domingo, 21 de janeiro de 2018

Hipocrisia da OTAN e União Europeia para com a Rússia faz lembrar Europa de Hitler


Rodney Atkinson

Comentário de Julio Severo: Rodney Atkinson, com quem tenho contato há anos, é um líder conservador britânico. Ele é irmão do famoso comediante britânico “Mr. Bean.” Apresento o artigo dele em português porque acredito que não haja nada parecido. Eis o artigo de Atkinson:

A hipocrisia da OTAN em seus ataques à Rússia e outros países da Europa Oriental depois da queda do Muro de Berlim tem totalmente as marcas registradas da Europa de Hitler (em que ele repetidamente dizia que não tinha “mais nenhuma reivindicação territorial” ao mesmo tempo em que prosseguia suas conquistas) e da União Europeia (em que o Tribunal Europeu de Justiça se vê como uma organização política expandindo o poder da UE e afirma que as palavras dos políticos e “meros documentos de declarações” não têm força).

O grande símbolo da Guerra Fria era o Muro que dividia Berlim entre o Leste comunista e o Oeste democrático. O Muro caiu em 1989 porque o presidente russo Mikhail Gorbachev permitiu que caísse. E foram precisamente as palavras de grandes políticos ocidentais durante o ano de 1990 que deram garantias à Rússia que possibilitaram o colapso pacífico do comunismo soviético e o fim da divisão da Europa. Possibilitaram que Moscou terminasse a Guerra Fria e liberasse os ex-países do Pacto de Varsóvia para se tornarem nações independentes.

Prova das palavras fortes de compromisso dadas pelos países da OTAN para Mikhail Gorbachev em 1990 são 30 documentos cruciais que o Arquivo de Segurança Nacional dos EUA tornou acessíveis.
Em fevereiro de 1990, James Baker, secretário de Estado de George H. W. Bush, garantiu a seu colega soviético Eduard Shevardnadze que a OTAN seria 

“menos de uma organização militar, mais de uma organização política, e não teria nenhuma necessidade de capacidade independente.”

e ofereceu:

“garantias rígidas de que a jurisdição ou exércitos da OTAN não avançariam para o leste.”

Baker ainda prometeu a Gorbachev que a OTAN não avançaria “um único centímetro para o leste.”

Em 10 de fevereiro de 1990, Helmut Kohl disse a Gorbachev

“Cremos que a OTAN não deveria expandir a esfera de sua atividade. Temos de encontrar uma solução razoável. Corretamente entendo os interesses de segurança da União Soviética, e compreendo que você, senhor Secretário-Geral, e a liderança soviética terão de explicar claramente o que está acontecendo ao povo soviético.”

Mais tarde naquele mês, conversando com Vaclav Havel, o presidente Tchecoslováquia (sim, esse país ainda existia então!), o presidente George H. W. Bush disse:

“Diga a Gorbachev que… eu lhe pedi que dissesse a Gorbachev que não nos conduziremos com relação à Tchecoslováquia ou qualquer outro país de um modo que agrave os problemas que ele discutiu comigo de forma tão sincera.”

Em outras palavras, os países recém-independentes do Leste Europeu gozariam a independência e soberania que a queda da União Soviética e o fim do Pacto de Varsóvia lhes haviam dado. Aliás, essas foram exatamente as liberdades que os Aliados anti-nazistas, inclusive a Rússia, haviam conseguido em 1945.

É claro que o que aconteceu e continua a acontecer é que todas essas promessas foram quebradas e a OTAN avançou suas bases militares mais para o Leste ainda, uma Alemanha unida se tornou membro da OTAN (não só uma das principais preocupações da Rússia, mas também do presidente Mitterand da França) e então cada um dos países da Europa Oriental para cuja independência Gorbachev buscou e obteve garantias não só foram absorvidos pela OTAN, mas foram dominados pelo braço constitucional político da OTAN — a União Europeia que conquista tudo e que não tolera identidade nacional, independência e até democracia!

Bush, tendo garantido a Gorbachev e ao presidente tcheco que não haveria “mais nenhuma reivindicação territorial,” então, como os exércitos de Hitler e a Europa fascista das décadas de 1930 e 1940, marchou em frente a Resposta Fascista da OTAN:

Mas talvez o aspecto mais horrível e assustador dessas mentiras e engano da OTAN e UE (desgraçadamente com o apoio de uma decadente classe britânica que não tem a mínima ideia do motivo por que fomos para a guerra em 1939 nem o que realizamos no nome da identidade nacional democrática em 1945) foi a subsequente racionalização e justificação dessas traições. 

Em face da evidência devastadora acima acerca da renegação desses compromissos, a OTAN agora afirma: 

“Os aliados da OTAN tomam decisões por consenso e essas decisões são registradas. Não existe registro de qualquer decisão que tenha sido tomada pela OTAN. Garantias pessoais, de líderes da OTAN, não podem substituir consenso de aliança e não constituem um acordo formal da OTAN.”

Sieg Heil! Alguém ainda vai crer na palavra dos líderes da OTAN de novo?

Embora tenha sido evidente para observadores bem informados há anos que os agressores reais na Iugoslávia, Europa Oriental e Ucrânia foi a OTAN e os imperialistas sedentos de expansão da UE, os povos do Ocidente têm sido bombardeados com propaganda de mídia de massa de uma espécie que teria dado orgulho a Goebbels. Mas essa propaganda tem sido tão perversa que milhões na Europa e nos EUA não têm acreditado nela.

Agora que muito mais pessoas podem ler essas palavras e essas promessas dadas — e quebradas — de seus líderes “democráticos,” a minoria revoltada deveria se tornar a maioria mais revoltada.

Traduzido por Julio Severo do original em inglês do site Free Nations: NATO/EU Duplicity to Russia Recalls Hitler’s Europe

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