segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Administração Obama se recusa a atacar principal base do grupo Estado Islâmico na Líbia

Militares planejaram ataque aéreo em Sirte na Líbia,
mas governo Obama recusou autorização
Oficiais das forças armadas dos Estados Unidos declararam em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times que a administração Obama está se recusando a autorizar ataques contra as principais bases da organização terrorista Estado Islâmico na Líbia. 

Após a derrubada do ditador Muammar Kadafi, em 2012, através do apoio militar direto do Pentágono com bombardeios e fornecimento de armas, militantes de organizações extremistas islâmicas assassinaram quatro representantes do governo americano, em Benghazi (leste da Líbia). 

A orientação dada pela administração Obama para que os militares não ataquem os centros de operações do ISIS no país árabe foi divulgada pelos veículos de comunicação The Daily Beast e Pamela Geller, ontem, dia 20.

Conforme o portal Pamela Geller, "o governo de Barack Obama fez o possível para derrubar um governo secular, e agora o governo líbio é jogado em uma severa guerra civil contra os jihadistas. O grupo Estado Islâmico está se expandindo na Líbia, mas Washington permanece imóvel, exatamente como ficou enquanto até mesmo um de nossos embaixadores foi assassinado a sangue frio por terroristas, em 2012".

Ainda segundo o site jornalístico, "semanas atrás, integrantes das forças armadas disseram ao jornal The New York Times que o Pentágono estava elaborando planos para ataques aéreos contra as bases dos jihadistas, mas que ainda seria necessário coletar mais informações de inteligência, de modo que fosse possível conduzir uma ação prolongada contra o Estado Islâmico na região de Sirte. 

Desde então, os planos para conter a expansão do califado foram jogados fora, porque não há vontade política no atual governo para esse tipo de campanha - a administração Obama disse 'não' a qualquer atitude desse tipo". 

Conforme a opinião veiculada pelo portal, a decisão de negligenciar qualquer operação com o objetivo de derrotar o extremismo na Líbia é tomada apesar do nítido sucesso do grupo Estado Islâmico em criar novas bases nos países africanos - as organizações "Boko Haram", da Nigéria, e "Al-Shabaab", na Somália, também são integrantes do califado de Abu Bakr Al-Baghdadi. 

O ISIS também atua no Egito, onde o grupo é acusado de colaborar no tráfico de armas com organizações extremistas maometanas da Palestina, como o Hamas.

Três oficiais das forças armadas também comunicaram a decisão do governo Obama ao site de notícias Daily Beast. "Nas últimas semanas", diz a reportagem, "militares dos Estados Unidos - sob liderança do Comando de Operações Especiais na África - exigiram que novos ataques aéreos fossem realizados, e que tropas especiais fossem postas em ação, particularmente na região de Sirte, que agora está sob controle do Estado Islâmico. 

As tropas especiais poderiam treinar os militares do exército líbio para a resistência contra os jihadistas, equanto os ataques aéreos seriam feitos para incapacitar diretamente os integrantes do ISIS".

A argumentação do governo Obama para recusar a intervenção direta apontou ataques aéreos como uma possível origem de tensões com o governo líbio - que foi construído com apoio militar americano ao longo de toda a guerra civil contra Muammar Kadafi, e que efetivamente só conseguiu vencer o conflito através da ajuda americana. 

Obama é acusado pelo governo russo de fornecer armamentos ao grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque, onde a Federação Russa agora lança ataques aéreos contra os jihadistas. O governo de Vladimir Putin, apesar das ações contra o ISIS, também é acusado de colaborar com a organização extremista Hezbollah, que teria auxiliado na contra-ofensiva lançada pelo governo de Bashar al-Assad.

Soldados do Estado Islâmico na Líbia: organização terrorista se expande no país da África, mas governo Obama hesita em
lançar operação militar para destruir grupo.
Imagem: The Telegraph

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