sexta-feira, 30 de junho de 2017

O mundo imaginário dos marxistas


Eguinaldo Hélio Souza

Comentário de Julio Severo: Preciso apenas adicionar um esclarecimento ao artigo do Pr. Eguinaldo. David Ben-Gurion, citado por ele, é conforme a Biblioteca Virtual Judaica, um dos líderes dos partidos sionistas socialistas mais proeminentes antes da independência do Estado de Israel. 

O sionismo socialista, de acordo com essa biblioteca, gerou a maioria dos movimentos de assentamento de Israel e gerou o Partido Trabalhista em Israel, o qual é um dos dois principais partidos israelenses. 

Pelo menos em Israel, infelizmente, o socialismo sempre fez parte da história e da sociedade. Eis o artigo completo do Pr. Eguinaldo:


Karl Marx

- Então o senhor é romancista! Pois tenho de lhe confessar que há trinta anos não leio romances.
- Faz muito bem. É tempo perdido
- Não digo que seja. Mas prefiro ler os filósofos.
- Eles às vezes também fazem ficção.
(Diálogo entre Davi ben Gurion, primeiro primeiro-ministro de Israel e o romancista Érico Veríssimo)

Os marxistas, por mais científicos que pareçam, por mais termos acadêmicos que usem e por mais influência que conquistem, vivem no “fantástico mundo de Bob”. Esta série animada da década de 1990 que retratava as aventuras criadas pelo menino Bob com sua fértil imaginação, descreve de forma magistral a “realidade ilusória” por eles criada. E por que não falar de uma “realidade ilusória”, uma vez que Mao Tsé Tung definiu seu governo como uma “ditadura democrática”? Tecer fantasias em suas mentes e depois enfiá-la cérebro abaixo é parte de sua missão.

Já que só querem mudar a realidade e não entende-la, o máximo que conseguem é chocar-se com ela, para depois negá-la, criando outra realidade que só existe em suas próprias mentes.

N. Bukarin escreveu em 1935:

“Na Rússia, atualmente, está abolida a dominação capitalista; as previsões de Marx realizaram-se aos nossos olhos, a antiga sociedade desmorona-se. As coroas escorregam da cabeça dos reis e dos imperadores. Os operários marcham, em toda a parte, para a Revolução, para o estabelecimento do poder dos Sovietes (conselho de operários, camponeses, soldados e marinheiros). (...). 
E, uma vez reconhecido que não há meio possível de tornar ao passado, que é certa a vitória dos operários, cuidaremos com mais força e maior resolução da luta pela nova organização do trabalho” [negrito nosso].

A Rússia não é mais soviética, não é mais socialista (alguns marxistas juram por Lênin que ela nunca foi) e em muitos pontos voltou ao passado. Bukerin acreditava piamente que “em 20 ou 30 anos, haverá um outro mundo, outros homens e outros costumes”. Era evidente para ele que todas as nações se tornariam socialistas em breve. Se acontecesse ele também não poderia testemunhar o fato, pois foi condenado à morte por Stálin em 1938, acusado de conspiração. 

Cinquenta anos depois Gorbachev o reabilitou politica e juridicamente, mas nessa ocasião sua crença na bondade do mundo comunista já estava enterrada e o próprio Gorbachev se encarregaria de enterrar o socialismo soviético. The dream over. O mundo imaginário dos marxistas não conseguiu se sobrepor indefinidamente sobre a realidade. Mesmo que tanto sangue tenha custado para escrevê-lo.

Mas as loucuras do marxismo são ainda mais extravagantes e seriam cômicas se não tivessem gerado tantas tragédias. Uma pensadora educacional soviética, Zlata Lilina, da década de 1920, elaborou uma teoria de como fazer triunfar o marxismo. Ela propôs um plano de educação nos quais as crianças deveriam ser tiradas de seus pais e internadas em instituições públicas, evitando que seus pais as amassem. 

Ela dizia que o amor impedia o aparecimento do homem comunista, pois a criança tornava-se individualista e era encorajada a ver-se como o centro do universo. Uma ideologia que acredite na nocividade do amor e lute contra ele, não pode ser considerada racional ou sadia.

Na visão marxista, a família é uma criação burguesa e desnecessária. Isso levou os bolcheviques a tentar aboli-la em sua revolução. Novamente, o choque com a realidade fez com que o número de casamentos aumentasse diante do aumento da delinquência e abandono resultantes da visão ideológica com respeito ao casamento e família.

Uma vertente do comunismo chamada de posadismo dizia que não era preciso ter medo de uma invasão extraterrestre. Afinal de contas, se os ETs dominam a tecnologia para viajar pelo espaço, é porque formam uma civilização mais avançada que a humana. E, se são intelectualmente superiores, então é óbvio e elementar que todos eles vivem num perfeito comunismo. 

A invasão alienígena, portanto, destruiria os EUA e levaria os habitantes da Terra a um socialismo perfeito. E não só na Terra. Na galáxia inteira! Uma reflexão como esta não pode ter saído de uma mente normal.

Que pensar de uma ideologia que leva dona Marilena Chauí, suposta filósofa, a afirmar que os que acreditam na família são umas bestas e que família é uma invenção burguesa do século XIX? Que dizer quando um intelectual como György Lukács, filho de um bem-sucedido banqueiro judeu, se diz representante das classes proletárias?

Quando Vladimir Lenin foi sepultado em Moscou, em 1924, a seguinte inscrição foi colocada ao lado de seus restos mortais embalsamados: “Aqui jaz o maior líder de todos os tempos. Ele foi o senhor da nova humanidade. Foi o Salvador do mundo”. O mito de Lenin como a encarnação do proletariado foi cultivado. Dizia-se: “Lenin está conosco sempre e em todo lugar”. 

 Onde antes havia imagens de santos, a imagem de Lênin foi colocada. Seu corpo embalsamado era reverenciado como sagrado. O fato de na Venezuela o falecido Hugo Chaves se manifestar nas nuvens e falar através de passarinhos, não passa de tosca imitação do “mestre”.

O problema não é marxistas viverem no fantástico mundo de Bob. O problema é matar, oprimir e manipular para que todos acreditem em seu universo imaginário. Pelo menos o Bob era inofensivo.

Phonte: www.juliosevero.com

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