quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O debate do Inferno e as estratégias evangelísticas.


Você realmente crê somente nas Escrituras? No Sola Scriptura? Jesus nos conta a história de dois homens, um rico que não foi justificado por Deus e um muito pobre que foi justificado. Os dois morreram, diz Jesus, e o mendigo foi para o céu e o homem rico para o inferno.

Céu e inferno, ninguém falou mais sobre isso na Bíblia do que Jesus. Deleite do céu ou os horrores conscientes do inferno, essas são as únicas possibilidades de experiência depois da morte. É como se todos nós estivéssemos numa sala onde há apenas duas saídas. 

Sobre uma está escrito “Céu” e na outra “inferno”. Não há aniquilação; sono da alma, reencarnação... céu ou inferno consciente é tudo que há. O Filho de Deus enfatiza aqui que a alma dos homens e mulheres vivem e são conscientes... inteligentemente conscientes do amor de Deus ou da ira de Deus imediatamente após a morte.

Este homem rico no inferno em seu horror mantém uma conversa com Abraão. Com este patriarca em particular, porque Abraão é o “pai” de todos os que creem, os que são justificados pela fé que é um dom de Deus. Deus mandou Abraão cantar as estrelas... e disse que sua progênie seria tão grande quanto a quantidade de astros no céu que ele podia ver. Ou seja, todos os eleitos de Deus. 

Deus daria a Abraão um filho na sua avançada velhice e, através daquele filho, todas as nações da terra seriam abençoadas, porque um dia através da descendência desse filho, nasceria um Filho que seria o Salvador.

Abraão, mesmo sendo um pagão, ao ser chamado eficazmente creu e foi justificado. Ele saiu de sua casa em Ur e foi para um lugar desconhecido que Deus disse que estava preparando para ele. Por isso, Abraão se tornou o paradigma real para todos que, de forma semelhante, seriam chamados eficazmente e soberanamente pelo Espírito Santo através da Palavra e seriam justificados – todos os que Deus pôs na eternidade na corrente de ouro: 

“E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” - Romanos 8:30,31

Todos os homens são pecadores e merecem a justiça, a ira infinita de Deus para sempre, mas Deus providenciou uma redenção soberana em Cristo Jesus.

O mesmo Salvador que falou do céu também falou em linguagem inequívoca, advertindo o mundo da horrível realidade do lugar da aflição, do verme que nunca morre, as chamas que não se apagam, ranger de dentes, trevas exterior, fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos. O Senhor Jesus ensinou que o inferno é real, é governado por Deus, envolve rejeição e dor. Ele disse mais sobre isso do que qualquer outra pessoa na Bíblia.

Então o Senhor Jesus contou esta parábola, e temos que ser sérios para jamais distorcer o significado de qualquer parábola. Devemos derivar claramente um ponto ( apenas um ) para cada personagem principal de uma parábola. Isso nos ajuda a entender o que Jesus está ensinando e impede que saímos da trilha da Verdade.

Aqui os três personagens principais são Abraão, o homem rico e Lázaro.

Abraão é o porta-voz de Deus.
O homem rico representa todos os homens não justificados.
O nome Lázaro significa “Deus ajuda”, e portanto, esse homem pobre e desprovido representa todos os que nada tem em si mesmo, mas receberam a ação soberana salvadora de Deus.

A parábola aponta para a ideia de só ver as coisas “muito tarde”. O homem rico só presta atenção em Lázaro muito tarde; ele só vê a realidade do abismo muito tarde; só se preocupa com seus irmãos muito tarde; só se volta para o que a Lei diz muito tarde...

A primeira conversa do homem no inferno diz respeito a um pedido de que ele pudesse experimentar um alívio em seu tormento ( a qual não vamos nos ater neste artigo )

O segundo pedido do homem no inferno trata de seus cinco irmãos. Eles ainda estavam no mundo, então o homem no abismo tenta inventar um esquema de evangelismo, ele cria um plano de evangelismo – para que seus irmãos não se juntassem a ele – o que muitos na igreja hoje fazem também.

