sábado, 28 de janeiro de 2017

É necessário ter inimigos. Nunca queira ser amigo de todos!


Há quem diga que uma boa estratégia é ser amigo de todos, manter todos por perto, mas esta é uma ideia pouco inteligente e incompleta. Na política ou mesmo na vida como um todo, há dois problemas bem sérios com essa estratégia, e aqui vou explicá-los de forma rápida.

Problema nº 1: Quem é "amigo" de todos corre o risco de ser mal visto por todos

É bem comum, mas poucos notam, que as pessoas amigáveis demais e que evitam conflitos a qualquer custo sejam vistas como falsas, o que aliás elas normalmente são. 

Se você parar e pensar um pouco, vai lembrar de alguém no decorrer de sua vida que evitava
discutir com os outros e que queria sempre ser gentil, mas que mesmo assim era vista como algo ruim por algumas pessoas ou, em alguns casos, por quase todos.

Isso acontece porque poucos confiam em quem não tem, ao menos de vez em quando, posições firmes e claras diante do mundo. Ser amigo dos gregos e também dos troianos mostra, de certa forma, falta de convicções e até mesmo falta de caráter. É assim que a maioria das pessoas acaba pensando, mesmo que em nível subconsciente.

Na política, quem evita criticar um inimigo mesmo quando necessário acaba sofrendo pela mão daqueles que esperavam uma posição contundente. Um exemplo perfeito disso é a forma como muitos liberais são vistos, hoje, no contexto brasileiro. 

Embora por aqui o movimento liberal tenha em si muito mais proximidade com a direita do que com a esquerda, ainda assim muitos liberais parecem ter certo receio de atacar os esquerdistas, e por vezes, quando os criticam, fazem de forma amigável, como se estivessem se referindo a colegas. 

Isso pega mal, dá a ideia errada que sustenta, para muitos, a tese de que os liberais são "esquerdistas enrustidos".

Problema nº 2: Se você não tem inimigos declarados, não há ponto de orientação

Talvez muitos achem difícil de entender, mas me parece bem simples a compreensão de que um inimigo declarado é melhor do que um "amigo" em quem você nunca poderá confiar. Eu, aliás, aprendi isso na pele. Muitos, mesmo vivendo o problema, o ignoram e continuam a usar a mesma estratégia.

É muito mais saudável ter inimigos do que não ter inimigo algum, pois um inimigo conhecido serve para te deixar atento, sempre alerta e preparado. O bom inimigo é aquele que você sabe que existe e contra quem você sabe como agir, em caso de urgência ou necessidade. 

Viver em uma situação de aparente amizade é muito mais arriscado e perigoso, pois você pode ser derrubado por algum "amigo" a qualquer momento. As pessoas não são plenamente confiáveis e uma amizade sem profundidade e respeito verdadeiros é muito mais nociva do que uma rivalidade assumida.

"Jamais deixe que a presença de inimigos o perturbe ou aflija - você está muito melhor com um ou dois adversários declarados do que quando não sabe quem é o seu verdadeiro inimigo. 
O homem de poder aceita o conflito, usando o inimigo para melhorar a sua reputação como um lutador seguro, em quem se pode confiar em épocas incertas." 
(GREENE, Robert; As 48 Leis do Poder, capítulo 2.)

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