quarta-feira, 29 de junho de 2016

Como confiar nessa mídia ou: o que a separação do Reino Unido com a União Europeia mostrou


by Fabio Blanco

A decisão do povo britânico pela saída da União Europeia está deixando em polvorosa muita gente que, até ontem, parecia defensora apaixonada da democracia e contra o centralismo autoritário. Agora que o Brexit venceu, o que eu mais tenho visto são analistas de mídia tratando a decisão do Reino Unido como uma loucura e até parece, segundo o que eles têm dito, que a Inglaterra vai entrar em um período de trevas e a depressão econômica será inevitável. 

E não são apenas aqueles jornalistas mais esquerdistas que estão inconformados com o resultado do referendo. Muitos liberais e ditos direitistas estão se lamentando copiosamente pelo que aconteceu.

Isso mostra que o nacionalismo, a independência dos povos, a valorização da terra e a desconfiança contra os grupos globalistas não são ideias compartilhadas entre todos. Pelo contrário, se tornaram pensamentos exclusivos dos conservadores. Entre liberais e esquerdistas em geral restou a defesa do supra-nacionalismo representado pela União Europeia.

Por motivos diferentes, todo esse pessoal enxerga a saída do Reino Unido como um erro. Enquanto os liberais parecem ver problemas comerciais e econômicos, os esquerdistas, como é da essência deles, parecem não gostar desse arroubo de soberania dos ingleses. No fim das contas, eles apenas demonstram que, apesar de louvarem a democracia e dizerem defendê-la irrestritamente, na prática a demonstração do sentimento de nação parece não tê-los agradado nem um pouco. 

O que podemos ver é que, independente das ideias mais gerais que defendem, a democracia é apenas boa para eles quando está de acordo com suas convicções. Se ela entrar em conflito com o que acreditam não se sentem nada constrangidos em militar em favor da tecnocracia autoritária de um grupo globalista e contra a decisão soberana dos cidadãos de um país.

Por isso, não dá para confiar nem em jornalistas, nem em analistas políticos, menos ainda nos meios de comunicação que lhes pagam os salários. Todos eles, de alguma forma, são vassalos dos grupos que pretendem o controle das nações, que querem solapar a soberania dos povos e sonham em centralizar o poder nas mãos de poucos burocratas.

É tempo de negar-lhes qualquer crédito, pois estão comprometidos demais para serem confiáveis.

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