quarta-feira, 30 de agosto de 2017

'Bomba-relógio' está à beira de explodir na Europa e ninguém faz nada para contê-la


A caldeira vulcânica dos Campos Flégreos, localizada perto de Nápoles (Itália), pode entrar em erupção em breve. Mesmo com a existência da possibilidade catastrófica, a região não possui um plano de evacuação.

Giuseppe Mastrolorenzo, vulcanólogo do Observatório Vesubiano, falou com a Sputnik Itália sobre as probabilidades de uma erupção dos vulcões e as consequências possíveis.

"O risco de uma erupção dos dois vulcões napolitanos é extremamente alto. Podemos dizer sem dúvida nenhuma que este é o maior risco de erupção no mundo atualmente", afirmou.

Segundo o vulcanólogo, o risco aumenta devido às consequências devastadoras que a catástrofe seria responsável, ou seja, o número de pessoas que poderiam ser afetadas. Em relação à região dos Campos Flégreos, três milhões de pessoas estão em risco.

O especialista chamou atenção ao fato de que "a possibilidade de uma erupção é a mais alta possível hoje em dia. Pode ocorrer a qualquer momento".

"Esperamos que nesse caso haja muitos sinais prévios para que seja possível preparar a evacuação, mas tudo indica que ela vá ser anunciada só algumas horas antes de ocorrer", indicou.

Além disso, nos Campos Flégreos há supervulcões capazes de causar erupções em grande escala, com proporções cem vezes mais destruidoras do que a erupção do Vesúvio — que destruiu a cidade de Pompeia.

Desde 2012, o alerta de nível amarelo foi introduzido na região em meio à ameaça de erupção dessa caldeira vulcânica. O amarelo é o segundo na escala de quatro níveis de alerta vulcânica e indica que uma erupção pode ocorrer em semanas ou meses.

De acordo com Mastrolorenzo, quando a situação atingir o nível vermelho — mais perigoso — não será possível salvar a população caso não exista um plano concreto oficial ou pelo menos recomendações gerais para coordenar o processo da evacuação na região.

"Um plano de evacuação que inclui as medidas necessárias, o trabalho de resgate, as formas de salvamento e a maneira de alerta da população, simplesmente não existe", sublinhou.

O vulcanólogo destacou que os desastres naturais das últimas décadas — desde o tsunami no oceano Índico até o furacão Katrina — demonstraram que, na maioria das vezes, mesmo sabendo com antecedência sobre os riscos, não prestamos bastante atenção para evitá-los.

Além disso, existem outras ameaças, tais como, por exemplo, planos de construção de usinas geotérmicas na ilha italiana de Ísquia ou nos Campos Flégreos. Estas instalações podem provocar terremotos ou erupções. No entanto, as autoridades locais não se manifestaram contra tais projetos, concluiu.

Phonte: Sputnik

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