sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O diabo pode destruir o Crente?


As lições que aprendemos com a vida de Jó


Jó era o homem mais rico do Oriente. Ninguém possuía tanto gado nem comandava tantos servos e servas. Suas terras sumiam no aquilão e, no austro, desapareciam. Nelas, a cultura era diversa e rica. Não bastassem os regalos materiais, concedera lhe ainda o Senhor uma grande e admirável sabedoria.

No capítulo 31 de seu livro, estampa-se-lhe a formosura do caráter. O próprio Senhor, quando rebatia a insolência do diabo, deu lhe este testemunho: 

"Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?" (Jó 2.3).

Um dia, porém, o maligno intentou afrontar o Senhor com uma provável fraqueza de Jó. Conjeturava o adversário residir a piedade do patriarca nas riquezas que lhe confiara o Senhor. Então, seja ele tocado nos bens. Que perca a fazenda com as suas novidades. E, assim, apostatará.

Com o silogismo já montado. Com a lógica já ajeitada. E, já tendo costurado sua premissa, o inimigo vai à presença do Todo-Poderoso, e incita lhe a ira contra o bondoso homem.

As provações de Jó


Como era intenção do justo Deus provar o seu servo, autoriza o demônio a bulir-lhe nos bens. Assim, toda a riqueza de Jó desaparece num só dia. Houvesse uma guerra e o patriarca não ficaria empobrecido tão depressa.

Suas provações não se limitaram aos bens materiais. Naquele mesmo dia, morrem lhe os sete filhos e as três filhas. Sob o manto da tragédia, rasga as vestes, curva se e adora ao Senhor. Embora lastimando-se, enaltece o Altíssimo. Nenhum impropério deixa lhe os lábios. Não é sem razão que Jó é considerado um dos três homens mais fiéis de todos os tempos. Os outros dois são Noé e Daniel (Ez 14.20).

Ainda duvidando de tanta sinceridade, o diabo julga poder incitar uma vez mais o Senhor contra o homem que era a mesma paciência. Dessa feita, quer lhe a carne ferida e lacerada. O caluniador dirige se, então, ao Eterno: 

"Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida" (Jó 2.2). 

No mesmo instante, uma chaga começa a tomar lhe o corpo. Vai a doença evoluindo e amargurando lhe o que a vida lhe deixara de vida. E a tortura espiritual? Veio também. Numa primeira instância, com o louco conselho que lhe dá a esposa: "Amaldiçoa o teu Deus, e morre". Na instância seguinte, com o diálogo que embate com uns amigos que, conquanto bem intencionados, eram molestos e cruéis.

As lições que nos ensina Jó

Em todas as angústias, Jó não blasfemou o Senhor, nem ao diabo culpou. Intimamente, sabia estar sendo provado. Como fugir ao crisol? Como escapar ao cadinho? Depois, reerguer se ia mais sábio. Mais compreensivo, reerguer se ia. Gerações aprenderiam com os seus sofrimentos. Decorridos três milênios e meio (julga se que a história de Jó haja se passado nos dias de Abraão), podemos extrair preciosíssimas lições das angústias a que o Senhor o submetera.

A primeira lição

A primeira coisa a aprendermos com Jó é que, embora o diabo nos queira arruinar, não logrará seus intentos: estamos nas mãos do Senhor. Fosse o patriarca agir como alguns crentes, culparia imediatamente o vizinho incrédulo, o amigo idólatra ou o mandingueiro. Descarregaria a cólera sobre o demônio. Esbravejaria contra o inferno.

Jó sabia que a sua vida estava guardada em Deus. Se o Eterno é o nosso broquel, achar nos emos mais que seguros: o maligno nada poderá contra nós. Infinitamente mais poderoso é o que se encontra conosco. Sim, ainda que o demônio tente destruir nos, nada fará sem a expressa permissão do Todo-poderoso. Não o demonstram os episódios seguintes da história de Jó?

Percorrendo a poesia desse grande livro da Escritura Sagrada, vemos como o Senhor preserva a vida ao patriarca. Quer no auge da luta, quer no âmago da tribulação, garante lhe o Senhor o refrigério final.

Quando o mal nos atingir, quando a doença tirar nos o vigor, quando a perturbação invadir nos a paz, não percamos a serenidade. Quando a nuvem negra nos encobrir o arraial, miremos o horizonte: o sol há de aparecer. Nessas estações tão difíceis, recolhamo nos ao cárcere com Paulo. Em meio ao sofrimento, aprendamos com o apóstolo as lições da paciência e da longanimidade.

Encarcerado em Roma, distante dos seus e afastado da comunhão dos redimidos, o grande campeão do Evangelho soube como tirar proveito da adversidade. Não amaldiçoou Nero, nem imprecou a guarda pretoriana. Mas, como bom soldado de Cristo, de Cristo falou a todos. Ouviram nos os soldados. Até a casa de César chegou a escutá-lo. Depois, fez este relato aos irmãos de Filipos: 

"Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho" (Fp 1.20,21).

Segunda lição

Aos olhos do Senhor, somos mais preciosos que o ouro. Se o ourives testa o metal que perece, por que o Divino Artífice não provará o ouro que invase a eternidade? Se fomos comprados por bom preço, se representamos as primícias deste mundo e se acreditamos em Deus, por que iríamos ignorar as provações? Por mais dolorosas que sejam, não podemos evitá-las.

Não são poucos os que acreditam ter a magia negra efeitos sobre os servos de Deus. Num desespero injustificado, perdem a paz e rogam a oração da igreja, para que as mandingas lhes sejam desfeitas. Será que eles ainda não sabem que Deus é quem está no comando de todas as coisas? Não se pode amaldiçoar o povo de Deus. Contra os santos não há feitiço nem encantamento.

Conclusão

Deus sabe quando e como acrisolar-nos. Das provas, tiraremos a perseverança de Jó. De cada luta, extrairemos a vitória que fez do patriarca um exemplo de fé e piedade. E, deste crisol, sairemos mais puros e reluzentes.

Por que culpar ao diabo se quem nos prova é o Senhor? Por que tributar tanta honra ao príncipe das trevas se é ao Senhor que cabe toda glória? À semelhança de Jó, saibamos assimilar as lições que a misericórdia divina nos lega diariamente. Se as lições são dolorosas, o alívio é bem maior. E que, no final, tenhamos a fé galardoada com a sabedoria divina.

Autor: Pr Claudionor de Andrade 

Divulgação: Estudos Gospel.com.br

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