quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Briga de foice: Por que xingar? Uma resposta a Olavo de Carvalho

Julio Severo
Comentário público do filósofo Olavo de Carvalho em seu perfil de Facebook (postado em 25 de novembro de 2015):
“O Papa Francisco pode estar realmente colaborando com as ambições globalistas, mas o Conselho Mundial das Igrejas (protestante) já colabora há quarenta anos. Isso o canalha do Julio Severo não conta.”

O comentário dele foi postado horas depois que divulguei publicamente em meu Facebook a publicação, no portal conservador americano Barbwire, do meu artigoCatholic Church Paid Millions in Dollars to Facilitate Immigrant Invasion in U.S.,” cuja versão em português é: “Igreja Católica recebe milhões de dólares para facilitar invasão de imigrantes nos EUA.”
Neste artigo, nenhum palavrão foi usado contra o papa ou a Igreja Católica.
Eu não gosto e não uso palavrões. Mas mesmo que eu gostasse, o Barbwire, onde sou colunista, tem uma política inflexível de postagem, que diz: “Não temos nenhuma tolerância para com comentários contendo violência, racismo, vulgaridade, palavrões, letras maiúsculas ou conduta descortês. Obrigado por fazer parceria conosco para manter um ambiente público cortês e útil onde possamos nos engajar em conversas razoáveis.”
O comportamento cortês separa conservadores de esquerdistas. O hábito de palavrões é apropriado para esquerdistas, não conservadores cristãos.
Portanto, se eu chamasse o papa, a Igreja Católica ou Olavo de “canalha,” eu seria com justiça repreendido ou expulso do Barbwire.
Meu artigo no Barbwire foi baseado nas denúncias feitas por Cliff Kincaid, um católico americano que já entrevistou Olavo. Assim, minha fonte principal foi Kincaid. Como Olavo não conseguiu perceber isso se deixei claro, dando total crédito à fonte? Se ele não havia percebido isso, o que ele fará agora? Xingar Kincaid de “canalha”?
Tenho divulgado no Brasil alguns artigos denunciando a colaboração do Papa Francisco com ambições globalistas. Alguns desses artigos são de fontes católicas pró-vida. Outros são do portal conservador WND (WorldNetDaily), principalmente a reportagem “Vaticano se alinha com a ONU para a formação do governo mundial.” Se Olavo está descontente por causa dessa denúncia do WND, por que xingar o tradutor, não o publicador original?
Sobre o Conselho Mundial de Igrejas, as denúncias mais detalhadas e profundas no Brasil contra essa instituição apóstata foram traduzidas e publicadas por mim.
Em 2014, publiquei em português a reportagem “Ressuscitando a Teologia da Libertação,” escrita por Mark D. Tooley e publicado originalmente pela revista conservadora americana FrontPage.
Em 2007, publiquei em português a reportagem “Fantasmas soviéticos assombram o Conselho Mundial de Igrejas,” pelo mesmo autor e revista. Na época, o próprio site do Olavo em português publicou minha tradução.
Ambas as reportagens de Tooley mostram que o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) está envolvido com a Teologia da Libertação, citando principalmente o Rev. Walter Altmann, que era então o moderador do CMI.
Logo depois que publiquei a denúncia de Tooley no Brasil (julho de 2007), o assessor do moderador do CMI entrou em contato comigo pedindo “diálogo” entre mim e Altmann.
Minha reposta: “O que há para dialogar? Walter Altmann precisa urgentemente dialogar com o Espírito Santo, se arrepender de seus muitos pecados e mudar de rumo enquanto é tempo. Deus é amor e misericórdia, mas também justiça. Cedo ou tarde, Altmann vai colher tudo o que plantou, pois Deus tarda, mas não falha.”
Há muitos outros artigos no meu blog contra o CMI. Nenhum deles xinga o CMI ou Altmann.
Nos EUA, o nome do Olavo consta como presidente do Instituto Interamericano, uma instituição conservadora com proeminentes personalidades conservadoras evangélicas e católicas. A missão dessa instituição é atacar a esquerda. Mas atualmente, o presidente dela está ocupado atacando, com muitos palavrões durante semanas, um homem que combate a esquerda e apoia Ronald Reagan desde a década de 1980, época em que Olavo ainda era esquerdista no Brasil.
Conheço pessoalmente alguns membros do Instituto Interamericano. Nenhum deles fala palavrão. Nunca ouvi, por exemplo, o evangélico John Haskins, que teve papel vital na fundação desse instituto, falar palavrões.
Mas quando o presidente desse instituto diz publicamente “Isso o canalha do Julio Severo não conta,” ele comete dois pecados: 1. Ele xingou um cristão conservador. 2. Ele mentiu, pois esse mesmo conservador já contou tudo o que precisava contar sobre o CMI.
Contudo, diferente da Igreja Católica, onde o papa governa, o CMI não governa todas as igrejas do movimento protestante e pentecostal. Ele só tem influência nas igrejas que são membros.
Eu, por exemplo, nunca frequentei uma igreja evangélica filiada ao CMI. Mesmo assim, contei tudo sobre o CMI que o Brasil precisava saber.
Eu só não contava nos EUA que no Brasil o Olavo é publicamente uma boca suja que ataca conservadores.
Palavrões e baixaria são comportamento impróprios para conservadores, seja no Brasil ou nos EUA. Olavo, que vem me xingando desde 2013 quando rejeitei a Inquisição católica, precisa entender esse fato.
Versão em inglês deste artigo: Why Call Names? An Answer to Olavo de Carvalho

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