Os cinco irmãos dele conheciam o mendigo que vivia à porta do seu irmão rico que havia morrido. Ele esteve sempre lá... todos sabiam que ele havia morrido. O homem rico fala com Abraão: “Mande esse homem, Lázaro, que está ao seu lado, que volte e se mostre a eles como um ressuscitado dentre os mortos. Eles crerão no testemunho de um homem ressuscitado dos mortos... se um homem que esteve morto falar com eles sobre o que está acontecendo comigo, eles mudarão. Eles vão crer.

Essa é a sabedoria de um homem no inferno. Essa é a sua proposta. A partir desse pedido surge uma discussão entre Abraão e o homem no inferno. Abraão argumenta de um lado e o homem do inferno argumenta de outro lado. Abraão está defendendo a posição daqueles que creem em Deus através do Senhor Jesus Cristo, e o homem no inferno está defendendo a posição daqueles que usam a razão humana, o misticismo, milagres... para a conversão... Este argumento está acontecendo ainda, e é importante para nós vermos no que esse argumento consiste e a diferença entre as duas abordagens.

De um lado, há Abraão e todos os que são levados pelo Espírito a crer como ele fez. Uma coisa é verdade para cada um deles, e é que eles estão satisfeitos com a Bíblia e somente com a Bíblia.

Teologicamente, podemos dizer que eles sustentam a suficiência das Escrituras e ela sozinha, para salvar alguém do inferno. 

No versículo 29, Abraão diz: "Eles têm Moisés e os profetas; Deixe-os ouvi-los. "

Moisés escreveu os primeiros cinco Livros da Bíblia. Gênesis, por exemplo, nos diz que Deus é um Deus pessoal, um Deus Todo-Poderoso, como Ele fez o mundo e por que o mundo está no estado em que está. Ele fala da grande resposta à rebelião do homem através de Cristo, que um dia virá e ferirá a cabeça da serpente. Então, no Êxodo, somos informados da Páscoa, daqueles para quem um cordeiro morreu substitucionalmente, e como o anjo da morte passou por todos que não estavam sob o sangue do cordeiro. Por causa do cordeiro que derramou seu sangue, eles foram perdoados. 

O Livro do Levítico nos diz que "sem derramamento de sangue não há remissão de pecados". Ele aponta para os sacrifícios da redenção instituídos por um Deus santo, justo e amoroso. O Livro de Números nos diz sobre a serpente de bronze levantada no deserto e como se os homens olharem para o que ela representa, eles terão vida. 

O Livro do Deuteronômio nos fala da relação da aliança entre Deus e seu povo, Jeová – o grande “Eu sou”. Deus prometendo a si mesmo como seu Deus e Salvador pelos séculos dos séculos.

"Eles têm Moisés", diz Abraão, e os irmãos do homem rico tinham todo o resto do Velho Testamento escrito pelos profetas que juntamente falaram sobre Cristo. Cristo está em cada página. Então Abraão diz: “Que eles os ouçam”. Imagine nós hoje, que ouvimos nas páginas do Novo Testamento as testemunhas oculares da majestade de Jesus... a revelação perfeita e final de Deus.

Você vê o argumento de Abraão? As Escrituras são suficientes para levar um homem à fé em Jesus Cristo. Ou seja, essa é a maneira como o Espírito faz o chamado Soberano e nada mais pode chamar um homem da morte para a vida.

Então Abraão acrescenta essas palavras definitivas no verso 31: “Se eles não ouvirem a Bíblia, nada mais os convencerá; nada mais fará qualquer bem a eles, nem mesmo se mesmo se vissem um homem ressuscitar dos mortos para falar com eles”. Então, toda questão aqui é: Você concorda com Abraão?

De um lado do debate ( verso 27), o homem no inferno está dizendo que teve uma ótima ideia, uma ótima estratégia... enviar um homem ressuscitado dos mortos – um grande milagre – para avisá-los. Mas Abraão responde: “Eles têm as Escrituras, que eles a ouçam”. “Não”, diz o homem rico no inferno como muitos “cristãos” diriam hoje, a Bíblia sozinha não é suficiente”. Ele não confia na Palavra final de Deus. Ele acreditava ser necessário um milagre, misticismo, novas revelações... algo “impactante!” – segunda a visão do inferno.

