terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

42 cristãos condenados por “terrorismo” no Paquistão


Tribunal inocentou mais de 100 muçulmanos


Um tribunal do Paquistão condenou 42 cristãos por terrorismo. Segundo denuncia a agência Fides, o juiz condenou todos os cristãos acusados de participarem de um linchamento após os atentados contra duas igrejas no bairro de Youhanabad, na capital Lahore, em 15 de março de 2015.

Na ocasião, muitos fiéis foram as ruas protestar contra a intolerância religiosa no país. Acabaram encontrando um grupo de muçulmanos, incluindo pessoas suspeitas de serem autores ou cúmplices dos ataques. Houve confronto e dois homens foram mortos. As lideranças cristãs da região condenaram o caso, pois há indícios que ocorreu um linchamento.

Nos dias seguintes, a polícia fez diversas investidas no bairro, detendo cerca de 500 pessoas. Destes, 84 cristãos foram acusados de homicídio e terrorismo. Metade deles foram libertados após um ano, por falta de provas.

Dentre os demais 42 condenados, estão três ativistas de direitos humanos, chamados pelo governo de “fomentadores de violência”. Os cristãos presos se defendem, afirmando que os homicídios foram cometidos por “agitadores infiltrados”.

A Comissão Nacional Justiça e Paz dos Bispos católicos, manifestaram-se em comunicado, questionando por que “as forças policiais e as autoridades se concentraram apenas no deplorável evento do linchamento – que deve ser condenado firmemente – enquanto os autores do atentado criminoso contra igrejas e fiéis inocentes que estavam em oração continuam impunes”.

A ONG Centro de Assistência Legal afirma que pelo menos 32 dos réus foram “acusados injustamente” e o veredito do juiz foi influenciado pelas pressões de extremistas islâmicos.

Recentemente, o juiz Chaudhry Muhammad Azam, apontado para julgar casos de terrorismo, inocentou os 112 muçulmanos que estavam presos há 4 anos por saquear e incendiar 178 casas, além de lojas e uma igreja em Joseph Colony, um distrito cristão na capital Lahore.

O tribunal considerou-os inocentes, apesar de haver testemunhas oculares e vídeos mostrando o ataque. “A evidência não foi suficiente para provar o crime”, decretou o juiz.

Perseguição crescente


A perseguição aos cristãos no Paquistão aumenta e, como fica evidente, tem o apoio das próprias autoridades. O governo atual já mostrou que não se importa com as minorias religiosas num país onde 98% da população se declara muçulmana. Por causa da proximidade com o Afeganistão, grupos como Talibã e Al Qaeda possuem bases fortes no país.

A ONG Movimento de Solidariedade e Paz no Paquistão publicou um relatório onde denuncia que, em média, 700 jovens cristãs são sequestradas, violadas e forçadas a casar com islâmicos a cada ano.

A radicalização é comprovada de diferentes maneiras, incluindo o extermínio de cães por conta de preceitos religiosos. No final do ano passado, as chamadas leis antiblasfêmia puniram um adolescente cristão com a prisão.

Seu crime foi ter clicado no botão “curtir” de uma foto “imprópria” da Kaaba no Facebook. O local é o ponto mais sagrado do mundo para os fiéis muçulmanos.

Phonte: Gospel Prime

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça um blogueiro feliz, comente!!
Porém...
Todo comentário que possuir qualquer tipo de ofensa, ataque pessoal e palavrão, será excluído sem aviso prévio!