sexta-feira, 5 de maio de 2017

Terrorismo já expulsou 75% dos cristãos do Iraque


Segundo um legislador cristão iraquiano, cerca de 1,5 milhão de cristãos acabaram deixando Iraque, desde 2003 e o terrorismo tem grande parte nisso.

Cerca de 1,5 milhão de cristãos, ou cerca de 75% de todos os seguidores de Cristo no Iraque, fugiram do país desde 2003, segundo um legislador cristão iraquiano.

"O número de cristãos que vivem no país está agora entre 500.000 e 850.000", disse Josef Sleve à 'Agência Anadolu', na última quarta-feira (3). "Isso significa que nos últimos 14 anos, cerca de 1,5 milhão de cristãos emigraram para outros países".

Sleve observou que a invasão do Iraque, liderada pelos EUA em 2003 para derrubar o ditador Saddam Hussein pode ter dado início ao êxodo em massa, mas disse que as conquistas do grupo terrorista do Estado Islâmico no norte e oeste do país desde meados de 2014 desempenharam um papel importante, causando a maioria dessas fugas.

O grupo terrorista disse que quer acabar especificamente com os cristãos e já decapitou, executou, torturou e escravizou milhares de pessoas em todo seu território capturado, que se estende para a Síria e outras regiões.

Cristãos iraquianos da comunidade caldeia se envolveram em um "debate furioso" sobre o que deveriam fazer: se arriscar, permanecendo em suas casas, ou fugir para outros países por motivos de segurança.

Mark Arabo, porta-voz nacional da comunidade americana-caldeia e idealizador da Fundação Humanitária Minoritária Californiana, argumentou que os cristãos simplesmente não têm escolha senão fugir como refugiados se quiserem continuar vivos.

Cristãos no Iraque.  (Foto: AP Photo/Karim Kadim)
Cristãos no Iraque

"Você não pode preservar uma cultura quando as pessoas estão sendo sistematicamente exterminadas", afirmou. "Durante o genocídio, a política deve refletir soluções para as vidas das famílias cristãs".

O arcebispo de Canterbury (anglicano), Justin Welby recentemente se encontrou com cristãos iraquianos durante uma visita à Jordânia e refletiu que os refugiados tiveram suas vidas "rasgadas".

"As pessoas são separadas de seus filhos e famílias e não têm idéia do que vai acontecer. Uma mulher teve seus filhos levados para Alemanha e para os Países Baixos, mas sua entrada foi entrada em ambos e ela não sabe se conseguirá reencontrá-los", Welby revelou.

"Os rapazes são vulneráveis ​​a serem recrutados para causas extremistas, porque sua comunidade e grupos de amigos foram dissolvidos", acrescentou.

O líder da Comunhão Anglicana pediu esforços para apoiar os refugiados que conseguiram escapar e garantir que os cristãos no Oriente Médio não sejam exterminados.

"Os cristãos iraquianos que encontrei ontem dizem que sentem que o mundo os esqueceu, porque o foco da comunidade internacional está agora na Síria. Os iraquianos dizem que estão no final da lista, quando se trata de reassentamento ou apoio", disse Welby.

Phonte: Guia-me

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