir o pão.

O vídeo pode ser visto neste link.

Confira:

"Pode o mundo se pintar de França. Pode todo mundo ser Paris. Pode toda a indignação do mundo bradar. Pode o Papa falar de guerra mundial fragmentada. Pode o vale de lágrimas transbordar. Tudo isso ainda seria pouco, e é, pouco.

 Chorar é pouco, orar é pouco. São poucas todas as flores. Simpatia é pouco e empatia também. Compaixão é pouco. Tristeza é quase nada.

 Chegou o tempo que não adianta mais lamentar. É pouco! Não há trégua possível. Pedir paz, agora, é capitular. Nossos mortos pedem remissão. Entre os feridos graves estão os nossos valores mais caros. O horror em nome do Senhor. Por Deus, não venha falar em Deus. Deixe que os homens resolvam isso como homens. A um ato de guerra só se pode responder com atos de guerra.

 A sexta-feira 13 pode ter sido a invasão da Polônia de 1939. Até Hitler violar a terra polonesa, estadistas e muita gente boa usavam de relativismo para tolerar o nazismo. A invasão da Polônia forçou a aliança contra a barbárie. Guerra! Agora uma guerra mundial se desfragmenta. Agora, depois do café, depois do show, depois do jogo, ninguém vai para casa. 

Todos no gramado, agora ninguém mais é expectador."

Fonte: Reaça