sábado, 3 de dezembro de 2016

Um grupo de pessoas que são felizes – mas também tristes, ás vezes muito tristes.


Pensamos muitas vezes que existem apenas dois tipos de pessoas no mundo – Pessoas boas e ruins, mas a Bíblia nos mostra três tipos de pessoas.

Existem aquelas que criam suas próprias regras e vivem para si mesmas racionalizando todo o tempo aquilo que vivem. Elas querem ser “felizes” ganhar dinheiro, poder, viver uma vida auto-centrada, realizar fantasias sexuais...

Já outro tipo de pessoa parecem o oposto dessas – aceitam que existem regras morais e tentam, dentro do possível, fazer a coisa certa. Mas há um problema, um grande problema – é que a obediência a Deus na vida dessas pessoas é como pagar imposto – um bom cidadão paga seus impostos – mas a questão é: Quem gosta de pagar impostos? Todos que pagam impostos esperam que sobre o máximo para poderem gastar consigo mesmos. Muitos vivem assim. Depois de terem “pago” a Deus, esperam que sobre o suficiente para viverem para si mesmos como realmente gostam. Pessoas assim realmente não desejam e querem Deus, mas estão presos a ele de alguma forma. Então, como o primeiro tipo, não podem ser felizes também.

Agora, há um terceiro tipo de pessoa para quem a vontade de Deus é sua própria vontade também. Ou seja, Deus não está competindo com os seus desejos – Deus é o seu desejo! Eles estão, a medida que os anos passam, aprendendo a dizer junto com o apóstolo Paulo: “Para mim o viver é Cristo!” – Essas são pessoas felizes – mas também tristes, ás vezes muito tristes. Há nelas uma felicidade que vai crescendo e ficando melhor, e ficará melhor cada vez mais e para sempre. Mas há uma tristeza da qual são consoladas, e serão consoladas mais e mais até que ela findará.

David Brainerd ( 1718-1747 ), um missionário para os índios americanos (Que inspirou como ninguém a história missionária na história). Em seu famoso diário, no dia 18 de outubro de 1740, ele escreveu:

“Em minhas devoções matinais, minha alma foi extremamente compungida e lamentou amargamente sobre a minha pecaminosidade e vileza. Eu nunca me senti tão pungente ou vi em um sentido tão profundo a natureza odiosa do pecado como neste momento. Minha alma foi então extraordinariamente levada diante no amor infinito de Deus, e tive um vivo e palpável sentido do amor de Deus por mim.”

Não, David Brainerd não estava exagerando. O luto é uma parte do cristianismo real. Poderíamos dizer que o  o guarda-roupa através do qual Brainerd entrou na Nárnia do amor de Deus, e não há outra maneira de fazer isso. Não há outro portal de entrada. E isto é um grande problema para nossa geração de pessoas superficiais como a nossa se caracteriza – Podemos então de fato sentir o conforto que só Deus pode dar? O Livro de Oração Comum de 1662 nos leva a um lugar no fundo do coração de Deus quando ele nos ensinou a orar:

Deus Todo-Poderoso, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Criador de todas as coisas, o Juiz de todos os homens, reconhecemos os nossos pecados e choramos por nossos múltiplos pecados e maldades.... A memória deles é dolorosa para nós; o fardo deles é intolerável.

Isso parece extremo para você? Não quando próximos de fato de Jesus. A media que Ele se torna mais real para nós, nossas emoções se aprofundam e nós não podemos mais ser blasés como o primeiro tipo de pessoa que vimos, e muito menos sermos endurecidos e calculistas como o segundo – que apenas faz a “coisa certa”, pagando seus “impostos” a Deus.

Na verdade, quanto mais o evangelho se aprofunda em nós, mas feliz nos tornamos e mais tristes do que jamais fomos. Ficamos livres da estreiteza da vida natural. Cristo diz para todos os homens que foram de fato regenerados – O sinal claro de que eu sou real para você, é quando você começa de fato a experimentar luto em todos, todos os seus caminhos.

Ele coloca assim: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” - Mateus 5:4

Esse é o tipo de coisa que você jamais ouviria a partir da nossa cultura. Ninguém lança um novo movimento, produto... com palavras assim. Ninguém pensa em marketing “deprimente” – seria o oposto da ideia de marketing. Nós, os homens, naturalmente não queremos lamentar... queremos celebrar! Nós queremos negar nossa ruína, queremos, apesar de todos os sinais contrários, dizer que basicamente a maior parte da sociedade humana é boa.

Como poderia ser de outra forma neste mundo? Celebrar, celebrar, celebrar!! – Mesmo a igreja de nossos dias não pode pensar de outra forma – “Não queremos ouvir nada deprimente! Fale algo que nos coloque para cima...”

Mas Cristo nos mostra que o luto é simplesmente o impacto emocional da pobreza de espírito. Somos levados a chorar e lamentar, porque na pobreza de espírito – primeira evidência de que Cristo de fato é real para nós – sofremos sobre o nosso pecado. Não o negamos mais. Não culpamos os outros. 

Não culpamos nossa família, amigos, sociedade, igreja... não suavizamos sua realidade com palavras mais bonitas para descrevê-los. Não falamos mais do pecado de forma irreverente. Não o achamos comum por estar em toda parte. Choramos. Ao olharmos para ele em nossa vida, não só choramos, choramos com aversão.

Não existe no mundo um livro mais alegre que a Bíblia. Mas é também, sem sombra de dúvida, o mais grave e sério livro aqui. Ele nos diz a profundidade da maldade no coração humano, e nos diz quão profundamente desprezamos a glória do Deus infinito, Criador e razão de todas as coisas existirem. Nos mostra um Deus disposto a sofrer, e no centro de tudo está o Homem de Dores, que sabe o que é sofrer (Isaías 53.3) – Em sua cena final, a Bíblia mostra finalmente Deus enxugando as nossas lágrimas (Apocalipse 21.4)

A Bíblia não é uma peça de marketing barata. Ela está cheia de clamor dos profetas e apóstolos à tristeza, incentivo ao lamento, e advertência contra um coração calejado que não sabe o que é lamentar pelo que realmente importa. Todo um livro na Bíblia é sobre luto – Lamentações de Jeremias. Um terço dos Salmos são lamentos. Paulo disse: “Servindo ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lágrimas” - Atos 20:19

Quando Paulo olha tão somente para si mesmo diz: "Miserável homem que eu sou!" (Romanos 7:24). Paulo escreveu a cristãos indiferentes que banalizaram o pecado em suas vidas e na igreja: “E vocês estão orgulhosos! Não deviam, porém, estar cheios de tristeza?” - 1 Coríntios 5:2 – 

Um dos textos mais negligenciados do Novo Testamento é da pena de Tiago: “Entristeçam-se, lamentem e chorem. Troquem o riso por lamento e a alegria por tristeza.” - Tiago 4:9 – É claro que vamos localizar esse texto no contexto da notícia alegre do evangelho... mas não sem ele – mas esse verso tem algum lugar no seu cristianismo? É ele que faz o teu cristianismo real.

Em o Senhor dos Anéis, Frodo recebeu uma ferida profunda em sua jornada. Ele nunca se recuperou totalmente daquela ferida, mas ela fez dele um Hobbit profundo – porque feridas profundas nos aprofundam. O velho irreverente “nada é sagrado”, morre definitivamente.

“Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados.” - Mateus 5:4

Phonte: Josemar Bessa

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