Este homem no inferno pensa que a Bíblia é um livro ineficaz. Você já percebeu que sempre que um “cristão’ diz: “Deus ainda fala hoje” – ele não está se referindo a Bíblia? Então, o homem do inferno diria o mesmo. O homem no inferno está dizendo, você não espera que alguém sinta a seriedade e veracidade da realidade simplesmente lendo ou ouvindo a Palavra sendo pregada, não é mesmo?

Agora, é interessante, até estranho, que aqui o homem do inferno se dirige a Abraão respeitosamente e o chama de “Pai Abraão”, e Abraão reconheça isso e o chame usando a palavra “filho”. 


Ou seja, esse homem era um judeu – um membro do povo da aliança do Antigo Testamento. Ele foi circuncidado. Étnica e externamente ele é um “filho” de Abraão. Jesus nesse capítulo está se dirigindo a seus compatriotas – e ele está se dirigindo aos Fariseus que estavam zombando dele – “E os fariseus, que amavam o dinheiro, ouviam todas estas coisas, e zombavam dele.” - Lucas 16:14 – Mesmo quando eles viram Lázaro ressuscitar dos mortos, continuaram com mais tenacidade a conspirar para matar Jesus.

Este homem rico no inferno, cresceu então na Sinagoga, ouvindo e memorizando as Escrituras semana após semana. Ele não a amava... mas nunca sonhou que terminaria no inferno, com um abismo infinito separando ele e Abraão. Isso é comum nas páginas da Bíblia. Judas ouviu os sermões de Cristo; Ananias ouviu grandes pregações com sua esposa Safira... Demas ouviu Paulo pregar... todos estavam perdidos.

Agora, você percebe o que o homem rico está dizendo do inferno? O mesmo que todo coração irregenerado diz: “Se as Escrituras são as únicas coisas que meus irmãos vão ouvir, não será suficiente... pois eu ouvi isso muitas vezes. As Escrituras não me mudaram”. 

 Na verdade, ele está dizendo lá do inferno do fundo do seu coração: “É perfeitamente compreensível eu não ter crido e que eles não venham a crer – pois tudo o que tínhamos era a Bíblia. Conheço meus irmãos muito bem, sei como eles vivem, sei como pensam... A Bíblia não irá tocá-los – eles precisam de algo mais...” 

Com efeito, ele está dizendo diretamente: “Eu não totalmente culpado, se ao menos eu tivesse visto um milagre que me emocionasse, eu teria acreditado. Se um homem fosse curado, se um homem fosse ressuscitado dos mortos e tivesse falado comigo eu teria prestado atenção. Se eu tivesse ido a uma reunião em que coisas incríveis acontecessem, teria sido diferente. Mas tudo que eu tinha era a Bíblia. A Bíblia! A Bíblia sozinha!” Isso é o que muitas pessoas que se dizem cristãs falam também. “Vocês não esperam que alguém seja atraído só pela pregação da Bíblia expositivamente. Vocês não esperam que as pessoas sejam atraídas por isso? Nos dê um show místico e as pessoas virão. Dê ao mundo um “evangelho social” e as pessoas virão. Precisamos de superstars e de celebridade para dar seus testemunhos – mas não a Bíblia sozinha.”

Mas você vê, Abraão é inflexível. “A Bíblia é suficiente”, disse ele. “O resto não teria nenhum proveito”.

Agora, é fácil ver que há uma quantidade enorme de pessoas na igreja hoje que argumentam exatamente como aquele homem do inferno.

Como o homem do inferno as pessoas ( “cristãos ) ensinam que isso não é "evangelismo do poder": "A menos que possamos fazer milagres, não haverá conversões...". "Não, o pai Abraão", diz ao homem no inferno, "não, a Bíblia sozinha - a Bíblia e nada mais.”

