sábado, 1 de outubro de 2016

O que poucos sabem a respeito dos Cristãos nas Arenas Romanas


Toda vez que se escuta falar sobre a implacável perseguição sofrida pelos cristãos primitivos, sem sombra de dúvidas a questão mais enfatizada é a horrenda sequência de mortes ocorridas nas arenas romanas.

E, quando se pensa em "arena romana", a primeira coisa que nos vem à mente é o grupo de animais ferozes que costumava ser solto sobre os crentes indefesos.

Todavia, em meio à esta narrativa histórica tão aterrorizante, existe um fenômeno lindo e, ao mesmo tempo, espetacular que, embora tenha sido amplamente documentado; raramente é mencionado: o fato de terem sido raras as ocasiões em que seguidores de
Cristo morreram devorados por alguma fera.

Não que isso murche, porém, toda a carga emocional e dramática presente em tais relatos. 

Na realidade, a parte que costumeiramente nos é omitida pelos livros modernos e canais de documentários vem a ser ainda mais impactante, pois, apesar de ser verdadeira a alegação de que boa parte daquelas plateias sanguinárias se convertia perante a alegria e a certeza da salvação presentes no semblante dos martirizados; inegavelmente a maioria se via marcada por um outro fator: a recusa de muitos animais em atacar prisioneiros cristãos (sim, exatamente como no famoso episódio do profeta Daniel.).

Tal ocorrência não entrou para a história à toa: era algo comum ao cotidiano dos anfiteatros romanos, sempre lotados com algo em torno de 100.000 a 150.000 testemunhas

Os trechos a seguir foram retirados do livro Os Mártires do Coliseu(p.27, 54-55):

"Quando as feras eram postas na arena(...), tudo o que pudesse provocá-las ou excitá-las era estudado com a mais cruel destreza. 

As cores mais detestadas pelo animais eram espalhadas em profusão à sua volta; eles eram açoitados com chicotes, e as laterais de seus corpos, rasgadas com ganchos de ferro; pratos de ferro aquecidos eram presos a eles, e bolas de fogo eram postas sobre suas costas. 

Assim, as feras enfurecidas corriam em volta da arena; a terra tremia ao troar de seus rugidos agonizantes. 

O peito inflado dos animais parecia arrebentar sob o fogo da cólera que os enlouquecia. Seus olhos faiscavam de raiva, e arrancando a areia com as garras, eles envolviam-se numa nuvem de pó.

Eusébio, que foi uma testemunha ocular de algumas dessas cenas, descreve com eloquência e sentimento como as bestas selvagens foram incapazes de causar dano aos cristãos, e voltaram-se aos pagãos com fúria destrutiva. "Às vezes", conta ele, "investiam contra os campeões de Cristo nus e indefesos, mas detendo-se como que por um poder divino, voltavam a suas cavernas. 

Isso acontecia repetidamente, e despertava a admiração dos espectadores; por exigência deles, quando a primeira fera se recusava a atacar, uma segunda e uma terceira eram enviadas contra o mártir, mas sem qualquer efeito.

"Você teria ficado boquiaberto", continua Eusébio, "diante da firme intrepidez daqueles santos campeões, e da fortaleza impassível demonstrada por pessoas da mais tenra idade. 

Podia-se ver jovens, que ainda não haviam completado vinte anos, resistirem imóveis no meio da arena, enquanto oravam a Deus com fervor, e não se retraiam de onde estavam nem mesmo quando os ursos e leopardos, respirando ira e morte, quase lhes tocavam o corpo com o focinho. 

Podia-se ver outros lançados à frente de um touro enfurecido, que atava os pagãos que se aproximassem, atirando-os ao ar com os chifres, e deixando-os semimortos; mas, quando esse mesmo touro, berrando de raiva, investia contra os mártires, não podia aproximar-se deles: engravatando a areia com as patas, arremessando os chifres de um lado para o outro, e resfolegando raiva e violência por haver sido irritado com as brasas incandescentes, o animal enfurecido era, a despeito de tudo, puxado para trás por mão invisível. 

E outros ainda, depois de os animais selvagens haverem sido inutilmente provocados, eram mortos à espada, e seus restos mortais, em vez de serem sepultados, eram entregues às ondas do mar"(História Eclesiástica, livro VIII).

(...)A reverência que os animais dispensavam aos mártires é demonstrada de modo tocante na circunstância que citaremos dos Atos de três mártires de Tarso, apresentados nos anais de Baronio, no ano 290.(...) Esses mártires, Taraco, Probo e Andrônico, haviam sido torturados da maneira mais cruel em Tarso, na Cilícia; foram transportados de lá para Mopsueste, onde foram novamente submetidos a indescritíveis barbarismos, e depois, atormentados de novo em Anazobus. 

Ficaram tão cobertos de ferimentos, e com os ossos quebrados e puxados de suas articulações, que quando Máximo, o governador, desejou finalmente expô-los às bestas no anfiteatro, foi necessário que os soldados obrigassem alguns homens a carregar pelas ruas os seus corpos quase sem vida. "Quando vimos aquilo", contam os três cristãos que(...) sepultaram os restos desses mártires, "viramos o rosto e choramos. 

E quando os seus corpos esfacelados foram arremessados dos ombros dos homens ao chão da arena, os espectadores, horrorizados pela visão, começaram a murmurar contra o governador; muitos deles levantaram-se e deixaram o teatro, expressando seu desgosto pela feroz crueldade. Máximo, então, mandou os guardas junto de si tomarem os nomes daquelas pessoas, pretendendo acertar contas com elas. 

A seguir, ordenou que as feras fossem soltas sobre os mártires, e quando elas não os tocaram, determinou que os tratadores fossem açoitados. 

Um urso, que devorara três homens naquele dia, agachou-se aos pés de Andrônico, e pôs-se gentilmente a lamber-lhe as feridas, não se importando que o mártir lhe puxasse os pelos numa tentativa de irritá-lo.

Enfurecido, o governador ordenou que os lanceiros transpassasse o urso. Terentiano, o organizador dos jogos, temendo a ira do tirano, tratou de garantir o sucesso da carnificina, determinando que uma leoa trazida de Antioquia por Herodes fosse solta sobre os mártires. 

Porém, para terror dos espectadores a leoa pôs-se a saltar no lugar onde estivera reclinada, e quando finalmente puderam trazê-la até os mártires, ela abaixou-se diante de Trácio, portando-se mais como um cordeiro que como uma leoa.

Gritos de admiração romperam de todo o anfiteatro; acabrunhado, Máximo gritou com os tratadores para que provocassem a leoa. A felina, porém, com outro salto, abriu caminho através da paliçada, e voltou à sua toca. Terentiano, o organizador, recebeu então ordens de prosseguir, sem mais delongas com os gladiadores, instruindo-os a, primeiramente, executar os mártires a espada."

*Retirado da internet

Com Informações: Altar de Arrependimento

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