sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Carnaval no Rio, uma cidade governada por um prefeito neopentecostal


Julio Severo

Enquanto estava fazendo sua campanha no ano passado para se tornar prefeito, Marcelo Crivella, um bispo neopentecostal licenciado, insistiu em que sua religião não atrapalharia no modo de governar o Rio de Janeiro, a cidade mais famosa do Brasil.

O ex-cantor gospel e missionário, um membro muito conhecido da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), capturou 59 por cento dos votos e assumiu o cargo em 1 de janeiro. Mas menos de dois meses em seu cargo que vai durar quatro anos, as promessas de Crivella estão para ser testadas pelo Carnaval, a farra anual que dura quase uma semana no Rio. Essa farra é marcada por bebedeira descontrolada, uso de drogas, sexo desordenado, crimes e danças 24h.

Considerando a atual crise econômica do Rio, não faz nenhuma diferença se Crivella é neopentecostal, católico ou ateu. É irracional e imoral investir no Carnaval quando o Rio não tem condições de pagar os salários de seus funcionários públicos.

Tradicionalmente, os evangélicos brasileiros, especialmente os pentecostais, não tomam parte no Carnaval. Contudo, a IURD tem sido uma exceção em muitas questões, principalmente aborto, onde seu fundador, Edir Macedo, fez várias declarações pró-aborto. Crivella manteve uma secretaria homossexualista em seu governo encabeçada por Nélio Georgini, um homossexual presbiteriano nomeado por ele.

Quando estava concorrendo no ano passado, Crivella prometeu que não tentaria alterar grandes eventos da cidade, tais como o Carnaval ou a parada gay anual. Isso é um contraste forte com o Dr. Geremias Fontes, que foi governador do Rio (1967-1971). O governo de Geremias removeu toda verba de impostos do Carnaval, ainda que não barrasse grupos particulares de financiá-lo.

Geremias era um presbiteriano que mais tarde foi batizado no Espírito Santo e se tornou eventualmente pastor de uma comunidade renovada independente (Comunidade S8) com um ministério especial para ajudar jovens envolvidos em vício de drogas, um dos muitos problemas que empesteiam o Rio.

Marcelo Crivella

Rapazes e moças, com estilo de vida de Carnaval (bebedeira descontrolada, uso de drogas, sexo desordenado), vinham à sua comunidade e eram libertos, curados, salvos e transformados por Jesus Cristo.

Ainda que o Brasil seja a maior nação católica do mundo, os evangélicos, especialmente os pentecostais e neopentecostais, gozam de um crescimento extraordinário de suas igrejas e um papel crescente na vida política.

Vinte dois por cento dos brasileiros atualmente se identificam como evangélicos. Em 1970, só 5 por cento tinham tal identificação.

A Frente Parlamentar Evangélica, representando um quinto do Congresso Nacional, emergiu como uma força conservadora política que foi influente na remoção da presidente socialista Dilma Rousseff no ano passado e promove leis pró-vida e pró-família.

Crivella apoia Israel totalmente. Sua primeira viagem, depois de sua eleição, foi para Israel para agradecer a Deus. Ainda que ele não seja tão conservador quanto Geremias Fontes ou outros neopentecostais, em comparação com Jean Wyllys, o deputado homossexualista pró-aborto que representa o Rio, ele é muito conservador.

Com informações do Associated Press.

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