Agora, lembre-se de uma coisa, Abraão estava no céu muitos anos antes de Moisés escrever os cinco primeiros livros da Bíblia. Sua própria história foi contada por Moisés. Abraão estava na presença de Deus quando o Senhor deu a Palavra a Moisés e aos profetas... Ele estava lá ouvindo o Senhor nas ocasiões em que Deus enviou o Espírito Santo, o Espírito de iluminação: “Vá a Moisés, a Samuel, a Davi, a Salomão, a Isaías, a Jeremias, a Ezequiel...” Abraão ouviu Deus falar, e ele conhecia a fonte e o poder daquilo que havia vindo do Trono do Universo. Dos lábios do Deus vivo vieram diretamente aquelas palavras. Abraão conheceu e amou aquelas palavras – nada poderia se comparar. Elas eram Espírito e vida. Elas eram o poder de Deus para a salvação. Elas eram tão poderosas e eficazes como quando Deus havia dito: “Haja Luz!” O Deus Todo-poderoso quebrou o silêncio dos céus como quando falou ao caos primevo. Deus falou com os pecadores. Ele abriu seu coração e revelou seu íntimo. Ele está em seu trono e não está em silêncio. Temos a Palavra final dele. “ Deus, que em diversas ocasiões e de diversos modos falou no tempo passado aos pais pelos profetas, nos falou agora por seu Filho, a quem Ele designou herdeiro de todas as coias, por quem também fez o mundo”. ( Hb 1.1,2).

Nos últimos tempos falou por seu Filho, o Senhor do céu, o Salvador, o Profeta, a Palavra final de Deus. Jesus disse que ninguém conhece o Pai, senão o Filho, Ele sozinho tendo esse conhecimento infinito do Pai pode revelá-lo final e definitivamente. Quando no fim de sua vida aqui ele está orando, ele agradece ao Pai por toda a ajuda recebida como Filho do Homem para cumprir a sua missão. Ele não omitiu nada, e quando Ele envia seus apóstolos ao mundo, lhes dá o Espírito Santo para levá-los a toda a Verdade, e eles nada imitem dessa revelação perfeita. Tudo foi providenciado desde a eternidade para que tudo que é necessário para toda a história da Igreja até o fim. 

Quando Paulo se revela como um apóstolo, ele diz: “E depois, por ÚLTIMO a mim também”. Em outras palavras, Paulo, no último apóstolo, toda a Palavra de Deus foi selada. É óbvio, não era mais necessário mais apóstolos e nem ninguém mais poderia ter as credencias que fizeram deles apóstolos. Nenhuma casa precisa de mais de um fundamento, alicerce... esse é o fundamento final e satisfatório.

Temos Moisés, temos os Profetas, temos os Evangelhos e temos as epístolas. Nós as temos em nossa língua, português. Podemos manter conosco todo o tempo, ler, meditar... Um dos Reformadores ingleses pregando sobre as Escrituras disse: “Você é pai? Você tem filhos? Leia as Escrituras. Você é um rei? Leia as Escrituras. Você é um pastor? Leia as Escrituras. Deus te abençoou com riquezas? 

Leia as Escrituras. Você é um homem comum? Leias as Escrituras. Você é um fornicador? Leia as Escrituras. Você está na adversidade? Leia as Escrituras. Você é um grande pecador? Você ofendeu a Deus? Leia as Escrituras. Você está desesperado pela misericórdia de Deus? Leias as Escrituras. Você está saindo desta vida? Você está morrendo? Leia as Escrituras”.

Abraão estava dizendo estas mesmas palavras do céu para o homem no inferno: “Você quer que teus irmãos vejam um milagre? Seus irmãos tem um grande milagre; eles têm ouvido Moisés em todas as vezes que estão na sinagoga... ouvido os profetas... ouvido Deus.” Nós que vivemos 21 séculos depois temos mais, temos muito mais, temos os Evangelhos, os Atos, as Cartas, o Apocalipse. Isso eleva o milagre a níveis infinitos. Temos tudo da mente de Deus que uma criatura pode saber deste lado da vida. 

Quando pego minha Bíblia, estou segurando uma das mais poderosas obras de Deus. É algo absolutamente único. É algo completamente milagroso na independência de seu pensamento, na abrangência de seu tema, na sua veracidade absoluta e invencível... do que em qualquer palavra que poderia sair hoje da boca de um homem. Em momentos de dúvida nossas mentes devem descansar nisso: “Eu tenho a Bíblia” – Eu tenho a grande “intrusão” do céu na terra. Este livro vem de outro “mundo” – ou além de todos os mundo, do cosmo... só nele os homens podem ouvir as expressões únicas do Filho de Deus que é a imagem e expressão perfeita do Pai.

