domingo, 29 de maio de 2016

Lei Rouanet financia exposição de propaganda islâmica que distorce a história da ciência


Uma exposição que exagera as eventuais (e poucas) contribuições da chamada "civilização islâmica" durante a sua (curta) "época de ouro" está vindo ao Brasil. Porém, este esforço de propaganda do islamismo não será financiado por organizações islâmicas. Nada disso. 

A propaganda islâmica será financiada por recursos oriundos da Lei Rouanet, ou seja, o governo federal (através do contribuinte brasileiro) estará financiando a propaganda islâmica cujo único objetivo é o de apresentar uma visão higienizada e distorcida do passado histórico. E o pior, a exposição apresenta lendas como se fossem fatos históricos (ou seja, ela deseduca).

E tudo isso pela "bagatela" de 7.9 milhões de reais, recursos estes que seriam muito melhor empregados na educação básica, e não com propaganda. 

É preciso contactarmos a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) solicitando que negue o parecer em sua 245a reunião, a qual deve acontecer nos próximos dias 7 a 9 de junho, em Brasília.

A polêmica Lei Rouanet se coloca na berlinda novamente. Deste vez, devido a notícia que o Ministério da Cultura está destinando 7.9 milhões de reais para financiar uma exposição por três meses, em São Paulo, cujo objetivo é o de propagar o islamismo, junto com a publicação de 115 mil cartilhas muçulmanas, dizendo como o islamismo é maravilhoso, a serem distribuidas para estudantes entre 7 a 17 anos de idade. O objetivo da exposição é o de atrair 270 mil visitantes.

A exposição em questão chama-se “1001 Invenções: descobrindo o duradouro legado da civilização muçulmana." Ela foi criada por um grupo chamado de “1001 Inventions Ltd”, com sede em Londres (Reino Unido). A proposta é da exposição ser realizada no “Catavento Cultural e Educacional”, em São Paulo, no período de 29 de agosto a 3 de dezembro de 2017. Mas a duração total do projeto é de aproximadamente 1 ano, ou seja, 1 ano de propaganda islâmica no Brasil financiada pelo governo brasileiro.

Além da exposição, o projeto prevê espetáculos teatrais, visita periódica a escolas, apresentações em espaços públicos, e um pacote pedagógico (para alunos e professores e um guia do estudante). Ou seja, o governo federal estará financiando o "ensino islâmico" por baixo dos panos, sem precisar de lei alguma!

Prédio do "Catavento Cultural e Educacional" em São Paulo

O idealizador desta exposição é Ahmed Salim, um jordaniano radicado em Londres. Ele, e uma equipe com forte ligações com mundo islâmico, construiu a exposição, bem como vídeos, lívros, material on line, etc. A exposição é permanente em Londres, já tendo visitado os EUA e os Emirados Árabes Unidos. Usando da influência dos países da OIC, ela ganhou o aval da UNESCO (o que serve como mais um exemplo de quão politizada a UNESCO se tornou).

O suporte financeiro é tamanho que o renomado artista Ben Kinsley foi contratado como o protagonista do filme (de propaganda) intitulado 1001 Invenções e a Biblioteca dos Segredos, fazendo o papel de um inventor muçulmano medieval, ibn Al-Jazari. Apesar do título, o filme mostra apenas sete "invenções", todas elas modificações do que já havia sido inventado anteriormente (antes da "invenção do islamismo").

Todo o conceito da exposição se baseia em usar um linguajar baseado em meias-verdades e torcer para que as pessoas que a assistam, ou leiam o material de propaganda que a acompanha, não tenham capacidade de questionamento e a curiosidade de buscar fontes alternativas. O que é feito é melhor resumido na frase de Geoge Wells: "Mas se o pensamento corrompe a linguagem, a linguagem pode igualmente corromper o pensamento."

O teor da exposição tem sido objeto de muitas críticas. Por exemplo, os professores Taner Edis (Física, Truman State University) e Sonja Brentjes (pesquisador do Max Planck Institute for the History of Science, em Berlin), dizem, em seu artigo A Golden Age of Harmony? Misrepresenting Science and History in 1001 Inventions Exhibit (Uma Idade Dourada de Harmonia?

