sábado, 30 de julho de 2016

Por que Sakamoto não comenta o trabalho escravo na Venezuela?

Leonardo Sakamoto lutando contra a escravidão - menos na Venezuela

Leonardo Sakamoto, o blogueiro do UOL, sempre denuncia trabalho escravo e "análogo à escravidão". Mas não na Venezuela. Por que será?

Estamos preocupados com Leonardo Sakamoto, o blogueiro do UOL. Aquele que é xingado na internet. Pobre Sakamoto. Desconfiamos que tenha sido seqüestrado. Talvez agora esteja trabalhando num porão úmido e escuro, sem contato com as notícias recentes. Assim, em condições de trabalho escravo.

Afinal, basta haver notícia sobre trabalho escravo que lá estará Leonardo Sakamoto, o impávido blogueiro, sofrendo pesado sob uma chuva de xingamentos, para heroicamente enfrentar o perigo e denunciá-lo.

Ontem o ditador Nicolás Maduro, da Venezuela – aquela das milhares de pessoas fugindo pela fronteira para ir comprar comida na capitalista Colômbia –, sob desculpa de combater a grave crise de fome que seu regime socialista-bolivariano impôs à pobre população venezuelana, instituiu, por decreto (ou seja, sem aprovação do Congresso, aquela coisa de democracia, respeitar divisão de poderes, representantes eleitos, blá blá blá) o trabalho escravo na Venezuela.

O decreto foi criticado pela Anistia Internacional – órgão induvidável, pelo seu apreço pelas teses sakamotianas – com palavras pesadas. “Tentar resolver a crise de alimentos na Venezuela forçando pessoas a trabalhar nos campos é como tentar corrigir uma perna quebrada com um band-aid”, disse a diretora da Anistia Internacional da América em uma declaração.

Tal fato foi tão gritante que foi citado em outra fonte da qual a esquerda não pode duvidar, a CNN Money, a principal força televisiva americana a impulsionar a campanha de Hillary Clinton e os ataques a Donald Trump e o Partido Republicano.

Através do decreto – legislar a partir do Executivo, como o fazem Hitler, Stalin, Mao etc – Nicolás Maduro pode, por exemplo, forçar toda a oposição a seu regime a trabalhos forçados, como Hitler fazia nos campos de concentração como Auschwitz, Treblinka e Dachau, Stalin no Gulag, Mao com sua desindustrialização e comunismo agrário (na época das maiores coletas de grãos para distribuição centralizada, mais de 10 milhões de mortes por ano), Pol-Pot em seus “campos de morte” e assim por diante.

Não parece uma situação muito hipotética: o Ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, é quem está controlando a produção e distribuição de comida no país bolivariano. O próprio ditador Maduro afirmou há dois meses que a “Assembléia Nacional sumirá em breve da Venezuela”, comorelatou a Folha (que contrata Sakamoto). A medida também já foi aplicada em Cuba, quando o embargo americano se iniciou, na década de 60, e Fidel Castro mandou trabalhadores para os campos.

A oposição venezuelana pode ser escravizada, como é comum no socialismo. A economia venezuelana diminuiu 10% apenas neste ano (todo o país está 10% mais pobre por ano) e a inflação é de 700%. O dinheiro do trabalhador venezuelano, portanto, está sendo usado pela ditadura de Maduro, como explicamos em um dos primeiros textos deste site.

Enquanto isso, Leonardo Sakamoto, ávido denunciador do trabalho escravo (ao digitar seu nome no Google, o mecanismo já sugere a inclusão “trabalho escravo”), ou, como diz de maneira vaporosa, “análogo à escravidão” (o que varia de salário baixo a hora extra em escritório chique), parece não ter sido ainda informado.

No Blog do Sakamoto sustentado pelo UOL/Folha, nada de denunciar a escravidão na Venezuela. Hoje, só um post sobre o Nego Fugido da Bahia, afirmando que a liberdade (ou seja, o fim da escravidão) ainda não chegou. Na Bahia. Pelo visto, os 88% de população negra da Bahia ainda são escravos, mas os venezuelanos, não. Leonardo Sakamoto está certamente impedido de ler notícias para se indignar.

É urgente ter notícias de Leonardo Sakamoto. Pode ser que o blogueiro, ele próprio, esteja sendo escravizado, sem contato com notícias, digitando de seu MacBook Air sem poder ler jornais ou acessar a internet. Talvez esteja até mesmo acorrentado, sendo alimentado apenas com fast food americano, levando tapas na cara, ou, melhor nem pensar nessa hipótese, sendo xingado na internet.

Não há como pensar outra coisa. Ninguém pensaria que o denunciador de escravidão-mor da nação, sobretudo trabalhos (aspas mongas com as mãos) “””””análogos””””” à escravidão, que denuncia analogias com a escravidão nas fazendas de oposicionistas do governo PT, fecharia os olhos e volveria o rosto perante à escravidão venezuelana.

Ninguém em sã consciência pode imaginar que toda a papagaiada de Sakamoto sobre “””””””””escravidão””””””””” seja mera palavra pesada para xingar na internet (*sinal da cruz*) adversários do PT, que o blogueiro, sempre enfrentando uma caixa de comentários perigosamente pouco amistosa, esteja pouco se lixando para escravidão, e que só se importe mesmo em colocar esquerdistas no poder.

Diga-se, exatamente os esquerdistas amiguinhos de Nicolás Maduro, como toda a esquerda brasileiraligada ao Foro de São Paulo, como o recém-golpista da Nicarágua Daniel Ortega, que deu um golpe ontem e se tornou o novo totalitário bolivariano com o mesmo dinheiro do PT, da Odebrecht, da “Grande Pátria Bolivariana” que querem Dirceu, Fidel e Raúl Castro etc.

Não é possível pensar uma coisa dessas do fofo Leonardo Sakamoto. Mais fácil pensar que ele que está em perigo, escravizado, acorrentado, sem acesso ao mundo, tomando pescotapas, passaralhos e, oh horror!, sendo xingado na internet.

Pobre Sakamoto.

Post Scriptum: Uma sugestão óbvia para a crise humanitária na Venezuela: Nicolás Maduro pode liberar o povo venezuelano e a posição ao regime do trabalho escravo e usar nos campos esta galera abaixo. Como Sakamoto, eles são fofos e não podem estar errados – certamente se animarão e trabalharão de graça nas plantações para Maduro e para o povo venezuelano:



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