terça-feira, 3 de maio de 2016

Grupo terrorista Boko Haram, ligado ao Estado Islâmico, ainda mantém meninas cristãs como reféns, na Nigéria


Meninas cristãs capturadas em 2014 pelo grupo Boko Haram - braço do Estado Islâmico na Nigéria
Imagem: World Net Daily

O bispo católico Matthew Hassan Kukah, um dos mais importantes líderes religiosos da Nigéria, denunciou a manutenção de dezenas de meninas cristãs em cativeiro pela organização terrorista salafista Boko Haram, ligada ao Estado Islâmico - os terroristas sequestraram mais de 200 jovens integrantes da minoria religiosa, em 2014. 

De acordo com Matthew, as potências ocidentais fizeram pouco ou nada para fornecer ajuda às vítimas do movimento fundamentalista que se vê como governo de uma "província" do ISIS no continente africano. A notícia sobre o pronunciamento do bispo foi publicada hoje no portal de notícias norte-americano World Net Daily.

De acordo com o site jornalístico, "o bispo nigeriano classificou o esforço para libertação das meninas cristãs escravizadas pelo Estado Islâmico como 'a missão mais difícil para os católicos da África'. Como bispo da cidade de Sokoto, ele é responsável por uma diocese no noroeste da Nigéria em área onde 95% da população é de religião muçulmana. 

Entre os habitantes da cidade onde Matthew trabalha, há grande quantidade de apoiadores do grupo Boko Haram, que já declarou lealdade à organização terrorista Estado Islâmico, considerada 'a mais temida do mundo'". O Estado Islâmico influencia outras milícias que se declararam fiéis ao "califado" de Abu Bakr Al-Baghdadi em outros países africanos, como a Somália, o Egito e a Líbia.

Ainda conforme o World Net Daily, "para falar a respeito do sequestro de mais de duzentas meninas cristãs capturadas pelo Boko Haram, no aniversário de dois anos do crime, o bispo foi aos Estados Unidos, onde proferiu conferências, na última semana. Ele afirmou que 'os países ocidentais não fizeram o suficiente para devolver as meninas aos seus lares'. 

 Em comentário sobre imagens das meninas divulgadas pelo Boko Haram, Matthew afirmou que 'elas ainda estão vivas' e 'parecem ter saúde'" - o grupo terrorista declarou que as meninas foram forçadas a se converterem ao islam, e que algumas delas seriam vendidas como escravas. A escravidão é comum e autorizada pelas lideranças religiosas nos territórios ocupados pelo Estado Islâmico.

A organização não-governamental Anistia Internacional declarou, sobre as meninas sequestradas, que "algumas entre as cativas estariam sendo forçadas a tomarem parte em ataques terroristas". O WND acrescenta que, desde o ano de 2014, o grupo salafista Boko Haram orquestrou os sequestros de mais de cinco mil e quinhentos civis no país da África Ocidental. 

Apesar da gravidade do problema, o bispo católico argumenta que "as intrigas políticas envolvendo os Estados Unidos e os governos europeus jogaram os destinos das meninas no tabuleiro de xadrez da política".

O veículo de comunicação também informa que "no dia 26 de abril, Matthew falou na cidade de Nova Iorque através da organização católica Aid to The Church in Need, dedicada a ajudar os cristãos perseguidos por sua fé no continente africano. Em entrevista por telefone ao WND, o líder religioso afirmou que a diocese de Sokoto incui uma área onde os cristãos são uma minoria, com apenas 400.000 pessoas, entre 20 milhões de pessoas de fé maometana. A 'Shariah' é a lei aplicada nessas regiões, e os cristãos são tratados como cidadãos de segunda categoria".

As ações do grupo Boko Haram forçaram centenas de nigerianos a se deslocarem das cidades controladas pelos extremistas para as regiões no oeste do país, onde a milícia do Estado Islâmico não tem força. O World Net Daily acusa o movimento salafista de utilizar o tráfico de escravos, armas e drogas como fonte de financiamento para suas operações. De acordo com o veículo de comunicação CBN News, até meados do 2015, cerca de 219 meninas ainda estavam sob poder dos soldados do Boko Haram.

Mais informações - reportagem da CBN News sobre o sequestro das meninas cristãs:


Phonte: D.I

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