sexta-feira, 26 de maio de 2017

Caio Fábio é preso pela Polícia Federal por causa do Dossiê Cayman

Caio Fábio

Julio Severo

Caio Fábio foi preso na quarta-feira (24 de maio) pela Polícia Federal e encontra-se no sistema prisional da Papuda, em Brasília, de acordo com o Gospel Prime.

O noticiário da Rede Boas Novas incluiu áudio em que o próprio Fábio reconhece que a causa da prisão foi o Dossiê Cayman.

Como os tempos mudaram. Dois mil anos atrás, o Apóstolo Paulo foi preso por pregar o Evangelho. Hoje, Caio Fábio mostra como um pastor pode ser preso por politicagem que nada tem a ver com o Evangelho. Na verdade, o que ele fez foi contra o Evangelho.

Caio alega inocência, mesmo com provas policiais contra ele. Mas ele nunca se importou com a inocência de ninguém dos que ele atacou a seu bel prazer e carnalidade, tudo por amor a polêmicas e holofotes. Em 2010, sem nenhuma base, ele produziu três vídeos com calúnias e difamações contra Julio Severo, que respondeu neste vídeo: https://youtu.be/rNcnorKrzi0

Embora os protetores políticos de Caio o estejam livrando há anos de prisão com relação ao dossiê nefasto, sua prisão recente foi uma surpresa para ele e seus seguidores. Mas por que se deveria estranhar que numa época em que todo mundo com escândalos petistas esteja caindo só Caio deva ficar ileso? Por que ele passou tantos anos protegido de prisões, sendo que a Polícia Federal tem tantas provas incriminadoras contra ele? Por quanto tempo durarão sua impunidade e proteções políticas?

O Dossiê Cayman, como ficou conhecido, são documentos que apareceram em 1998, nas vésperas da eleição presidencial. Pelas investigações, os documentos que Caio Fábio ajudou a falsificar acusavam que Fernando Henrique Cardoso, na época disputando a presidência do Brasil contra Lula, tinha contas no valor de US$ 368 milhões no paraíso fiscal das ilhas Cayman (Caribe).

O dossiê era pura calúnia e difamação contra Cardoso, produzido exclusivamente para destruir a candidatura dele.


Lula confirmou que teve um encontro com Caio Fábio para conversar sobre o dossiê. Caio teria oferecido o dossiê ao PT pelo preço de US$ 1,5 milhão, mas Lula recusou.

Com o caso Cayman, que expôs publicamente suas atividades políticas oportunistas nos bastidores, Caio caiu em desgraça. Essa foi sua queda política.

Quase na mesma época, descobriu-se que ele estava em adultério com a secretária durante anos. Esses escândalos somados o levaram a acumular uma infinidade de dívidas.

Nesse tempo, ele era da Igreja Presbiteriana do Brasil, da qual foi afastado por causa de seu caso extraconjugal.

Para se recuperar financeiramente, fundou a Igreja Caminho da Graça e desde então passa o tempo criticando toda e qualquer liderança evangélica, mas perdeu o estrelato que tinha na década de 1990.
Em 1994, durante seu apogeu, seu programa de TV, “Pare & Pense”, foi o primeiro programa evangélico de TV a se envolver diretamente no processo eleitoral presidencial, tendo, juntamente com Valnice Milhomens, apresentado o candidato Lula.

Embora o dossiê Cayman tenha fracassado em seus intentos, a estratégia de Caio, ao trazer Lula para o “Pare & Pense”, produziu resultados. Só anos mais tarde Caio confessou:

“Aproximei Lula dos evangélicos, os quais, durante anos, o chamavam de ‘diabo.’ Muitas foram as oportunidades que criei para que ele tivesse a chance de se deixar perceber pela igreja.”

Em anos recentes, por causa da onda antipetista no Brasil, Caio tentou posar de antipetista.

Em 2014, por causa de uma entrevista entre Caio, Olavo de Carvalho e Danilo Gentili, houve uma sensação entre alguns evangélicos de que Caio havia, ao adotar o antipetismo, se tornado antimarxista, ainda que ele tivesse garantido que Marina Silva não é esquerdista. Isso já era sintoma de que ele continuava esquerdista. Além disso, ao dizer no ano passado que Obama não é esquerdista e salvou os EUA economicamente, Caio mostrou que o antigo esquerdismo dele continua intacto e bem envernizado.

Na entrevista de 2014, Olavo, conhecido por atacar a Esquerda e a Direita com palavrões, não emitiu nenhum palavrão contra a ideia de Caio pintar Marina como não-esquerdista nem o criticou pelo Dossiê Cayman. E quando Caio atacou Silas Malafaia, cuja postura então estava contra a Esquerda, Olavo manteve o mesmo silêncio amistoso, que reforçou a sensação ilusória de que o esquerdismo antipetista pró-Marina de Caio não era uma ameaça.

Carvalho perdeu uma grande oportunidade de desmascarar o maior aliciador do PT entre os evangélicos na década de 1990.

O bate-papo estava tão amistoso e aconchegante que mais parecia um encontro de comadres tomando seu chazinho da tarde. Só faltou tricô e crochê.

Se nenhum político de influência conseguir, como nas outras vezes no passado, aprontar truques de bastidores para livrar Caio Fábio da prisão, talvez Gentili e Carvalho possam visitá-lo na Papuda, enquanto tricotam e tomam um chazinho de comadres com ele.

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