sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

John Piper afirma que não há como pregar o evangelho e ser “politicamente correto”


Teólogo comparou pregação para liberais com atirar “pérolas aos porcos”


Nos Estados Unidos, um grupo de 200 pastores e teólogos assinaram um documento em agosto, reafirmando os conceitos bíblicos sobre casamento e sexualidade. Chamado de “Declaração de Nashville”, por causa da cidade onde foi assinado, no estado do Tennessee, ele teve como um dos seus idealizadores o pastor e teólogo John Piper.

Em seus 14 tópicos, a Declaração condena o estilo de vida homossexual, o sexo fora do casamento e as questões relacionadas com a ideologia de gênero. Considerado controverso, por contrariar o pensamento “politicamente correto” em voga na sociedade atual, o documento foi criticado por teólogos liberais, que o consideraram “insensível” a questões amplamente debatidas na atualidade, como os direitos das minorias. Um grupo de “cristãos LGBT” mostrou repúdio pelo material.

Na ocasião de sua assinatura, Piper afirmou “Ele mostra, com muita clareza, nossa convicção bíblica, a compaixão do evangelho, a relevância cultural e sua utilidade prática. Acredito que será extremamente útil para milhares de pastores e líderes, na esperança que possam dar orientações sábias, bíblicas e repletas de graça para suas congregações”.

Esta semana, no programa de rádio “Pergunte ao Pastor John”, transmitido por seu site, Piper foi questionado por uma ouvinte sobre o fato de afirmações públicas como a Declaração de Nashville “dividir” os cristãos e “afastar” aqueles membros da igreja que pensam diferente. A ouvinte, que se identifica como Amy, perguntou também se isso não criaria uma “parede de separação” entre os cristãos de uma igreja local e seus vizinhos ou amigos incrédulos e liberais, prejudicando as tentativas de alcançá-los.

A resposta de Piper foi incisiva, deixando claro que a verdade bíblica é sempre controversa. Ele abordou as duas questões lembrando o alerta de Jesus sobre não “lançar pérolas aos porcos” (Mateus 7: 6). Para ele, este conselho deveria sempre ser levado em conta quando os cristãos desejam compartilhar as verdades do Evangelho.

“Eu acho que a visão cristã – que contempla a criação da humanidade como homem e mulher, do casamento como um vínculo permanente entre um homem e uma mulher (esposo e esposa) e restringindo a prática sexual ao casamento – é uma pérola bonita que deve ser colocada em um pedestal diante do mundo, mesmo sabendo que hoje em dia o mundo a odeia, zomba dela e faz tudo o que podem para pisar e destruir esta pérola “, assegurou Piper.

Não há como pregar o evangelho e ser "politicamente correto"

O pastor disse também que a pregação pública muitas vezes é acusada de ser por motivações políticas, algo de que Jesus também foi acusado durante Seu ministério na terra.

“Se alguém pensa que há como pregar, escrever e fazer declarações em público apresentando as pérolas da verdade bíblica sem encontrar – nas mídias sociais ou de outras maneiras – mil críticos irritados, isso é ingenuidade. Não vai acontecer”, sentenciou Piper.

Ele lamentou que há muito tempo não é mais possível “ser um cristão fiel à verdade de Deus e manifestar isso publicamente sem ser duramente criticado”.

Para ele, pensar que a Declaração de Nashville ou qualquer outra coisa vá separar ainda mais os conservadores dos “incrédulos e liberais”, não tem cabimento. O experiente teólogo argumenta que nada foi adicionado às questões fundamentais que já dividem os dois grupos.

“Eu apenas vou apelar para aqueles cujo método de evangelismo… inclui um esforço para esconder as partes da Bíblia consideradas ofensivas dessa pérola que é a vida cristã. Essas pessoas poderão perder oportunidades de ouro para dar um testemunho bíblico – precisamente porque as coisas ‘ofensivas’ já estão aí em público – mas também podem estar abandonando a maneira como Jesus e os apóstolos faziam as coisas em seu ministério público”, admoestou.

Piper finalizou dizendo que as declarações sobre a sexualidade bíblica são “lindas” e encorajam os conservadores a debaterem com os “críticos” contrários a essas afirmações e mostrar a eles a verdade.

“O verdadeiro desafio não é fazer com que Jesus pareça ‘lindo’ quando escondemos algumas das suas convicções. O verdadeiro desafio é abordar todos os seus pontos de vista, incluindo aquelas consideradas ofensivos, levando as pessoas a conhecerem a beleza da glória de Deus e Seu propósito para toda a humanidade. Esse é o desafio que podemos estar ignorando, enquanto avaliamos o quanto algumas coisas podem ser controversas”. 

Com informações de Christian Post, Tennessean e Desiring God

Phonte: Gospel Prime

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