Toda a literatura humana que já li, não serviria sequer de notas de rodapé para este conteúdo. Aqui está um livro que absolutamente único. A Bíblia é a Palavra do Deus que me conhece, me descreve, me sonda, me busca, me encontra, me transforma, me santifica, me faz mais e mais como Cristo até ser dia perfeito.

Só as Escrituras falam com as necessidades mais profundas do homem. Aqui estão palavras que são invencíveis, insuperáveis e puras em sua originalidade divina.

Toda vez que a igreja se reúne em torno da Palavra, do Evangelho... fazem isso em torno de um grande e insuperável milagre – este Livro está no centro de nosso culto corporativo, então estamos nos encontrado na presença Do Milagre. Você me diz que quer um milagre? Bem, aqui está o Milagre!

Abraão diz: “Não! Um grande sinal como Lázaro levantar dos mortos e falar com seus irmãos não poderia regenerar o coração deles. Eis o milagre que eles precisam, as Escrituras!”

Crer, a fé... é um dom de Deus. E a fé vem pelo ouvir a mensagem perfeita, a perfeita revelação do coração de Deus através da Palavra de Cristo no poder do Espírito” ( Rm 10.17 ).

Abraão sabia que este é o único método divino. Esse sempre foi e será o meio de Deus salvar um homem. Desde a era apostólica, nem uma única pessoa chegou VERDADEIRAMENTE a Deus de outra forma. O texto chama o lugar dos redimidos de “ceio de Abraão” – Abraão sabia que todos os que estavam lá com ele na presença de Deus haviam sido salvos através da Escritura e que os milhões e milhões que ainda se juntariam a eles seria da mesma forma.

Foram as Escrituras no poder Soberano do Espírito que os tornaram “sábios para a salvação e pela fé que está em Cristo Jesus” ( 2 Tm 3.15 ). Deus está dizendo desde o Céu através de Abraão para o homem no inferno: “É assim que eu resgatai por graça soberana todos que mereciam o inferno, mas jamais o conhecerão”.

Os testemunhos do Senhor são seguros e certos, mais nada é. Nós temos apenas esta mensagem. Se os homens não forem chamados eficazmente pele Espírito através dela, se não forem regenerados pela Palavra da Verdade e vindo a crer como consequência disso, eles não serão convencidos ou virão verdadeiramente mesmo que vários mortos ressuscitassem para falar com eles...mesmo que presenciassem a maior “experiência mística” imaginável.

As Escrituras são suficientes para tornar perfeito, maduro, o homem de Deus. Até que ponto as Escrituras podem nos levar? Elas podem nos levar a maturidade total, isto é, “estar completamente equipado para todo o chamado de Deus” ( 2 Tim 3.17 ).

O que está diante de nós no futuro? Que desafios? Que deveres? Que sacrifícios? Que sofrimentos? Que está diante de nós para vivermos nosso chamado? A Bíblia nos equipará completamente para ele.

Como nos tornaremos maduros? Como nos tornaremos adultos deixando as coisas de menino? Como nos tornaremos sábios. Como somos transformados na imagem de Cristo de um grau de glória para outro grau de glória? Através da Bíblia e somente através da Bíblia. A Escritura e só ela santifica e aperfeiçoa o que é completamente imperfeito. Ela nos capacita para tudo o que fomos chamados para viver para a glória de Deus. Para toda montanha que tenhamos que escalar. Para todo fardo que tenhamos que suportar. Para todo serviço que Deus nos pede para fazer. Para toda pressão que teremos que suportar.

As Escrituras nos capacita par tudo. Nos diz como fazê-lo, porque devemos fazê-lo, nos dá força para a tarefa... As Escrituras terminarão o bom trabalho que Deus começou em nós através dela. Ela nos transforma em “homens de Deus... bem equipado para toda boa obra” – É uma benção sobrenatural ter a Bíblia.

Jesus encerra o Sermão do Monte falando sobre o homem sábio que construiu sua casa sobre a rocha, e as tempestades, os ventos e inundação chegaram, e a casa permaneceu. Este homem estava edificando sua vida na verdade do Senhor Jesus e estava alicerçado nela. Jesus estava olhando para frente ao longo dos séculos em que a igreja viveria... o tempo em que vivemos. 

