quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal: a ele seja a glória para sempre!


Chegou o Natal. É momento de celebrarmos apenas um único fato: “Cristo Jesus […] embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2.5-8). 

E isso ocorreu “porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele” (Jo 3.16-17). É isso que celebramos.

Por que é importante anualmente trazer à memória o nascimento de Cristo? Porque importa “trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3.21). E, mediante essa esperança, Paulo nos exorta: “Alegrem-se na esperança” (Rm 12.12), logo, Natal é período de alegria e celebração! 

E celebração por algo extraordinário, o fato de que “um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde agora e para sempre” (Is 9.6-7). 

Assim, celebrar o nascimento do “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29) é também se lembrar do que isso significa para o nosso futuro: que, naquele grande dia, “o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou” (Ap 21.3-5).

A ocasião do Natal deve direcionar nossos pensamentos para a Palavra que “estava com Deus, e era Deus [e] estava com Deus no princípio” (Jo 1.1-2). Não para o feriado, a Ceia, os presentes, as férias ou o que for, pois isso não é nem de longe o foco. Minha sugestão? Celebre o Natal pensando em Cristo e nas consequências da vinda dele à terra. Eu recomendaria comemorar a data com algumas atitudes que tomam como ponto de partida muito do que foi dito no episódio do nascimento de Cristo:

1. Renove sua fé – lembrando, como disse Gabriel, que “nada é impossível para Deus” (Lc 1. 37). Você tem vivido de fato como quem crê que o seu Deus pode tudo?

2. Renove sua entrega a Deus – lembrando, como disse Maria, que importa que “aconteça comigo conforme a tua palavra” (Lc 1.38). Você tem de fato priorizado a vontade de Deus em tudo, amando “o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento [e amando] o seu próximo como a si mesmo” (Lc 10.27)? Tem buscado de fato “em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça” Mt 6.33)?


3. Adore ao Senhor – assim como disse Maria, que seus lábios digam “Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1.47). Você tem de fato adorado a Deus “em espírito e em verdade” (Jo 4.24)?

4. Confie que a graça de Deus está presente em sua vida – por saber, como disse Maria, que “A sua misericórdia estende-se aos que o temem, de geração em geração” (Lc 1.50). Você tem vivido como quem sabe que a compaixão de Deus é absoluta para aqueles que o buscam em arrependimento? Ou tem se deixado levar pela mentira de que não há perdão para você, quando a Bíblia deixa claro que “O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor. 

Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre; não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniquidades. Pois como os céus se elevam acima da terra, assim é grande o seu amor para com os que o temem; e como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões. 

Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem; pois ele sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó” (Sl 103.3-5; 8-14)?

5. Lembre-se de que a presença de Jesus traz alegria – como disse o anjo aos pastores, “estou lhes trazendo boas novas de grande alegria” (Lc 2.10). Será que você tem vivido a alegria que é “fruto do Espírito” (Gl 5.22-23)? Aquela que vem “porque seus nomes estão escritos nos céus” (Lc 10.20)? Você deixa seu ânimo se guiar mais pela tristeza causada pelas dificuldades da vida ou pela alegria causada pelo fato de que Jesus te deu a vida eterna?

6. Reflita sobre quem é Jesus – como o anjo disse aos pastores, “Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). Você consegue compreender o profundo significado prático e objetivo de ter sido escolhido e chamado por aquele que salva e que é Senhor de todo o universo?

7. Glorifique a Deus – como os anjos cantaram, “Glória a Deus nas alturas” (Lc 2. 14). Você tem glorificado o Senhor não só com os lábios, mas com cada atitude sua?

8. Pense em como você tem contribuído para a paz entre as pessoas – como os anjos cantaram, “paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor” (Lc 2.14). Você tem sido um bem-aventurado pacificador (Mt 5.9), alguém que transborda a paz que é “fruto do Espírito” (Gl 5.22-23), ou tem sido agressivo, promovido discórdias, usado a língua para o mal, feito intrigas, inflamado corações, estimulado conflitos, alimentado polêmicas, se deleitado em controvérsias?

9. Analise quanto vale sua vida hoje –
como disse o velho Simeão, “Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo” (Lc 2.29). Você seria capaz de dizer hoje mesmo a Deus que pode partir em paz desta vida, porque o tempo que passou sobre a terra já valeu a pena? Tem vivido cada dia como se fosse o último? Tem abençoado o próximo? Tem perdoado? Tem edificado vidas? Tem deixado um legado? Viveu seus anos amando, ajudando, abençoando, entregando-se, devotando-se? Em resumo, sua vida já deu frutos dignos de serem apresentados diante do Criador? Se não… o que está esperando?


A encarnação de Cristo nos conduz a muitas reflexões. Mas refletir não basta, se apenas pensarmos e não tomarmos nenhuma atitude a partir das conclusões a que chegamos. Algo ainda não está bom? Precisa melhorar? Necessita galgar novos patamares? A hora é esta.

E que, acima de tudo, o Natal sirva para lembrar da verdade máxima da vida: “Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre!” (Rm 11.36).

Paz a todos vocês que estão em Cristo. E um Natal feliz e cheio da maravilhosa graça,
Maurício Zágari 

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