terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Aliança entre Ucrânia e ISIS

Sierra Rayne
Introdução especial de Steve Baldwin para os leitores brasileiros do Blog Julio Severo:Pessoas do mundo inteiro que amam a liberdade e que cresceram durante os anos da Guerra Fria aprenderam a odiar a União Soviética e com boa razão. O comunismo aniquilava toda a liberdade e o comunismo de estilo soviético estava constantemente tentando obter mais território. Mas esse paradigma mudou. 
Infelizmente, há muitos líderes políticos, tanto nos EUA quanto em outros países, que não compreendem que a Guerra Fria acabou e que há novas ameaças que precisam ser confrontadas e novas alianças que precisam ser formadas. Putin pode não ser um líder perfeito, mas pessoas do mundo inteiro que amam a liberdade têm muito mais em comum com o povo russo do que têm com islamistas radicais que travam guerras santas. 
Este artigo revela a aliança de islamistas com algumas facções na Ucrânia e sugere que os EUA formem uma aliança com a Rússia para combater a crescente ameaça de muçulmanos que fazem guerra santa.
Em fevereiro passado, o jornal The Intercept foi o primeiro canal noticioso a revelar ligações claras entre o ISIS e a Ucrânia. O artigo, escrito por Marcin Mamon, começa relatando como o líder da filial secreta do Estado Islâmico em Istambul, na Turquia, estava indo para a Ucrânia para se unir a outros membros do ISIS na luta contra os ucranianos do Leste que querem mais autonomia de Kiev e uma provável aliança política com Moscou.
Apoiadores do ISIS na Ucrânia
Há um problema imediato. Provavelmente, muitos cidadãos comuns no Ocidente não estão cientes de que o ISIS está lutando ao lado dos nacionalistas da Ucrânia. Se tivessem essa informação, a opinião pública poderia mudar drasticamente em apoio da Rússia — como de fato deveria ser. Melhor ter a Ucrânia como um Estado aliado da Rússia do que mais um membro em gestação do Califado Islâmico que está se formando em nível mundial.
Qualquer argumento de que o ISIS está, de pura bondade, ajudando os nacionalistas ucranianos a combater os separatistas apoiados pela Rússia, e que o ISIS arrumará suas malas e deixará a Ucrânia se uma vitória ocorrer, é impossível de acreditar. Se os separatistas russos perderem no Leste da Ucrânia, a Ucrânia muito provavelmente cairá sob o controle — pelo menos em parte — do ISIS, colocando o ISIS na posição de um controlador de um país que está na fronteira de vários membros da OTAN. Será que o Ocidente não apoiou o lado errado na Ucrânia? Será que os EUA não deveriam em vez disso ter apoiado a Rússia?
Kiev se tornou um importante ponto de acesso para os terroristas do ISIS entrarem na Europa Ocidental:
A Ucrânia está agora se tornando um importante ponto de parada para os irmãos, como Ruslan. Na Ucrânia, você pode comprar um passaporte e uma nova identidade. Por 15.000 dólares, um combatente recebe um novo nome e um documento legal que atesta uma cidadania ucraniana. A Ucrânia não pertence à União Europeia, mas é um caminho fácil para a imigração para o Ocidente. Os ucranianos têm poucas dificuldades para obter visto para a vizinha Polônia, onde eles podem trabalhar em locais de construção e restaurantes, preenchendo a lacuna deixada pelos milhões de poloneses que partiram em busca de trabalho na Inglaterra e Alemanha.
O que é estupendo é que Justin Raimondo no site Antiwar.com, predisse, em março deste ano, os problemas que isso provocaria:
Estamos sendo avisados de que o ISIS está planejando ataques terroristas na Europa, e que forças de segurança estão ocupadas prendendo suspeitos em todo o continente — mas aí está este buraco escancarado nas defesas do Ocidente, onde “os irmãos” estão se infiltrando quietamente, sem que os meios de comunicação deem atenção. Em cooperação com grupos ultranacionalistas como o Setor de Direita, que também formou seus batalhões semiautônomos, os Islamistas da Ucrânia, brandindo passaportes ucranianos, abriram uma via de acesso ao Ocidente…
Considerando que os EUA estão mandando muita ajuda para a Ucrânia, quanto dessa ajuda acaba escoando para esses aliados do ISIS — e como essa ajuda será usada no futuro? Se os senadores republicanos John McCain e Lindsey Graham conseguirem fazer o que querem, armas dos EUA logo acabarão nas mãos desses terroristas, cuja guerra santa contra os russos inevitavelmente se estenderá para o Ocidente e atingirá as capitais da Europa.