 Deturpando Ciência e História na Exposição 1001 Invenções) que as:
intenções podem ser boas, mas uma nova e importante exposição desconsidera sérias diferenças importantes entre a ciência moderna e a ciência medieval, e distorce a história para servir a uma agenda atual de perfeita harmonia entre a ciência e o Islã.

Neste artigo, os autores discutem diversos erros da exposição, desmascarando afirmações de que apresentam muçulmanos como inventores da aviação, do relógio, da optica e da educação, baseando-se em lendas e supondo que as "invenções" ocorreram no vácuo, ignorando qualquer passado científico anterior: "a exposição apresenta uma série dos contos heróicos de descobertas muçulmanas medievais a partir do nada, sem contexto, e com um desprezo tão grande pela precisão fez se projeta como ficção pura." 

Em um comentário é dito que: 

A exposição é em grande parte um empreendimento de apologismo que envolve graves distorções da história da ciência. Por exemplo, na segunda edição do catálogo, se você for até as páginas 308-313, você encontra narrativas longas e illustrações dos voos efetuados por personagens tais como Ibn Firnas e Hezârfen Ahmed Çelebi. Isso, contudo, são lendas. 

A documentação histórica real por trás dos supostos eventos, entretanto, são apenas algumas frases no trabalho de um único cronista. 

No caso de Ibn Firnas, esta documentação vem de muitos séculos após do suposto evento. Em outras palavras, a exposição, com o intuito de glorificar feitos tecnológicos medievais muçulmanos, acaba apenas inventando coisas. 

Representação do vôo fantasioso de Ibn Firnas: 

(1) Isso não te parece como uma imitação do vôo de Ícaro?
(2) Me diga, onde está a industria aero-espacial muçulmana desenvolvida a partir de Ibn Firnas?


Na realidade, o Islão conquistou comunidades vibrantes no Oriente Médio com o poder da cimitarra islâmica, subjugou estas comunidades, e extingui as suas centelhas criativas. Todas as invenções que muçulmanos creditam para sí, foram, na verdade inventadas antes das conquistas islâmicas (antes da criação do islão), ou feitas pelas populações subjugadas, entre judeus, cristãos, persas e hindus, até o ponto no qual estas populações estavam sem condições de produzirem mais nada sob os grilhões do islão. 

A tão afamada "Casa da Sabedoria" era formada, em grande parte, por não muçulmanos que adotaram nomes árabes, e por árabes que eram muçulmanos apenas de nome. 

A "Casa da Sabedoria" foi extinta sob a influência de um fiel maometano, Al Gazali, que destruiu a lógica ao impor o conceito corânico que não existem leis que regem a natureza pois Alá pode tudo a qualquer hora. Ou seja, Al Gazali exterminou o conceito básico científico de causa e consequência.

A rigor, o islão matou a ciência.

Mas isso, é claro, a exposição não discute. Fazer isso, seria algo honesto e histórico, mas este não é o objetivo da exposição.

De modo que seria muito importante que, para o bem da educação brasileira, o governo brasileiro não financiasse esta exposição. Que os sauditas arquem com os custos de mais este empreendimento com o intuito de propagar o salafismo, não o povo brasileiro.

Devido a sua falta de honestidade histórica, a exposição não deveria nem mesmo ser apresentada no Brasil.

Referências


Salic, Sistema de Apoio às Leis de Incentivo a Cultura, Parecer Consolidado, acessado em 27 de maio de 2016

Taner Edis e Sonja Brentjes, A Golden Age of Harmony? Misrepresenting Science and History in 1001 Inventions Exhibit, Skeptical Inquirer, November/December, 2012

Sonja Brentjes, A Review of 1001 Inventions: An Enduring Legacy of Muslim Civilization, 3rd Edition, Max Planck Institute for the History of Science, Berlin, 2013.

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