domingo, 24 de dezembro de 2017

Poema Natalino de Maria Helena Garrido Saddi


Luz No Vale

Eu olhei
o horizonte incandescente
no   fascinante
parto
 sideral do alvorecer...
e pensei:
quantas
manhãs
do amanhã
despontarão na fímbria
purpúrea do tempo
da gente?

Mas
de fato
importa o fato
de se saber o número
exato
de se ver a aurora?

Não importa
mais a hora
singela
de se atravessar o vau
com a precisão da
pinguela?

Baixei
o olhar turbado
Senti
o rosto molhado

Súbito
ouvi sinos
e vozes
de pequeninos
louvando



Vi luzes
de lâmpadas
coloridas brilhando

Lembrei-me:
Ele nasceu!
Ouvi-lhe o choro
entrando no mundo...
Um choro profundo
em meio a cantos
de anjos
em lindos, festivos
arranjos

Vi sua vida
discreta no secreto
dos montes
orando
e dos púlpitos
dos outeiros pregando
Forte
Forte a Esperança
na
Ressurreição
da carne
dos sonhos
  do sorriso
desfeito nas cinzas
perdido nas sombras
da morte...

Sim, lembrei-me:
É Natal!
Jesus nasceu!
  Graças a Deus!

Haverá luz
no vale
e segurança
  na travessia...
*
Maria Helena Garrido Saddi

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