sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Estudo mostra que evangélicos não conhecem sua fé


"Então Jesus lhes esclareceu: “Vós estais equivocados por não conhecerdes as Escrituras nem o poder de Deus!"  Mateus 22-29

Pesquisa examinou os erros teológicos mais comuns

O quanto um evangélico médio conhece sobre a doutrina cristã básica? Na tentativa de responder a esta questão, o Instituto LifeWay Research e os ministérios Ligonier fizeram uma análise da percepção teológica com 3.000 cristãos adultos, de diferentes denominações.

Foram apresentadas 47 declarações sobre teologia e eles precisavam dizer “concordo”, “discordo” ou “não sei”. Os assuntos iam desde a divindade de Cristo até a importância de se frequentar uma igreja regularmente.

Inquirição similar foi feita dois anos atrás pelos mesmos ministérios, que constataram que não houve uma mudança significativa desde então. Cerca de dois terços (64%) dos evangélicos norte-americanos dizem que Deus aceita igualmente a adoração de cristãos, judeus e muçulmanos.

Um percentual pouco maior (65%) concordou totalmente ou parcialmente que há só um Deus verdadeiro, que ele é perfeito, e que ele ainda responde às orações (66%).

Embora o conceito do que é um “evangélico” possa variar muito, apenas 586 dos entrevistados concordaram que a Bíblia é a maior autoridade para a fé cristã, o evangelismo pessoal é muito importante, a morte de Jesus na cruz foi a única maneira de cancelar a penalidade do pecado e que é preciso crer em Jesus como único caminho para a salvação eterna. Os demais não aceitam todas essas declarações como verdadeiras.

Os resultados finais da pesquisa mostram que existe muita confusão sobre conceitos elementares da confissão de fé básica do cristianismo ao longo dos séculos. Em outros tempos, fazer tais afirmações seria suficiente para que a pessoa fosse considerada um “herege” e não pudesse mais ser contada entre os membros da igreja local.

Em especial nas declarações sobre Jesus ser completamente divino, o Espírito Santo não ser percebido como pessoa, e que a salvação depende de um esforço dos seres humanos.

Praticamente todos os evangélicos entrevistados concordaram que existe um verdadeiro Deus que subsiste em três pessoas (97%), que ele é perfeito (97%), e que responde às orações (94%). Contudo, o percentual de dúvida sobe drasticamente quando se pergunta sobre a natureza de Jesus. Sete em cada 10 dizem que ele foi a primeira e maior criação de Deus (71%).

Esse tipo de debate no início da era da Igreja criou a necessidade de se fazerem concílios, consultas formais com autoridades eclesiásticas para se tomar decisões que seriam normativas. Por exemplo, a questão da ‘origem’ de Jesus foi encerrada no ano 325, com o Credo Niceno, o qual afirma que Jesus “gerado unigênito do Pai, isto é, da substância do Pai”.

A crença de que Jesus foi criado e não é Deus chama-se Arianismo, por causa do padre Ário, que viveu no século IV e argumentava a partir de alguns versículos da Bíblia a ideia de Trindade. Esse pensamento subsiste até hoje em seitas como os Testemunhas de Jeová.

Quando se fala sobre o Espírito Santo ser uma força e não uma pessoa também comete-se um erro básico de entendimento da doutrina da Trindade. Essa questão foi encerrada no Concílio de Constantinopla, em 381, que gerou adições ao Credo Niceno para esclarecer a questão.

A fórmula do “Credo”, recitada em muitas igrejas católicas e evangélicas mais tradicionais mantém uma tradição milenar de instrução dos cristãos em todos os cultos.

Entretanto, não existem apenas dúvidas quanto a natureza divina. Com um forte apelo para a salvação da alma nos cultos, os evangélicos nem sempre compreendem de modo aprofundado o que envolve o famoso “aceitar a Jesus”.

O Livro de Romanos aborda vários aspectos do que acontece quando alguém deseja se converter. Mesmo assim as Igrejas ainda divergem sobre o papel que o homem tem nesse processo. Muito antes das controvérsias entre calvinistas e presentes em muitas denominações até hoje, no século V um monge chamado Pelágio ensinava que as pessoas podem escolher a Deus por sua própria vontade.

Esse pensamento foi combatido e condenado nos Conselhos de Cartago (em 418) e Éfeso (em 431). Uma versão mais suave de seis ensinamentos rejeitados categoricamente pelo Conselho de Orange, em 529.

Veja um resumo das principais questões abordadas no estudo no gráfico abaixo:



Phonte: Gospel Prime

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