Cristo conhecia as tempestades que alcançariam os pequenos cristãos e cristãs. As grandes ondas da pretensão “científica”, da filosofia e do humanismo secular, do materialismo... contudo, o pequeno rebanho que está alicerçado no Verdade, sobreviveria a qualquer tempestade. O Salvador tem absoluta confiança nisso... pois Ele decretou isso.

A igreja não merece mais esse nome, se os seus membros começarem a acreditar que a Bíblia sozinha é insuficiente para a tarefa diante de nós. Não estamos em nossos cultos procurando sinais e vozes adicionais. Ninguém neste estado foi convencido da suficiência da verdade divina. Então, o problema que quem se diz cristão em nossa geração enfrenta é: Você está contente com a Bíblia ou não?

Certo homem estava sendo exposto a Bíblia verso por verso... e finalmente ele disse: “Agora vamos fechar o Livro e ouvir o Espírito” – Essa é a essência do desvio da Verdade. Quando fechamos as Escrituras, cessamos de ouvir o Espírito... então começamos ouvir nosso coração, nosso hormônios, nossas cobiças, nosso anseios...

As Escrituras nos dizem claramente o que devemos pensar e fazer. Então surge a questão. Devemos sondar a Bíblia para encontrar tudo o que Deus disse sobre determinado assunto. Encontraremos respostas para tudo que imaginarmos...? Para tudo que devemos saber para vivermos para a Glória de Deus no mundo, encontraremos ajuda perfeita e suficiente na Bíblia. Quanto mais familiarizados com ela, maior será nossa capacidade de formular questões e ter respostas para tudo que surgir em nossa vida de tal maneira que Deus seja totalmente honrado nela.

Nada devemos ou queremos acrescentar as Escrituras. Não há ideia adicionais sobre o futuro que devamos saber que não temos nele. Nada sobre a vida cristã, a natureza de Deus, homens, anjos e demônios, vida após a morte... sobre tudo Deus falou conosco nas Escrituras. Todo o resto é especulação humana, não só inútil, mas mortal. Experiências “místicas” não acrescentam nada... a não ser heresias.

Não temos nenhuma história sobre o pecador crendo... a não ser que pela Palavra Deus tenha dado o dom da fé. E todas as respostas de Deus para nos vem da Sua Palavra. Nossas consciências são, portanto, cativas apenas a Palavra de Deus. Não queremos ouvir nada sobre Deus que não seja encontrado nas páginas do Velho e do Novo Testamento. 

Sequer chamamos de avivamento algo que não flui apenas da Palavra sendo restaurada numa geração. Não importa se alguém ouviu um “sermão inspirador”. Não importa se o que ele disso era o que eu estava pedindo como “resposta” – Temos, diz Abraão como disse ao homem no inferno, “Moisés e os Profetas...” e temos agora os Apóstolos... e suas palavras não podemos perder nada, nem nada acrescentar.

Não devemos chamar de pecado nada que a Bíblia não tenha feito, explicitamente ou por implicação. Ninguém pode dizer que Deus lhes deu autoridade para impor regras morais além das Escrituras. A desobediência generalizada, mas também o moralismo no lugar da santificação bíblica pela união com Cristo e não pela Lei, a falsa culpa... são sempre o resultado do afastamento da Verdade. 

Não há nenhum benefício em qualquer não toques, não olhes, não manuseies vinda do coração de qualquer homem, o que flui disso é apenas o terrível afastamento da Verdade. O Espírito Santo não nos capacita a obediência a qualquer regra ou ensino que não venha apenas do coração de Deus, e assim, esse tipo de compromisso é realizado pela carne e traz glória somente a carne, nos afastando da Verdade. 

A “vitória” sobre essas regras humanas é procurada e buscada... por “oração, esforço, jejum...” – mas nenhuma vitória é dada – e o que se supões ser vitória, nada mais é do que um afastamento da verdade de Deus que traz glória a carne. Um homem legalista não quer que nos pareçamos com Cristo, quer que nos pareçamos com ele. Quando esse padrões comportamentais se encaixam nas suas próprias preferências constitucionais... tudo que se tem é presunção, e o orgulho prospera. É diabólico. Deus nos deu a Sua Palavra, e basta passar dias atentos ao sábio ensino que flui dela, sem aumentar os encargos dos outros.

