terça-feira, 30 de agosto de 2016

Mais que dois minutos de ódio


Eduardo Cunha é o Emmanuel Goldstein, personagem do livro 1984, de George Orwell, escolhido pelo Partido dos Trabalhadores, sobre quem todos os males da nação são lançados

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Não há melhor aglutinador de um grupo político do que eleger um inimigo comum, sobre o qual possam lançar todas as culpas. O nazismo fez isso com os judeus, o comunismo com os capitalistas e os maoístas escolheram a velha geração como os responsáveis por todas as mazelas do povo.

Aqui, no Brasil, está acontecendo a mesma coisa. Agora, quando tudo se voltou contra Dilma Rousseff e seu partido, o PT, eles não tiveram nenhum problema em escolher o seu demônio, sobre as costas de quem lançam todas os problemas do país.

Eduardo Cunha é o Emmanuel Goldstein, personagem do livro 1984, de George Orwell, escolhido pelo Partido dos Trabalhadores, sobre quem todos os males da nação são lançados. Como no livro, o partido convoca os militantes para expressarem diariamente o seu ódio contra o deputado, com a diferença que exacerbam os dois minutos do 1984.

Tal escolha vem bem a calhar para satisfazer a necessidade de um grupo de psicopatas que, como tais, jamais assumem seus erros. Podem até dizer, meio en passant, que houve falhas, mas são incapazes de listá-las, pois, como doentes que são, não conseguem perceber seus próprios erros.

Veja o caso de Dilma Rousseff, que, antes de ser afastada, deixou o país quebrado, com índices econômicos desastrosos, além de ter seu partido envolvido nos casos de corrupção mais escabrosos da história da república. Ainda assim, ao ser questionada sobre seu governo, ela simplesmente se esquiva de qualquer responsabilidade, deixando para os fatores externos os motivos do desastre e impondo sobre seu Goldstein a razão por não conseguir reverter o mal.

Essa transferência de responsabilidade e a incapacidade de assumir os próprios erros são características clássicas da psicopatia. Quando vemos, portanto, a presidente afastada falando como se tudo o que ocorrera de mal em seu governo não tivesse nada a ver com ela, não podemos deixar de observar que trata-se claramente de uma mulher que sofre de uma séria patologia. 

Mais ainda, quando observamos a militância agindo como ela, usando dos mesmos argumentos e apresentando as mesmas incapacidades cognitivas e perceptivas, descobrimos que a psicopatia é algo que não está adstrito ao âmbito do indivíduo, mas pode se espalhar por grupos inteiros.

É verdade que o que vem por aí, com o governo que se formou, não parece ser grande coisa. Não há nenhum motivo para esperar dele grandes e virtuosas ações. No entanto, uma coisa é certa: nos livramos de um bando de loucos, incapaz de perceber o mal que promove e que, permanecendo mais tempo no poder, nos levaria para o caos, da mesma forma como fizeram seus comparsas latino-americanos.

Phonte: Fábio Blanco

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