terça-feira, 27 de setembro de 2016

A Bíblia ou nossa geração goma de mascar?


Uma grande tragédia lentamente foi se apoderando de toda a nossa geração. Vivemos numa era de amigos instantâneos, relações superficiais, namoros superficiais, casamentos que se desfazem com a mesma rapidez que começaram... tudo vira humor descompromissado, tudo leve, tudo sem peso ou importância real, tudo passageiro, pulando de um entretenimento a outro, sucessos musicais instantâneos que rapidamente passam... 

Você está imune?

No meio disso tudo os cristãos estão perdendo completamente o senso da santidade de Deus. Oramos contra o ruído de fundo da televisão, meditamos na Palavra enquanto conversamos no Facebook, nosso senso de santidade divina é tão fraco que estamos num lugar de culto enquanto nos alongamos e mascamos nosso chiclete. 

Eu sei, você dirá que isso é normal, mas quando diz isso você expressa a Bíblia ou nossa geração goma de mascar? Até a defesa da verdade é mero humorismo e descontração em nossos dias - tudo por uma boa gargalhada!

Quando Jacó fugiu da casa de seu pai depois de enganá-lo, pegar o que não era seu, ele vai dormir de tão cansado. Eu diria que aquela, para ele, é uma noite profana... comum, como os dias se arrastam em nossa sociedade profana e superficial que tem sido um espelho da relação de nossa geração (na igreja) com Deus. Temor? Senso de santidade divina? Percepção da presença de Deus? Não! Ali está apenas um homem cansado e focado na vida a sua frente. Mas então ele tem um sonho – um sonho que nossa geração não tem sonhado – e por isso age e vive (mesmo os cristãos) sem a percepção de Jacó naquele instante.

Então Jacó acordou do sonho – Acordamos nós também? “E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela; E eis que o SENHOR estava em cima dela, e disse: Eu sou o SENHOR Deus de Abraão...” - Gênesis 28:12-13. Quem dera estivéssemos acordados! Jacó disse: “Acordando, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está neste lugar; e eu não o sabia. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus.” - Gênesis 28:16-17. Era terrível, não era mais comum. Ele se encheu de temor.

Que percepção, senão esta, devia ser o sentimento constante no coração regenerado? “Quem é como tu, glorificado em santidade?” - Êxodo 15:11. Que denúncia mais terrível poderia ser feita aos “adoradores” de nossos dias do que sua superficialidade que faz comum e não terrível a presença de um Deus santo?

Como pecadores que viram a realidade do pecado podem chegar diante de Deus a não ser com a percepção que Jacó teve? Eu sei, falaremos da Graça, mas a graça não diminui o espanto, o senso da perfeição da santidade de Deus e de nossa indignidade, pelo contrário. Mesmo a alegria dos santos é cheia de tremor: “Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor.” Salmos 2:11. Na graça a nossa salvação é operada nestes termos: “...assim também operai a vossa salvação com temor e tremor” - Filipenses 2:12

Isto deve ser assim, pois Deus é infinitamente santo, transcendentalmente santo, superlativamente santo, imutavelmente santo, gloriosamente santo. Em Cristo somos totalmente santos – como imputação – mas olhamos para as nossas vidas – Ah! O que vemos? Orgulho misturado em nossa humildade, incredulidade misturada em nossa fé, impertinência misturada na doçura, carnalidade misturada a espiritualidade, dureza misturada com ternura.

Se os querubins, serafins, em sua santidade se tapam e clamam: “Santo, santo, santo...” – de onde tiramos “intimidade afetada?”. A santidade de Deus é pura e sem qualquer mistura – “Só Ele é santo!” – Toda santidade, mesmo do céu, é derivada. “Deus é luz e nele não há treva alguma” – 1 João 1.5. 

Nele está toda luz sem nenhuma escuridão, toda santidade sem qualquer vestígio de mal, toda sabedoria sem nenhuma loucura. Ele é santo em todos os seus caminhos, em todas as suas obras, em todos os seus preceitos e leis, em todas as suas promessas... santo em todas as suas ameaças, santo em toda a sua ira, todo o seu ódio contra o pecado expressam a perfeita santidade. Sua natureza é santa, seus atributos são santos, suas ações são todas santas.

Ele é santo ao exercer misericórdia (não faz isso sem propiciação) – portanto, Ele é santo ao poupar e também santo ao punir eternamente. Ele é santo ao justificar alguns e santo na condenação dos outros, pois “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus!” – Ele é santo ao levar um povo ao céu e santo ao atirar multidões no inferno.

Jacó, ao perceber a verdade sobre o ser de Deus, disse: “Na verdade o SENHOR está neste lugar; e eu não o sabia. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar!”. Não percebemos mais isso? Deus já estava lá, Jacó é que não tinha a percepção disso – será essa a história de nossa “geração de adoradores?”

Deus é santo em todas as suas palavras, em todos os seus atos, em tudo que Ele põe a mão, em tudo que Ele decide em seu coração. Sua face de desaprovação e ira é santa, seu sorriso é santo.

Quando Ele dá, suas dádivas são santas. Quando Ele tira é sua santidade que está operando. “Eu não sabia!” – disse Jacó. Podemos dizer o mesmo depois da perfeita revelação de Deus em Cristo? Depois da clareza dessa revelação no Novo Testamento? Depois da cruz mostrando que mesmo ao ver o pecado colocado sobre Seu Filho amado e santo, ele teve que derramar sua ira sobre Ele?

“Santo, santo, santo é o Senhor Todo-Poderoso!” – Isaías 6:3. Sua santidade está além de toda possibilidade de ser sondada por homens como nós, não há medição possível, não há compreensão exaustiva, pois infinito é o mar da santidade que Deus é e que está em Deus. Não podemos concebê-la em sua totalidade. Seria mais fácil apagar o sol, ressuscitar os mortos, fazer um mundo, contar as galáxias, esvaziar o mar com um balde, do que expressar a santidade perfeita e transcendente de Deus.

Sua santidade é simplesmente infinita – sendo assim não pode ser limitada, nem diminuída ou aumentada. Só Ele é fonte de toda santidade e pureza. Toda santidade do céu, dos anjos, dos redimidos é apenas reflexo da Sua santidade infinita. Podemos orar por uma igreja santa, por filhos santos, mas não podemos comunicar santidade. Só Deus é o doador de santidade. Só Ele pode causá-la e só d'Ele ela pode fluir. Só Ele pode infundir santidade no homem.

Não devíamos nós, que somos descritos por Isaías assim: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam” – Isaías 64:6. Falar como Jacó? “Na verdade o SENHOR está neste lugar; e eu não o sabia. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar!”

Deus é santo! E apenas um Deus totalmente e perfeitamente santo pode iluminar nossa mente, mudar nossa vontade, derreter e quebrantar nossos corações, criar novas afeições, purificar nossas consciências e reformar completamente nossas vidas.

Como eu disse no início, oramos contra o ruído de fundo da televisão, meditamos na Palavra enquanto conversamos no Facebook, nosso senso de santidade divina é tão fraco que estamos num lugar de culto enquanto nos alongamos e mascamos nosso chiclete. Toda essa verdade sobre a santidade de Deus não é a ênfase do que chamamos culto, ela foi esquecida ou não tem qualquer peso sobre nós. Temos sido um espelho de nossa cultura que esqueceu Deus e não um espelho da glória da santidade de Deus.

Está na hora de acordarmos e, como Jacó, dizer: “Na verdade o SENHOR está neste lugar; e eu não o sabia. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar!”

Autor: Josemar Bessa

Phonte: Site do autor

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