Nada é exigido de nós fora das Escrituras ou pela corrupção da interpretação correta do texto. Se um pastor nos informa que devemos tomar determinado curso de ação, nos envolver em certa prática, em certo relacionamento... só tem autoridade se o que for dito estiver vindo das Escrituras no contexto correto e de acordo com toda a Verdade de Deus. 

Somos livres para dizer que os cristãos encontram orientação só nas Escrituras, não em coincidências, experiências, mudança de circunstâncias, sentimentos de coração apertado ou sentimentos de prazer... Deus fala na Sua Palavra e diz: “Seja esse tipo de esposa, pai ou filho. Viva na sociedade dessa maneira. Siga este ensino como membro da igreja. Acredite somente nas Escrituras e faça dela sua ênfase na vida diária. Ao estudar verdadeiramente as Escrituras, ganhamos paz e liberdade como cristãos.

Os homens – como disse Abraão ao homem do inferno – devem se contentar com “Moisés e os Profetas... Apóstolos” – porque é a perfeita e final revelação de Deus. Cremos na sabedoria dessa decisão divina. Acho irônico que naquilo que a Escritura dá pouca ênfase, homens coloquem tudo em sua vida sobre aquelas questões... pessoas assim são motivadas pelo orgulho. Mas não pelo desejo de conhecer o coração de Deus. Temos de nos contentar com o perfeito equilíbrio da Verdade revelada. A inferência hábil é muito diferente da afirmação bíblica direta. Tudo que precisamos saber para vivermos para a glória de Deus no mundo e completarmos nossa missão, estão claramente ensinadas nas Escrituras.

É o homem que perece, que pensa que a Palavra de Deus é insuficiente – como o homem no inferno debatendo com Abraão a respeito. O homem que perece que achará Palavra loucura e escândalo. Como diz o salmista: “A salvação está longe dos ímpios, porque não procuram os teus estatutos” – ( Sl 119.155).

Eles permanecem longe da salvação de Deus porque não buscarão a Palavra de Deus somente.

O homem rico era um homem ignorante quando morava neste mundo. Ele ainda era um ignorante no inferno, e Deus diz: "Aquele que é ignorante, deixe que ele ainda seja ignorante para sempre". Ele nunca enfrentou a realidade da condição humana. Ele pensou que tudo o que seria necessário era um milagre, alguma ressurreição dos mortos e as pessoas acreditariam. Nunca entendeu a depravação total do coração humano.

Ele sempre foi sábio em sua própria visão da vida e não com a sabedoria de Deus, e nunca reconheceu a hostilidade final que seu coração tinha pelo Deus e pela Verdade revelada por Ele uma vez e para sempre. Ele estava, ao debater com Abraão e dizendo que a Verdade era insuficiente – que era necessário milages... – dizendo: “Quem é o Senhor para que eu deva ouvir somente Ele em sua Palavra?” – As pessoas não querem só a Bíblia porque aquele que nos fala sozinho em suas páginas é o Senhor Jesus Cristo. É sempre tão inconveniente se inclinar totalmente diante do seu saber e segui-lo. Pois isso significa que devemos tomar nossa cruz – morrer para nós mesmos – todos os dias, negar a nós mesmos – ideias, percepções, “revelações”, impressões... e caminhar cada passo somente pela Sua Palavra.

Isso faz o homem sedento por sinais e milagres, mas foi a geração que viu os milagres de Jesus – jamais repetidos na história do mundo – que gritaram: “Crucifica-O” – Isto que Abraão estava dizendo ao homem no inferno. Os nove homens que foram curados de lepra não se incomodaram em dar qualquer doxologia ao Senhor sem o Chamado Eficaz do Espírito. Deus deu essa Palavra como meio de Salvação ( Regeneração, Justificação... ) para os pecadores. E também como meio de santificar os eleitos, sendo suficiente até nosso último segundo neste mundo. Então só podemos honrar a Deus se ficarmos satisfeitos com isso – como Abraão e diferente do homem do inferno – vamos ouvi-la e obedecer. Sola Scriptura!

Phonte: Josemar Bessa

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