Esse tiro pela culatra virá com fúria: os EUA estão criando seus próprios inimigos, e lhes dando as armas para fazer mal aos EUA, ao mesmo tempo em que os EUA afirmam que há uma necessidade de monitoração sobre o mundo inteiro a fim de combater o terrorismo. Os cientistas loucos que estão formulando a política externa dos EUA estão criando um exército de monstros Frankenstein — que com certeza irão atrás de seus criadores iludidos.
Preciso como um relógio, oito meses depois o Ocidente vê os ataques em Paris.
Em julho, o jornal New York Times informou que três batalhões compostos exclusivamente de islâmicos estavam lutando no Leste da Ucrânia. Ao mesmo tempo, Elliot Friedland do jornal The Jewish Voice (A Voz Judaica) alertou contra os problemas que estão surgindo com a incursão islâmica na Ucrânia:
Há batalhões paramilitares islâmicos lutando ao lado das forças armadas ucranianas. Esses batalhões estão alinhados ao Estado Islâmico e facções islamistas chechenas. Se os EUA intensificarem a ajuda militar à Ucrânia, cujo exército é notoriamente corrupto, essa ajuda poderá cair nas mãos de batalhões islâmicos que estão atualmente sendo financiados por uma mistura de oligarcas ucranianos, chefes dos países islâmicos do Golfo, crimes violentos e extorsão. O site Ruskayya Blatina disse que algumas milícias que pertencem à organização terrorista ISIS começaram a lutar contra os soldados russos na Ucrânia com o apoio das autoridades americanas que deram recomendações ao governo ucraniano com relação ao Estado Islâmico… Os combatentes alinhados ao Estado Islâmico também usam a Ucrânia como um lugar barato e fácil para comprar armas, as quais podem ser contrabandeadas para o Iraque, Síria e Chechênia.
Durante os dois meses passados, as conexões entre a Ucrânia e o ISIS fizeram promoções na cadeia de comando, como ficou comprovado por uma autoridade ucraniana de patente elevada que deu seu apoio público ao ISIS. Na semana passada, armas — inclusive o sistema de mísseis antiaéreo FN-6 — das forças armadas da Ucrânia “como que por encantamento mágico” acabaram nas mãos do ISIS “tendo sido entregues ao ISIS na Síria por meio de rotas de contrabando na Turquia.”
Logo depois, o grupo hacker russo CyberBerkut afirmou que está “de posse de documentos que indicam que os funcionários do Ukroboronprom, conglomerado de indústrias bélicas estatais da Ucrânia, teve discussões com autoridades do governo do Qatar sobre a venda possível de mísseis terra-ar [os S-125-2D Pechora-2D (registrados na OTAN como SA-3 Goa)] em setembro,” armas que foram, quase que certamente, destinadas ao ISIS. De acordo com os documentos vazados, a Embaixada dos EUA em Doha aprovou a negociação.
Que bagunça. A pergunta para o Ocidente agora é: Quem eles preferem controlando o território da Ucrânia em futuro próximo, o ISIS ou a Rússia? A resposta é claramente a Rússia. Se o Ocidente quiser construir uma coalizão comum contra o Estado Islâmico, o melhor jeito pode ser remover da OTAN o Estado Islâmico da Turquia, deixar a Rússia controlar a Ucrânia e então convidar a Rússia para ser membro da OTAN (ou qualquer nova aliança que pareça apropriada) em nossa causa comum contra a guerra santa islâmica mundial.
Traduzido por Julio Severo do original em inglês do American Thinker: The Ukraine-ISIS Alliance.

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