quinta-feira, 24 de março de 2016

Estudo Bíblico - Sobre Sexta-Feira da Paixão

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Uns carregam cruzes pelas ruas, outros carregam lanchas até à praia.
Uns se entristecem, jejuam, e outros comem e desfrutam de tudo.

O calendário não tem utilidade porque a Páscoa é uma celebração judaica que remonta ao Êxodo em 1.300 a.C. e é o décimo quarto de Nisan, que é o primeiro mês do calendário judaico.

"No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do SENHOR." Levítico 23:5.

Observe que a Páscoa foi originalmente um dia, e que mais tarde veio a referir-se tanto à Páscoa, como a uma outra festa que imediatamente se sucedia à da Páscoa: os Dias dos Pães
Ázimos.

Como a lua nova determina o início do mês de Nisan, a Páscoa original podia cair em qualquer dia da semana, de segunda-feira a domingo. Isto levou a uma polêmica no ano 190 d.C. sobre que dia escolher para celebrar a ressurreição de Jesus Cristo, eis que, se determinam o dia da ressurreição, a Sexta-Feira da Paixão.

As igrejas da Ásia, uma vez que celebravam segundo a tradição judaica, ou seja, contando os dias sem levar em consideração o dia anterior. As igrejas do Ocidente insistiam em comemorar no domingo.

O Concílio de Nicéia, em 325 d.C., estabeleceu sua celebração num domingo, mas não especificou qual deles. Considerando-se os bispos de Alexandria como especialistas em astronomia, estes selecionavam o domingo indicado.

No sétimo século d.C. adotou-se a prática de celebrar a ressurreição no primeiro domingo que segue o dia 14 do calendário lunar sempre quando este seja logo após o equinócio.

Tudo estava indo bem até 1582, quando a Igreja Católica adotou o calendário gregoriano, o que a Igreja Ortodoxa Grega não aprovou e, por essa razão, cada qual com diferentes datas continua até hoje.

Por estas razões, é estabelecido que o processo de determinar a data para comemorar a Sexta-Feira da Paixão não é humano, e sim divino.

Como faço para observá-lo?

O Novo Testamento não fala nada sobre a forma de comemorar a Sexta-Feira da Paixão. Nada fala de cultos especiais, ou de carregar cruzes pelas ruas, nem de jejuar.

Para observá-lo conforme as Escrituras, teríamos de sacrificar um cordeiro macho sem defeito de um ano, grelhá-lo e comê-lo à noite com ervas amargas e pão sem fermento, como Cristo fez com seus apóstolos na Última Ceia.

Não sei de nenhuma igreja que assim o faça e, se não for de tal maneira, então não há nenhuma instrução para divina observância cristã.

É verdade que Paulo fala de celebrar as "festas" em 1 Coríntios 5:8, mas a sua linguagem alegórica é clara e diz respeito à conduta cristã.

O cristão não tira literalmente o mofo de sua casa, senão continuamente remove a malícia do seu comportamento.

Se a "festa" do versículo 8 é literal, então o "fermento", no versículo 7, também o é.

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Quem quiser manter a Páscoa, deve nos fundamentar conforme a Escritura sobre quando e como observar.

Os cristãos devem guardar a Sexta-Feira da Paixão?

Cristãos judeus continuaram a manter a lei.

Paulo cumpriu voto de nazireu (Atos 18:18) e tentou chegar a Jerusalém para celebrar Pentecostes, um feriado judaico.
Paulo foi para se purificar no templo (Atos 21:24).

Embora os cristãos judaicos continuaram a manter a lei, Tiago ordenou:

"Todavia, quanto aos que crêem dos gentios, já nós havemos escrito, e achado por bem, que nada disto observem;" Atos 21:25a.

Como é?
O Espírito Santo inspirou Tiago a escrever para nós, os gentios, que não guardemos nada daquelas coisas.

A verdade é que Cristo, o verdadeiro cordeiro pascal, derrubou o muro de separação média (Efésios 2:14) e revogou a festa da Páscoa, quando Ele morreu na cruz, sendo aquela festa apenas uma sombra oca de Si próprio e de Sua obra (Colossenses 2:14, 17).

Por que celebrar uma sombra abolida?

Quando os judeus queriam impor a Lei mosaica aos cristãos gentios com sua circuncisão e a observância de dias e de luas, Paulo o proibiu, porque isso era escravizar e se separar de Cristo (Gálatas 4:9-11 - Gálatas 5:4).


Cristo cumpriu a lei.

Ensinar a Lei de Moisés para os discípulos é tentar a Deus (Atos 15:10).

É curioso estudar a instrução de Paulo à Igreja de Roma, que era composta de judeus e gentios.

Instou-os a ter paz e não contender sobre pontos de vista, diante dos fracos. Esses fracos foram os cristãos judeus que guardavam os dias e não comiam carne.

Deus aceitava ao cristão judeu que guardava os dias, incluindo a Páscoa cristã, e aceitava ao cristão gentio que não o guardava.

A ordem de que cada um esteja plenamente convencido na sua própria mente foi dirigida a todos os cristãos, para tomarem sua própria decisão a respeito da lógica e desobedecer a sua própria consciência (Romanos 14:1-23).

Amo a todo religioso tradicional que deseja guardar em parte a Lei mosaica.

No entanto...

Cristo estabeleceu a igreja que não é judeu, mas sim neotestamentária.

Para ouvir a Cristo, há que se deixar de ouvir Moisés e Elias (Mateus 17:5).

É verdade que abrir a porta aos celebrantes da Páscoa resulta em um templo cheio de muitas visitas, mas vamos ter atravessado a fronteira entre o cristão e o sectário.

Abriremos também as portas para outras práticas judaicas? Se é uma questão de agradar aos homens...

O que não pode ser feito? (Gálatas 1:10).

Ao invés de realizar um culto de sombras, quero convidar você para comemorar a nova Sexta-Feira da Paixão ao participar a cada Domingo da Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:23-26).

De acordo com o padrão aprovado, expressamos nossa gratidão a Deus pelo sacrifício de Seu Filho.

Não apenas uma vez por ano, mas todos os domingos (Atos 20:7) que celebramos a festa por se lembrar de seu sofrimento, a partir do pão e beber de seu cálice, colocar o dedo no lugar dos cravos, colocar a mão no seu lado aberto e dizer...

"... Meu Senhor e meu Deus." João 20:28.

Amém.
Deus te abençoe.


Autor: Fabian Ayroldi
Divulgação: estudosgospel.com.br

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